A ARCA - A arte em ser do contra!
 
Menu du jour! Tutu Figurinhas: o nerd mais bonito e inteligente dessas paragens destila seu veneno! GIBI: Histórias em Quadrinhos, Graphics Novels... é, aquelas revistinhas da Mônica, isso mesmo! PIPOCA: Cinema na veia! De Hollywood a Festival de Berlim, com uma parada em Nova Jérsei! RPG: os jogos de interpretação que, na boa, não matam ninguém! ACETATO: Desenhos animados, computação gráfica... É Disney, Miyazaki e muito mais! SOFÁ: É da telinha que eu estou falando! Séries de TV, documentários... e Roberto Marinho não está morto, viu? CARTUCHO: Videogames e jogos de computador e fliperamas e mini-games e... TRECOS: Brinquedos colecionáveis e toda tranqueira relacionada! Tem até chiclete aqui! RADIOLA: música para estapear os tímpanos! Mais informações sobre aqueles que fazem A Arca Dê aquela força para nós d´A Arca ajudando a divulgar o site!
Artigo adicionado em 15/04/2005, às 07:47

SIM, EU TENHO MEDO DE ANIMES
Srta.Ni compartilha um de seus maiores medos com os leitores d’A ARCA Acho que já deixei claro em algumas matérias minhas aqui n’A ARCA que nutro um sentimento não muito positivo em relação a animes. Na verdade eu morro de medo deles. Tenho medo de que em alguma noite sombria, um ser com olhos vidrados […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


Acho que já deixei claro em algumas matérias minhas aqui n’A ARCA que nutro um sentimento não muito positivo em relação a animes. Na verdade eu morro de medo deles. Tenho medo de que em alguma noite sombria, um ser com olhos vidrados e boca grande venha me assombrar, com sua voz esganiçada e gotas pulando de seu rosto. E – pesadelo dos pesadelos – ele vai falar uma frase nada a ver pra ativar um poder mais esquisito ainda, cercado por raios histéricos, e, quem sabe, ao som de uma música cantada por uma oriental de voz fina, com a letra aparecendo na tela, como num videokê (nosso amigo Paulo Maffia é quem gosta disso, não? =D). Isso é assustador só pra mim ou pra mais alguém aqui?

O mais bizarro é que isso tudo acontece nos animes e é levado a sério pelos personagens do desenho, e inclusive pelos fãs. Então, vejamos: animes não são ruins. Existem os bons e os ruins, os de criança e os de adultos, os… hentai (ok, esses REALMENTE me assustam, e eu só quero ver um desses quando estiver com intentos suicidas). O que mais complica a posição deles em relação ao estilo da animação ocidental são suas expressões faciais.

:: É PARA TE VER MELHOR…!

O bom e velho Osamu Tezuka, pai dos animes, foi o culpado por isso. Foi ele quem criou o padrão anime, – aquela coisa bisonha que faz com que os personagens tenham olhos e bocas grandes. Realmente e exageradamente grandes. Foi Tezuka quem instituiu esses padrões nos seus mangás. Segundo ele, esse exagero todo tinha um motivo: os bichinhos têm que ter olhos e bocas anormais para que a gente possa entender melhor suas emoções. Ou seja: não, a criançada não conseguiria captar as expressões dos personagens se eles estivessem realisticamente tratados, elas entendem melhor as emoções se as bocas virarem círculos estranhos e os olhos se transformarem em coisas bizarras… o_O. Enfim, acho que os estadunidenses é que deviam fazer isso, já que sempre achei as crianças norte-americanas um tanto mais “lerdinhas” do que as japonesas!

Além de dar ênfase à expressão dos infelizes, outra razão pela qual os animes dão medo é a forma que é feita a animação oriental. Enquanto os desenhos do tio Disney se esforçam para dar expressões reais, e durante toda a animação os bichinhos sempre estão se mexendo e interagindo, nos animes é usada uma técnica diferente: em muitas cenas o personagem fica completamente parado e só sua boca se mexe. Esse método inclusive é bem mais barato que o norte-americano.

