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Antes de qualquer coisa, vamos direto ao que vocês querem saber: sim, Star Wars – Episódio III A Vingança dos Sith, novo filme da recente trilogia espacial de George Lucas, é muito melhor doque o Episódio II: O Ataque dos Clones. Mas até aí, um teatro de marionetes consegue ser melhor do que aquela estúpida tentativa de romance no espaço sideral. Então, sejamos justos: a película que chega nesta quinta (19) aos cinemas brazucas consegue ser melhor do que osEpisódios I e II juntos. Melhorou?
Sim, sim, a aventura tem lá seus defeitos, nitidamente visíveis – e a maior parte deles reside na inexperiência de Lucas na cadeira de cineasta. No entanto, trata-se de um lançamento que devolve à franquia um pouco do charme, do bom humor, da adrenalina e, principalmente, da magia da trilogia original. Ok, podem respirar aliviados.
Não, não vou ser exagerado como uma colega jornalista que bradava empolgada ao celular, logo no final da exibição do filme para a imprensa, que este era “o melhor filme dos seis da cinessérie”. Êpa, póparar. Também não é assim. Ok, é um filme divertidíssimo, que te faz grudar na cadeira na última meia-hora de trama – e que, justamente por isso, já merece uma medalha em comparação com os dois anteriores. Mas,no máximo, consigo dizer que ele chega perto de O Retorno de Jedi (1983) – o piorzinho da trilogia original. E já tá de bom tamanho. Dizer que a conclusão da saga de Anakin Skywalker supera o incomparável O Império Contra-Ataca (1980) é, no mínimo, uma heresia. Acho que o Jedi Master há de concordar comigo… 😛
É bem verdade que o trailer completo lançado pela AOL gringa em março nos tirou boa parte das dúvidas, mostrando cenas de ação de tirar o fôlego e efeitos especiais muito melhor acabados. “Será que o George Lucas recobrou a sanidade e retornou ileso do lado negro da Força? Será que ele ouviu todas as críticas dos fãs aos dois primeiros filmes? Será que Deus existe?”, eram perguntas recorrentes aqui na redação d’A ARCA. Ainda não encontramos respostas. Mas o fato é que,já nos primeiros quinze minutos, a perseguição de naves comandada por Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) e Anakin (Hayden Christensen) ao General Grievous prova que este é um filme diferente, disposto a recuperar o tempo perdido e, quem sabe, dar novamente equilíbrio à Força.
Conforme o filme caminha, vemos lutas de sabre-de-luz mais intensas e alucinantes – em especial as duas últimas, entre Anakin e Obi-Wan e Yoda (Frank Oz) e o temível Imperador (que você já deve saber quem é, mas mesmo assim eu me recuso a dizer para não estragar a surpresa de quem ainda não percebeu). Vemos também personagens um tanto mais profundos e ricos – especialmente a senadora Padmé Amidala (Natalie Portman) e o Chanceler Palpatine (Ian McDiarmid), ambos perfeitos em papéis absolutamente chaves na resolução do conflito que, afinal, acarreta o surgimento de Darth Vader.
A história é sequência direta do “Episódio II” e também dos desenhos animados da série Guerras Clônicas (exibidos pelo Cartoon Network): a República está vivendo um momento de crise. Os exércitos de soldados-clones combatem incessantemente a ascensão do movimento separatista e suas tropas de dróides, apoiados pela Federação de Comércio e comandados de perto pelo assustador ciborgue Grievous – que, graças a aos céus, é um vilão muito mais interessante e melhor aproveitado do que Darth Maul (Ray Park) no primeiro filme e Conde Dookan (Christopher Lee) no segundo. Quando o cara saca nada menos do que quatro sabres-de-luz ao mesmo tempo, a expressão que veio a minha mente foi “Danou-se”.
Enfim: enquanto isso, aumenta o amor entre Padmé e Anakin – que descobre que vai ser papai, embora o romance entre os dois anda tenha que ser mantido em segredo – e também a desconfiança, por parte do Conselho Jedi, das verdadeiras intenções de Palpatine, ainda exercendo os plenos poderes concedidos pelo Senado em situação de guerra. E sua amizade com Anakin começa a tomar rumos um tanto estranhos… (por favor, sem implicações homossexuais)
O grande pecado deste Episódio 3 é mesmo o fato inegável de que George Lucas é um diretor cheio de falhas de iniciante, recorrendo a clichês estéticos que, apesar de não atrapalharem o andamento geral da fita desta vez, ainda dão aquela terrível sensação de “Putz! Se não fosse por esta fala ou por aquele corte, a sequência seria absolutamente perfeita”. E vamos combinar: como cineasta, Lucas com certeza precisa aprender com urgência a dirigir atores. Tudo bem, até que o cara melhorou. Mas, ainda assim, ele não consegue extrair o potencial devido de nomes como Ewan McGregor – que é visualmente o próprio Alec Guiness, mas ainda aparenta estar pouco à vontade no papel – e até do próprio Christensen que, em diversos momentos, tem dificuldade em expressar o ódio que paulatinamente (bonito, né?) toma conta de Anakin. Realmente uma pena que seus olhos não transpareçam a emoção necessária na decisiva cena no planeta vulcânico, por exemplo.
