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Artigo adicionado em 30/04/2005, às 11:45

O FANTÁSTICO MUNDO DAS FANFICS
Não é plágio. É “licença poética” =D J.K. Rowling demora para escrever. Os novos filmes deHarry Potter demoram para estrear. Alguns roteiristas de quadrinhos têm idéias bizarras. Enquanto isso, resta aos fãs lamentarem ou declararem guerra aos autores malditos que não ajudam em nada quando o assunto é lhes agradar. Certo, essas duas atitudes não […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


J.K. Rowling demora para escrever. Os novos filmes deHarry Potter demoram para estrear. Alguns roteiristas de quadrinhos têm idéias bizarras. Enquanto isso, resta aos fãs lamentarem ou declararem guerra aos autores malditos que não ajudam em nada quando o assunto é lhes agradar. Certo, essas duas atitudes não vão adiantar muita coisa. Então que tal resolver o problema da espera de seus livros e filmes favoritos escrevendo sobre eles? Ou que tal consertar o destino deprimente que os roteiristas deram aos seus personagens favoritos? Escrever sobre eles e elaborar contos baseados em filmes, séries, livros ou quadrinhos não é nada assim muito difícil de se imaginar. Afinal, todo mundo já pensou em fazer isso alguma vez na vida. O que muita gente não sabe é que esse passatempo tem nome, é um hobby, e é tema inclusive de disputados concursos em grandes eventos de cultura pop.

O termo “fanfic” é uma mistura de fan (fã, em inglês) e fiction (ficção). Ou seja, fanfics são histórias escritas com base em universos e personagens já criados por outros autores. E não se limitam a um só tipo: basta procurar um bocadinho na Internet para perceber que existem fanfics com personagens de todos os desenhos animados, filmes, animes, quadrinhos, seriados, jogos e até peças teatrais que você possa imaginar. E essas histórias podem ser grandes ou pequenas, em poesia ou prosa, engraçadas ou não… – como vêem, é um vaaaasto território de possibilidades.

Mas, caso não saibam, esse hobby não é algo assim tão novo. Tudo começou quando os fãs resolveram compartilhar entre si as histórias que criavam. Antes da chegada da Internet, era tudo um pouco mais difícil: os fanfics eram lidos apenas por amigos mais próximos, e só tinham chances de ficar mais conhecidos quando aconteciam os grandes eventos de fãs. Com a chegada da internet, os autores e leitores de fanfics tiveram mais liberdade para mostrar suas obras primas – assim, foram se encontrando e o espaço para o hobby foi crescendo cada vez mais. Logo no início dos anos 90 (lá para 95) já pipocaram os primeiros sites especializados na divulgação das fanfics…e o resto é história. Embora bastante gente prefira publicar seus fanfics em sites e blogs pessoais, esses sites que reúnem milhares de fanfics se proliferam a cada dia, e funcionam da seguinte forma: primeiramente exigem um cadastro. Depois de cadastrado, o usuário pode enviar seus textos – por e-mail ou postando diretamente da página (dependendo do site). A partir daí, ele tem direito a ler outros fics, opinar sobre eles (ou, na “linguagem técnica”, escrever um review), receber notificação quando uma nova fic de seus autores favoritos aparecer e outras coisitas mais.

Apesar de alguns conflitos com as leis de direitos autorais no passado, hoje existem inúmeros sites específicos para cada tema, e o mais conhecido de todos é o Fanfiction.net, que reúne vários temas, sobre praticamente todas as histórias já criadas e que um dia fizeram um certo sucesso nas diferentes mídias. E muita gente utiliza esse site. Basta dar uma olhada na quantidade de fanfics que lá foram cadastradas sobre o Harry Potter, um dos temas mais recorrentes dos autores de fanfics: míseras 186508 variações das histórias de J.K. Rowling foram postadas lá. Todas elas mudando os finais, criando triângulos amorosos bizarros entre estudantes de Hogwarts, ou discorrendo sobre a vida de um personagem secundário. Mas vale lembrar que os fanfics não se baseiam só nisso – muita gente também escreve novos episódios de seriados, às vezes até em forma de protesto contra os estragos que alguns roteiristas fazem no decorrer de suas temporadas.

Se alguém sonha em fazer sucesso escrevendo sobre as possíveis outras vidas dos personagens de autores já consagrados, é melhor não sonhar tão alto. Cláudia, de 16 anos, autora de fanfics também sobre o bruxo da cicatriz, alerta que “é relativamente grandinho o número de pessoas que gostam de escrever sobre seus personagens favoritos. Mas só alguns ficam realmente conhecidos”.

:: OS GÊNEROS

Assim como em outros tipos de “contação de histórias”, os fanfics são divididos por gêneros: os já conhecidos romance, ação, comédia, aventura, suspense etc. e outros mais específicos, próprios de fanfics. Para entender melhor, dê uma olhadinha:

Mary Sue (conhecido em japonês como Shoujo): são os romances com personagens bregamente perfeitas, geralmente protagonistas de fanfics melosas, e que se apaixonam por homens também idealizados – mais ou menos como se fossem as “novelas mexicanas” dos fanfics.

Shonen: nos fanfics baseados em mangás ou animes, são histórias com protagonistas homens, geralmente com bastante luta e um humor meio erotizado.

Slash (também conhecido como Femslash, Yaoi ou Yuri): fanfics que tratam de temas com relações homossexuais – é sempre bom colocar esse aviso antes se sua história contiver esse assunto, para não pegar ninguém de surpresa.