Se ainda fosse só a expressão deles ou as personagens-de-peitos-grandes-mas-cara-de-criança, o medo seria menor. Acontece que concepções bizarras completam o pacote. Imagino as cabeças insanas que resolveram criar serezinhos que lutam entre si e repetem seus nomes eternamente… ui, espero que não voltem pra me assombrar. E aquelas armas e poderes que existem em grande parte dos animes são sinistros! No Mirmo Zibang, por exemplo, aquele anime bonitinho mas assustador e açucaradíssimo, a cidadã pega um microfone cor de rosa e entoa as palavras “Mirmo Zibang”, enquanto todo o cenário muda. Gente… é um microfone! O_O Para quem acredita em mensagens subliminares é um prato cheio. Para ter um exemplo da bisonhice que ataca os animes é só ver o que viraram as pobres Meninas Super Poderosas em sua versão anime – foram transformadas em criaturas de microssaia com armas como bolhas de sabão, um ioiô, uma marreta e uma minhoquinha colorida (?). Não sei dizer se isso é medonho ou deprimente. Tem também a pergunta que não quer calar: sem duplo sentido, mas por que os japoneses gostam tanto de transformações? TODOS os heróis de desenhos e seriados japoneses têm que passar por uma super transformação, cheia de símbolos, palavras nada a ver, e raiozinhos para poderem combater o inimigo? Sei lá, deve ter alguma explicação sociológica nisso aí.

:: EU SOU FÃ DE ANIME, E AGORA?

Eu não tenho medo de você. =D Bem, eu tenho amiguinhos que gostam dessas animações esquisitas – e, convenhamos esses Animecons e Anime Friends da vida são divertidos. No geral, acho que otakus são inofensivos, embora teimem em usar muitos emoticons e expressões felizes na Internet (tá, ok, eu não tenho muita moral pra falar isso ^_^). Mas, claro, existem aqueles fãs radicais – eles sim me dão um certo medo, da mesma forma que aqueles rpgistas xiitas que têm certeza de que são vampiros, mesmo quando estão na “vida real além jogo”, se achando os próprios gangréis só porque estão de sobretudo (ha ha ha >=D). O que quero dizer é que otakus que fazem cosplay são legais, mas aqueles que realmente pensam que são um anime até o ponto de fazer uma maluquice violenta ou idiota são assustadores. Felizmente não conheço nenhum assim, então posso dizer que o que dá medo nesse conjunto de coisas que cerca a cultura dos animes são apenas os animes em si. Porque mangás me trazem felicidade. Digo, ao menos os que eu tive paciência para ler até hoje.

Mas eu também tinha muito medo de mangás. Só que, depois de ler muitas edições de One Piece com uma pessoa ao meu lado me explicando o que significava cada coisa que me fazia ter acessos de riso e largar o mangá dizendo “não consigo levar a sério isso aqui”, consegui aceitar as estranhas caras e bocas dos personagens. No fim, achei que até caía bem nos quadrinhos, mas na tevê é pavoroso.

O causo é que eu não tenho coisas contra as animações japonesas em si. Por exemplo, acho o filme do Totoro e A Viagem de Chihiro muito legais. Mas tenho medo das carantonhas dos personagens dos filmes mesmo assim =D. E a gente sabe que assim como o “padrão Disney” e o lindo e perfeito “padrão Cartoon Cartoon” (que inclusive bebe um pouquinho na fonte de Osamu Tezuka), animes são uma forma de arte diferente, e transmitem idéias e elementos da cultura japonesa. Quer dizer, ao menos os poucos que não sucumbiram ao lado estadunidense da Força, e viraram nada mais que apenas um conjunto de bizarrices – e gotas, as malditas gotas – só pra vender bichinhos.

Leia mais:

:: Tutu fala exatamente sobre essa queda dos animes para o lado estadunidense da Força. Leitura fundamental depois dessa matéria =)


Quem Somos | Ajude a Divulgar A ARCA!
A ARCA © 2001 - 2007 | 2014 - 2025