2005 chegou, e o Cartoon Network fez uma reformulação bacanuda em seu formato, em seu logotipo, em seus comerciais – e, como não podia deixar de ser, estreou novos desenhos animados em sua grade de programação. Em março, duas estréias novas em folha surgiram: Betty Atômica e o anime Mirmo Zibang. E, no fim do ano passado, dois desenhos com a qualidade e o sobrenome da família Cartoon Network já tinham debutado no canal: Mansão Foster para Amigos Imaginários, que foi divulgado pra chuchu em todas as mídias, e Megas XLR – que já surgiu há um tempinho, mas ainda não está sendo muito comentado. A ARCA não podia deixar de falar desses lançamentos – e, depois de acompanhar os recém-nascidos desenhos por suas primeiras semanas de vida, trago aqui a crítica (absolutamente parcial, é claro – o que mais vocês esperavam?) e umas informações para vocês saberem um pouquinho mais de “Mirmo Zibang”, “Betty Atômica”, “Mansão Foster” e “Megas XLR”!
:: MIRMO ZIBANG
O que é: Kaede é uma menina comum que, um belo dia, recebe um presente do dono de uma loja: uma caneca. De lá de dentro surge Mirmo, uma espécie de menininho em miniatura, que é, na verdade, um muglox. Um muglox é nada menos que um ser com poderes mágicos, uma “fada do amor”, que cumprirá os desejos de quem o encontrou. Tá, sejamos francos, é mais ou menos um “gênio da caneca”…! Mirmo é o príncipe de Muglox, um reino que tem vários habitantes com as mesmas funções mágicas que ele. Esses outros habitantes vão parar nas mãos dos amigos de Kaede, que também adquiriram canecas mágicas. Mugloxs de todas as cores e diferentes personalidades surgem pelos episódios. Os personagens fixos são, entre eles, o Yashichi, muglox que quer acabar com Mirmo, e foi encontrado pela rival de Kaede, que é apaixonada pelo namorado da garota – o Setsu. Ele, por sua vez, é “dono” da prometida de Mirmo. Ufa. O anime é baseado no mangá de Hiromu Shinozuka, e faz bastante sucesso lá no Japão. A dublagem é feita na Cinevideo (RJ), dirigida pelo ótimo Jorge Vasconcelos (ele é quem dubla o Bundefora e o Macaco Louco, precisa de mais apresentações? =D).
E, o que achou? Não há como negar, “Mirmo Zibang” é um anime, e a senhorita aqui é a pessoa mais suspeita para falar quando se trata de animes. É que eu tenho medo de animes, de suas caras estranhas, das gotas que saltam de seus rostos e de suas vozinhas irritantes. Talvez isso seja só porque eu nunca adquiri o costume de ver essas animações japonesas, ou talvez seja porque elas são bizarrinhas mesmo. Pois “Mirmo Zibang” tem todos esses elementos de animes. E não é só isso. Personagens fofinhos que fazem coisas estranhas completam o enredo do anime. Por “coisas estranhas” entenda-se: um bando de bichinhos que vivem em canecas e voam usando colheres de chá – isso não pode querer ser levado a sério. Tudo bem, agora eu pareci uma cult maldita falando (não, Zarko, isso não foi um ataque a sua pessoa =D), mas aqui vai a parte boa da crítica: não nego, eles são bonitinhos. “Mirmo Zibang”, apesar de ser feito exclusivamente para o público de menininhas que gostam de coisas açucaradas, é bem divertidinho. Agora, o que mais me espanta nessas animações trazidas do Japão é a capacidade que o povo da terra do sol nascente tem de criar desenhos que desde o primeiro episódio já garantem vendas de bonecos ou produtos relacionados com os personagens. Qual outra explicação vocês dão a esses serezinhos bonitinhos e pequenininhos que vivem em canecas, senão uma desculpa para uma produção inteira de bonecos em canecas, de todas as cores e tamanhos? Sensacional idéia para enganar criancinhas, não? Grande coisa. ^_^ Eu até compraria um Yashichi ou um Mirmo pra mim, confesso.
Quando passa? De segunda à sexta, às 15 horas. Aos sábados, 9h30 da manhã.
:: BETTY ATÔMICA
O que é: Betty seria uma menina comum, vivendo sua rotina de filha única, suportando sua mãe perua e seu gato de estimação, e tentando sobreviver ao seu namoro. Não fosse um pequeno porém: Betty é uma guardiã do universo. Isso faz com que, de repente, ao ser chamada pelo Almirante (seu chefe, que é um…peixe de quepe), a menina tenha que largar suas tarefas cotidianas e ir dar um rolé espacial, para salvar a Galáxia, junto a Faísca, um ET verde, e X5, um robô que é a cópia de Marvin. Eles lutam contra Máximo, uma espécie de gato gigante que quer dominar o Universo. Betty tem que fazer isso tudo sem deixar que seus amigos terráqueos descubram sua identidade secreta.
