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Artigo adicionado em 26/04/2005, às 02:39

CACO GALHARDO: entrevista exclusiva!
Nas tirinhas de Caco, uma nova visão do mundo… Hoje, se qualquer um pronunciar o nome de Caco Galhardo, todos saberão quem é este indivíduo. Nascido Antônio Carlos Galhardo há 37 anos no estado de São Paulo, o conceituado cartunista já passou há tempos daquela fase em que era conhecido somente pelos viciados em tirinhas […]

Por
Rodrigo "Machine Boy" Parreira


Hoje, se qualquer um pronunciar o nome de Caco Galhardo, todos saberão quem é este indivíduo. Nascido Antônio Carlos Galhardo há 37 anos no estado de São Paulo, o conceituado cartunista já passou há tempos daquela fase em que era conhecido somente pelos viciados em tirinhas de jornal. E tudo isto graças aos seus bizarros personagens Os Pescoçudos, criados em 1996 e publicados desde então na Folha de São Paulo, especialistas em discutir os percalços do cotidiano com muita ironia e bom humor (negro, em boa parte). O resultado deu tão certo que Galhardo já publicou até duas coletâneas de tirinhas: Diga-me Com Que Carro Andas e Te Direi Quém És!, de 2001, e You Have Been Disconnected!, de 2004.

Formado em Comunicação na FAAP nos anos 80, Galhardo já trabalhou como roteirista para o programa semanal do Casseta & Planeta e criou algumas das estranhíssimas vinhetas veiculadas na MTV. Atualmente, o cartunista e ilustrador publica seus trabalhos na Revista Bravo! e no Jornal O DIA (Rio de Janeiro), além do espaço fixo na ‘Folha’, no Programa Metrópolis (da TV Cultura) e nas vinhetas exibidas na TV a cabo, mais exatamente no Cartoon Network. Como foi esta experiência? É sobre isso que Caco Galhardo fala nesta rápida entrevista, além de dar uma palhinha sobre o surgimento dos ‘Pescoçudos’ e sua mais nova criação: Dom Quixote, adaptação da obra de Miguel de Cervantes.

A ARCA: Bem, ouvi falar que gostava de desenhar “pintos” no caderno dos seus amigos quando era pequeno (coisa também exercitada pelo meu amigo El Cid). Continua com esta mania?
CACO GALHARDO: Desenhar “pintos” nos cadernos dos amigos é um dos métodos mais eficazes para driblar o tédio em aulas de Geografia. Infelizmente, passei dessa fase.

AA: Houve alguma inspiração para Os Pescoçudos? Ou foi criação espontânea?
CG: O lance foi espontâneo, um dia desenhei dois pescoçudos, um de frente pro outro, e percebi que tinha uma situação de dois personagens que interagiam sem se enxergar, que na época, tinha muito a ver com minha visão de mundo, de ninguém enxergar o outro. Daí nasceu toda a história.

AA: Como lidou com a idéia d’Os Pescoçudos integrarem a grade de programação do canal Cartoon Network?
CG: Vivemos uma época de ouro da animação, com desenhos super elaborados como O Laboratório de Dexter e Meninas Superpoderosas. É muito legal freqüentar a mesma grade desses gigantes da animação e aprender com a experiência.

AA: Sabemos que as tiras d’Os Pescoçudos têm conteúdo voltado aos jovens e adultos. Já na Cartoon, o público é formado basicamente de crianças. Este é um novo terreno pra você? Como está lidando com o sucesso?
CGTenho uma filha de seis anos, então já estou integrado nesse universo infantil. Não tive muitas dificuldades, porque já gostava e assistia aos desenhos da Cartoon. Tirei o tom de crítica, que às vezes aparece nas tiras, e tentei só me divertir com os personagens. Sucesso é relativo; para mim o que mais conta é fazer esses desenhos e ter um resultado que me agrade.

AA: Qual o “ramo” em que você mais gosta de trabalhar: as tirinhas adultas, as charges para a internet ou as vinhetas infantis?
CG: Pra mim é tudo uma coisa só, um trabalho que vai tomando várias ramificações, gosto dos três.

AA: Tem planos de investir em HQs ou algum outro veículo, como cinema, por exemplo?
CG: Estou matutando em uma nova história longa em HQ.

AA: Houve um tempo em que os quadrinhos nacionais caíram vertiginosamente, e somente uma pequena “panelinha” produzia algo. Na sua opinião, o quadrinho nacional voltou a crescer? Que outros novos nomes estão ganhando seus espaços?
CG:Vivemos uma explosão nos anos 80 e uma espécie de vácuo nos 90. Tudo depende da qualidade da produção, hoje sinto um interesse maior das pessoas por quadrinhos e cartoon, tem muita gente legal, um dos meus favoritos hoje em dia é o Fido Nesti.

AA: Porque resolveu trabalhar com o conhecido personagem “Dom Quixote”?
CG: Foi um convite da Editora Peirópolis. Li o livro e me apaixonei pela obra, então resolvi mergulhar nessa adaptação.

AA: Você sempre achou que o cartoon era sua área?
CG: Sempre curti quadrinhos, principalmente os chamados ‘alternativos americanos’, então, de certa forma, acabei focando meu trabalho para esse lado.

AA: O que é mais engraçado, pra você: o cotidiano ou charges políticas? Em qual delas você acredita que seu estilo de humor se identifica mais?
CG: Meu humor é quase inteiro voltado para o cotidiano, política entra de vez em quando.

AA: Soube que curte muito Matt Groening (criador d’Os Simpsons). Acompanha alguma tirinhas produzida por ele?
CG: O que mais gosto no Groening é seu cartoon semanal Life in Hell, que já foi coletado em vários livros e me influenciou muito. O cara é um gênio.

AA: Na sua opinião, o cartoon nacional ainda é somente produto de livraria (e sempre será) ou podem ter espaço em bancas?
CG: É um movimento mundial esse da troca das bancas pelas livrarias. A energia antes gasta em revistas, voltou-se para os sites na internet, e o livro, por não ter essa preocupação com a periodicidade, acabou virando o formato mais adequado para os cartunistas.

AA: Hoje em dia, o que você gosta de ler?
CG: Estou lendo livros de amigos: Tanto Faz, de Reinaldo Moraes, e Notas da Arrebentação, de Marcelo Mirisola.


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