(Nota: aos que adoram criticar Christensen, dizendo que ele é um ator tão ruim quanto o garoto Jake Lloyd em “Episódio I”, basta lembrar que, em Tempo de Recomeçar, que ele estrelou em 2001 com Kevin Kline, o rapaz está muito bem como um adolescente revoltado, filho de pais separados. De quem será o erro? Eu aindaaposto no diretor…).
Mas sou obrigado a admitir que, defeitos à parte, Lucas conseguiu sair quase ileso de uma tarefa dificílima: finalmente dar forma a uma história cujo desfecho – e boa parte dos detalhes, diga-se de passagem – muita gente já sabia. É impossível não se arrepiar quando, ao som da Marcha Imperial composta pelo sempre excelente John Williams, Darth Vader respira daquela forma característica pela primeira vez. Ou quando vemos os primeiros traços da Estrela da Morte tomando vida. Ou ainda quando Kenobi entrega o pequeno Luke nos braços da tia Beru (Bonnie Piesse) em Tatooine. Acho até que, no final das contas, o trabalho de Lucas ficou fácil, fácil: por pior que fosse o filme, a conclusão cheia de pontas soltas para a trilogia original com certeza faria as crianças escondidas dentro de cada um de nós lembrarem, com carinho, da saga contada desde o final da década de 70. George Lucas percebeu isso, acabou fazendo bem a lição de casa e contou uma história bastante convincente… até o esperado momento da aparição de Vader, que me faria chorar de qualquer jeito mesmo. Moral da história: alguém lá no Rancho Skywalker finalmente aprendeu que efeitos especiais de ponta não são garantia de um bom filme. A gente agradece.
:: COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O EPISÓDIO 3:
– Christopher Lee está de volta no papel do Conde Dookan (Dooku, no original). Aparece logo na primeira meia-hora… mas não dura mais do que quinze minutos na tela;
– Jar Jar Binks (Ahmed Best) só aparece duas vezes no filme – que, somadas, não dão mais do que dez segundos. E ele nem abre a boca!
– Ao contrário do que pensavam os fãs, o líder dos wookies em Kashyyyk não é Attichitcuk, o pai de Chewbacca que aparece no universo expandido. Na verdade, trata-se de um guerreiro de nome Tarfful. Ah: mas o próprio Chewie faz uma aparição relâmpago no filme, novamente vivido por Peter Mayhew, o mesmo ator gigantesco da trilogia clássica, retornando ao cinema depois de 22 anos;
– Por falar nos wookies, preste bastante atenção ao grito do Tarzan que dois dos soldados peludos dão ao atacar uma unidade aquática dos dróides;
– A morte de Mace Windu, conforme prometido por Samuel L. Jackson, é realmente uma cena…er…chocante;
– Moff Tarkin (comandante imperial da Estrela da Morte) e Wedge Antilles (capitão das tropas rebeldes) também aparecem no filme, em versões mais jovens vividas, respectivamente, Wayne Pygram e Rohan Nichol. No entanto, o papel de Antilles chegou a ser oferecido a Denis Lawson, que o interpretou na trilogia clássica;
– Na cena da ópera, o barão Papanoida, de pele azul, é ninguém menos que o próprio George Lucas – em sua primeira aparição a la Hitchcock;
– O sabre-de-luz usado por Obi-Wan é o mesmo usado no primeiro filme, Star Wars: Uma Nova Esperança (1977);
– Embora a voz seja novamente de James Earl Jones, quem veste o traje de Darth Vader é o próprio Christensen – que, por ser mais baixo do que David Prowse (o Vader da trilogia original), teve queser alvo de alguns truques de câmera para parecer mais alto;
– O design do dróide R4-G9, usado por Obi-Wan, foi decidido pelos fãs, por meio de pesquisa no site Hyperspace;
– Matthew Wood, que faz a voz do General Grievous, é funcionário da Lucasfilm. Anteriormente, era Gary Oldman o escalado para dublar o ciborgue – mas ao saber que os atores do filme não faziam parte do Screen Actors Guild, sindicato do qual ele faz parte, o cara pulou fora;
– A ótima Keisha Castle-Hughes (de “Encantadora de Baleias”) faz apenas uma ponta como a Rainha de Naboo. Sua participação chegou a ser gravada em apenas um dia!
– Ah: sou só eu ou alguém aí reparou que, na tradução, “o lado negro da Força” virou “o lado sombrio da Força”? O que é isso, sinal dos tempos politicamente corretos da cartilha do Lula?
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