E, o que achou? Apesar de falar de guerras espaciais, “Betty Atômica” é o desenho animado mais chato de todos esses quatro citados nessa matéria. Além de ser curtinho, simplesmente não tem graça. Estranho como os caras do Atomic Cartoons conseguiram transformar um enredo que tinha tudo para ser perfeito, em um desenho mediano. E a infeliz nem grita “lá vai a triônica, Betty Atômica”, como, pela lógica, deveria fazer. Não há mais o que falar, só que o Cartoon deveria abolir desenhos assim e voltar a passar Freakazoid, Pinky e Cérebro ou Sheep na Cidade Grande. O povo agradeceria.
Quando passa? De segunda à sexta, às 15h30.
:: MANSÃO FOSTER PARA AMIGOS IMAGINÁRIOS
O que é: crianças têm amigos imaginários. Eu já tive uma, aposto que qualquer nerd que se preze já teve uma boa coleção deles. Só que aí, quando crescemos, temos que dar um fim neles. Foi o que aconteceu com Mac, um menininho de oito anos que é obrigado a abandonar seu amigo imaginário, o Blu, porque sua mãe diz que ele está muito grandinho para acreditar nessas coisas. Mac é bonzinho, ao contrário de seu irmão chato, o adolescente Terrível, e consegue arranjar um lar para Blu: a Mansão Foster para Amigos Imaginários. Essa mansão existe exatamente para isso. É um lar aos amigos imaginários desprezados pela criançada, e que agora ficam nessa espécie de orfanato de monstrengos, esperando que uma boa alma os adote. Apesar de tê-lo “aposentado”, Mac vai visitar seu amigo imaginário todos os dias. Gostou da idéia? Pois saiba que surgiu da mente criativa de Craig McCracken, o mesmo cara que criou as Meninas Superpoderosas.
E, o que achou? Todo esse oba oba com outdoors e site caprichadinhos tem explicação. “Mansão Foster” é maior legal. A arte – desenho e cores – é simplesmente perfeita, consegue ser ainda melhor que Coragem o Cão Covarde. O fundo é quase inteiramente em um tom só, e só os personagens é que são mais coloridos. Realmente legal demais. Os personagens são divertidíssimos – o Blu e o Eduardo são sensacionais, são meus e ninguém tasca. Não vejo a hora de lançarem blusas com os personagens da “Mansão Foster”! Serei a primeira da fila pra comprar =D. Em contrapartida, o roteiro do desenho podia ser um pouco mais bem elaborado, pra combinar com a direção de arte. Não que seja deprimente como “Betty Atômica”, mas podia ser UM TIQUINHO melhor. Só um tiquinho. Aí a perfeição existiria. Ah, também tenho a reclamar do menininho que dubla o Mac. Ele poderia se esforçar um pouquinho mais para interpretar melhor. E uma dúvida: sou só eu que acho o Minguado a cara do Graham Chapman?!
Quando passa? Todas as sextas feiras, às 19 horas.
:: MEGAS XLR
O que é: Megas XLR foi lançado em junho de 2004, e é a 15ª criação exclusiva do Cartoon Network. Mas esse desenho segue uma linha um pouco diferente das linhas alternativas-engraçadas-perfeitas que fazem “Coragem o Cão Covarde”, Laboratório de Dexter e companhia. Cara (sim, esse é o nome do sujeito) é um cidadão que ama carros e coisas radicais como… videogames. Tudo melhora para ele quando encontra, jogado em um Ferro Velho, um robô alienígena gigante – Cara adiciona uns motores aqui, faz uns consertinhos ali, e pronto: tem o “carro” dos seus sonhos. Ao botar esse estranho meio de transporte na estrada, e começar a andar pelos States em um robô gigante, ele atrai a atenção de alienígenas que querem destruí-lo, porque sabem que Megas (o nome do robô de Cara) é um robô do futuro, feito para lutar. Para poder continuar dirigindo seu “bichinho” pelas ruas sem ser incomodado por aliens, Cara conta com a ajuda de seu amigo perfeito (Jaime), de seu mecânico (Goat) e de Kiva, uma das responsáveis pela construção de Megas.
E, o que achou? É peninha que ele não siga o padrão Cartoon Cartoons de qualidade, porque não tem um humor assim tão refinado (apesar de ser bem engraçado) ou um visual muito supimpa como os outros… mas, em si, o desenho não deixa a desejar. Talvez os meninos, que gostam mais dessas coisas de carros, robôs gigantes (ãh? Fanboy?), e tunning (aaaargh) gostem mais, mas “Megas XLR” pode muito bem ser assistido por qualquer um, mesmo porque, felizmente, existem diálogos e piadinhas, e os robôs gigantes não ficam lutando durante o episódio inteiro.
Quando passa? Todas as sextas feiras, às 19h30.
Sim, sim, em abril chegam mais novos desenhos no canal. Coisas como as novas temporadas da animação de Star Wars não são facilmente esquecíveis. Logo logo nós d’A ARCA traremos uma matéria sobre esses novos lançamentos!
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