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Artigo adicionado em 05/04/2005, às 03:45

Crítica: O CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS
Um recadinho para o Fanboy (como diria o El Cid): “Os Bambus! Os malditos bambus!” Seguindo a linha de O Tigre e o Dragão e Herói, O Clã das Adagas Voadoras consegue ir além dos limites estabelecidos pelos seus antecessores em alguns aspectos. A maior característica dessa linha de filmes, a luta, está no mesmo […]

Por
Emílio "Elfo" Baraçal


Seguindo a linha de O Tigre e o Dragão e Herói, O Clã das Adagas Voadoras consegue ir além dos limites estabelecidos pelos seus antecessores em alguns aspectos. A maior característica dessa linha de filmes, a luta, está no mesmo nível de “Herói”, senão melhor em determinados momentos. A única diferença entre os dois é que as lutas do filme de Jet Li são mais artísticas, enquanto as de “O Clã das Adagas Voadoras” são mais sobre-humanas, prevalecendo o aspecto marcial. Mas aí você pergunta: “Mas… em ‘O Tigre e o Dragão’ também não é assim?” De certo modo, com certeza, mas no caso desta produção, o estilo da luta, para onde elas levam o personagem, fazem parte do intricado roteiro de reviravoltas desta maravilha oriental. Ou seja, não há lutas desnecessárias e elas fazem parte da evolução (ou não) dos personagens durante o transcorrer da história.

Dirigido por Zhang Yimou (o mesmo de “Herói”), “O Clã das Adagas Voadoras” conta a história de uma China antiga, onde o Imperador é fraco e incompetente e, conseqüentemente, “governa” uma monarquia corrupta. Para fazer frente a essa ideologia e agindo ao estilo “Robin Hood” (roubar dos ricos para dar aos pobres), foi criada uma organização chamada “O Clã das Adagas Voadoras”, um grupo dos melhores lutadores marciais que o mundo poderia produzir. O costume que alguns chineses têm de colocar nomes dos elementos, animais e coisas que podem representar a essência de tal pessoa não mudou e por isso temos um policial chamado Vento (interpretado por Takeshi Kaneshiro, simplesmente o personagem que quase leva o filme nas costas. Vocês devem conhecê-lo como o ator que esprestou seu visual e sua voz para o personagem do game Onimusha, o guerreiro Hidemitsu Samanosuke Akechi). Ele é incubido por seu superior, Leo (o ator Andy Lau, que já fez uma lista enormes de filmes chineses de artes marciais, muito competente no papel) a investigar uma casa de prostituição onde eles suspeitam de que uma das “dançarinas” seja membro do Clã das Adagas.

A tal dançarina, de nome Mei (Zhang Ziyi, em sua melhor caracterização até o momento e linda demais, como sempre), é cega, mas ainda assim é investigada e logo descoberta por Vento e seu superior, que conseguem prendê-la a muito custo (por incrível que pareça). Depois que a dançarina é encarcerada, os policiais armam um esquema falso de resgate para soltá-la, pois os policiais querem segui-la para pegar os peixes maiores da organização. A partir daí, Vento, dando a entender que se apaixonou por Mei, fica ao lado da dançarina para ajudá-la a chegar ao quartel do Clã. Claro que ela não sabe se pode confiar nele e ele tem que, a todo custo, não deixar se envolver demais, afinal, é apenas mais uma missão.

A partir daí, conforme viajam para chegar às terras da organização das adagas, eles acabam tendo que enfrentar guerreiros do exército chinês, que desconhecem a condição de Vento como policial. Dessa forma, pra manter o disfarce e ganhar cada vez mais a confiança de (e, lógico, seduzir) Mei, ele é obrigado a enfrentar homens que, na verdade, são seus aliados. Confronto após confronto, a situação vai piorando cada vez mais, até chegar num ponto em que a linha tênue entre a missão e o amor já não fica tão clara.

Resumindo, o filme é um romance, uma história de amor que tem como pano de fundo as lutas marciais (pois não tem como fugir muito disso: na China antiga praticamente todo mundo lutava, pois as artes marciais eram quesitos básicos para sobrevivência) e um jogo político que só é tratado de forma suficiente para fazer essa história de amor ir pra frente. Trata-se de um roteiro enxuto, bem amarradinho, sem muitos exageros em sua concepção básica, deixando esse aspecto para as fantásticas acrobacias de luta nas horas de ação. Ao contrário de “O Tigre e o Dragão” e “Herói”, os personagens desta produção quase não “voam”, sendo poucos os momentos em que os personagens desafiam as leis da gravidade de forma exagerada. A maior cena envolvendo isso talvez seja a espetacular seqüência dos bambus, beeeeem diferente (e melhor!) do que foi feito em “O Tigre e o Dragão”. Outra coisa que vai ficar evidente é o porquê do nome do filme, pois “O Clã das Adagas…” é chamado assim devido ao fato de possuírem adagas forjadas de forma que, ao serem arremessadas, atuam como verdadeiros bumerangues laminados, indo e voltando, dando a impressão de voarem. Já no aspecto artístico, o figurino é muito bem cuidado, fazendo intrinsicamente parte dos personagens e do contexto de determinada cena (como logo no início, onde Mei participa de uma dança/desafio de cair o queixo que foi imposta pelo capitão da polícia). A música, magistralmente composta por Shigeru Umebayashi é quase como um personagem extra, tamanha a fluidez e a simbiose com os acontecimentos deste projeto.

A única coisa que preciso fazer é uma advertência, que pode gerar opiniões diversas sobre o filme. Se você assiste algo como O Senhor dos Anéis, Matrix e outras produções neste estilo, vibra, acredita em cada acontecimento e torce por determinados personagens (por mais fantásticos e inacreditáveis que sejam), então tenha a mente aberta. “O Clã das Adagas…” é um filme que se você, apesar da história de amor e do aspecto marcial, não assistir com a mente focada que se trata de uma história do gênero fantasia, pode acabar injustamente criticando certos aspectos do resultado final da película. Infelizmente, não posso revelar aqui o que é, mas só dou uma pista: envolve as ações finais de Mei.

Enfim, é um filme belíssimo de assistir, uma história de amor com traços shakespearianos (tragédia aos montes com as reviravoltas inesperadas, que chegam a fazer o espectador torcer por determinados personagens e odiar outros, embora ninguém seja vilão da história, tratando-se de antagonistas), que tem como pano de fundo as lutas marciais. Esses dois aspectos muito bem dosados com certeza irá agradar tanto aos fãs de filmes mais pé-no-chão quanto aos fãs de um bom filme de ação. Vá ao cinema, compre uma pipoca, entre na sala de mente aberta e se emocione com a história, que é garantia de diversão, sem ser blockbuster demais.

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