SongFics: não se assuste se encontrar, no meio de um fanfic, uns trechos em inglês que aparentemente nada têm a ver com o enredo. São as SongFics – cujas histórias são entremeadas por versos de músicas, para combinar com o clima que o autor quer dar para sua fic.

Para que tudo não vire uma festa, foi criada uma espécie de códigos de censura para os fanfics. Assim, o autor, ao terminar sua história, deve ver em qual categoria ela se encaixa. Nem é preciso dizer que esse esquema de “censura” é legal pra que a criançada não fique chocada ao ler uma história aparentemente inocente sobre personagens de desenhos animados, por exemplo – ou mesmo para que cada um escolha racionalmente se está a fim de ler algo pesado ou não. As classificações são as seguintes:

G (General Audience): censura livre. Todo mundo pode ver, desde a avó até criancinhas, ou mesmo o cachorro de estimação.

PG (Parental Guidance): recomendada a supervisão dos responsáveis. Fanfics com um certo grau de violência ou suspense, mas nada assim tão grave. O aviso serve para que os pais dêem uma olhada para ver se querem que seus filhotes leiam algo do gênero.

PG – 13: impróprio para menores de 13 anos. Geralmente quando os personagens falam alguns palavrões, existe alguma menção a nudez e drogas, e um grau de violência mais pesado.

R (Restricted): impróprio para menores de 17 anos. Cenas explícitas de violência, sexo e drogas.

Eu devo admitir – não escrevo fanfics, e morro de preguiça de lê-los. Não que eu tenha nada contra as historietas criadas por outras pessoas, mas simplesmente não tenho paciência para ler causos criados por outras pessoas com personagens clássicos. Mas sei sim o que estou perdendo. A Internet é abrigo de milhares de fanfics, de vários países – muitos de ótima qualidade. Tudo bem que muitos podem falar sempre de chatos amores proibidos entre casais de animes ou entre personagens do Harry Potter, mas existe uma boa variedade de fanfics de qualidade por aí. Dia desses li um fanfic que contava a trajetória do Príncipe Herbert, do filme Em Busca do Cálice Sagrado, no… American Idol (bem, ele não tinha lá muita qualidade, mas achei que era um exemplo interessante de o que se pode fazer em um fic). E aí? Gostou da idéia e quer fazer parte da turma de escritores que criam fanfics de qualidade? Então sinta-se à vontade pra, antes de mais nada, seguir essas dicas.

:: DICAS PARA ESCREVER UM FANFIC BACANA

Escrever fanfics é uma tarefa divertida, antes de mais nada. Na opinião de Cláudia, “o mais legal nos fanfics é poder dar a sua visão sobre os fatos, sobre a trama. Dar ênfase, e muitas vezes até escrever fanfics inteiros sobre um personagem secundário na história, que às vezes é mais interessante que o personagem central. E é sempre um bom jeito de esperar livros e filmes”. Mas sempre é bom tomar uns cuidadinhos para que sua idéia não vire um desastre.

Antes de pensar em escrever, coloque no início de seu fanfic uma pequena notinha (chamada de disclaimer), avisando que os personagens mencionados não são seus, e que você não está ganhando retorno financeiro com eles. Aliás, é por isso que a legislação sobre copyrights não é tão pesada sobre os fanfics: enquanto eles não forem utilizados como fonte de lucro, estão, na prática, liberados.

É bom que o autor do fanfic procure ler e pesquisar bastante sobre os personagens que aparecerão na sua história, e que preste atenção no estilo usado pelo autor da história original. Assim, você não corre o risco de se deparar com uma história absurda. Fernanda Evans, de 17 anos, outra “fanfiqueira” assumida, anuncia: “não há regras específicas pra criar um fanfic. No meu ver, é importante manter os personagens dentro da personalidade que eles apresentam nas histórias originais e deve-se respeitar as regras do universo criado – salvo os casos onde a fic se passa num universo paralelo, quando o autor avisa e cria seu próprio mundo. O principal é escrever sobre um assunto que você tenha um bom conhecimento, para poder escrever com convicção dos fatos. Ajuda bastante também se você tiver um bom beta-reader [pessoa que lê o texto, corrigindo e dando suas opiniões sinceras sobre ele] que segura seus pés no chão e evita aqueles errinhos gramaticais que podem acabar com a fic”. Cláudia apóia e acrescenta: “a história não deve ser cortada, como, por exemplo, fazer um unicórnio virar um duende cantor sem qualquer explicação aparente. Acho que o mais importante é você ter uma história, criar a base dela antes e ter consciência do que está fazendo, sem se prender a clichês. Esse já é um bom começo”.

Uma coisa bacana é que geralmente escrever fics é o primeiro passo para que alguém resolva escrever obras de autoria própria, com personagens seus e não “tomados emprestados”. Mas na opinião da Fernanda, escrever fanfics é bem mais fácil: “para escrever um livro você tem que criar todo o passado, que é a parte mais difícil de ser feita. Isso não é necessário em uma fic, onde se parte do princípio que a história passada já é conhecida pelo leitor”.

Outras versões bacanas dessas obras primas de fãs são as fanArts (desenhos de personagens) e os fanfilms, que alcançaram já um status tão alto que acabaram de ganhar uma premiação importante só para essa categoria. Maior legal, não?


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