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Artigo adicionado em 22/03/2005, às 04:56

Crítica: HERÓI
Preciso de outra cueca… Em primeiro lugar, se você não gostou de O Tigre e o Dragão devido às lutas exageradas, não vai curtir muito Herói, mesmo que este último tenha um roteiro bem superior. Dirigido e co-escrito por Zhang Yimou (diretor de filmes como Lanternas Vermelhas e Nenhum a Menos), “Herói” é um filme […]

Por
Emílio "Elfo" Baraçal


Em primeiro lugar, se você não gostou de O Tigre e o Dragão devido às lutas exageradas, não vai curtir muito Herói, mesmo que este último tenha um roteiro bem superior. Dirigido e co-escrito por Zhang Yimou (diretor de filmes como Lanternas Vermelhas e Nenhum a Menos), “Herói” é um filme que pode ser analisado sob dois aspectos: no primeiro, é uma história sobre liberdade e sobre as escolhas que temos que fazer (às vezes, muito dolorosas) em prol desse direito. Por outro lado, é também um filme para ser apreciado pelo lado estético, graças às lutas, coreografadas magistralmente por Wei Tung, parecerem com uma apresentação do Cirque Du Soleil ou algo saído do balé Bolshoi.

“Herói” conta a história de um guerreiro da antiga China conhecido como “sem-nome” (Jet Li, realmente a pessoa certa para o papel) e que é tido como imbatível. Nesta época, a China não era um país unificado, mas sim dividido em sete reinos, que viviam em guerra. Um dos maiores, o reino de Qin, é governado pelo tirano conhecido apenas como “Rei de Qin” (Daoming Chen, ótimo no papel), que sonha em conquistar os outros reinos e tornar a China um país só.

Depois de ter derrotado os três maiores guerreiros regionais (que são os maiores adversários do Rei), nosso herói sem-nome ganha a honra de se encontrar com o Rei de Qin para contar sobre a proeza – já que o monarca ficou muito curioso em saber como ele acabou com lutadores até então impossíveis de serem derrotados.

Os tais guerreiros são: Espada Quebrada (Tony Leung Chiu Wai, com certeza a melhor interpretação do filme todo e o personagem mais legal) que é um conceituado professor de caligrafia; Neve Que Voa (a mais do que belíssima e não menos talentosa Maggie Cheung), que também é professora na mesma escola que Espada Quebrada; e Céu (Donnie Yen), um criminoso procurado em vários reinos. Junto com eles, está uma talentosíssima guerreira, discípula de Espada Quebrada, chamada Lua (a gracinha da Zhang Ziyi, também do já citado “O Tigre e o Dragão” e que também estará por aqui no aguardadíssimo O Clã das Adagas Voadoras…que por sinal, também é um filme dirigido por Yimou).

Há uma intenção secreta de “sem-nome” em relação ao Rei de Qin e ela sofre muitas reviravoltas. Você verá vários acontecimentos repetidamente, mas não é um deja-vú e sim a mesma ação sendo contada pelo ponto de vista dos diversos personagens da trama, criando uma maravilhosa interligação que culminará num ponto em que todos eles terão que fazer uma escolha que será vital para o fechamento da história. Claro que não vou contar o que acontece, mas a lição que fica é daquelas pra ficar martelando sua cabeça durante um bom tempo.

Sendo assim, no aspecto de roteiro, trata-se de uma película muito bem equilibrada, dosando drama, romance e lutas no momento certo, sem deixar o filme arrastado.

Em “O Tigre e o Dragão”, por exemplo, vemos os personagens lutando com habilidades sobre-humanas…mas é só. Em “Herói”, os personagens não só também possuem motivos para lutar como, quando o fazem, parece uma dança. É como nos musicais: a história vai se desenvolvendo e entre um acontecimento e outro, rola uma música e, através dela, ficamos sabendo dos sentimentos e das ações dos personagens. Este aspecto fica mais evidente, por exemplo, em uma cena em que Neve Que Voa e Lua estão lutando em uma floresta e o ambiente, as folhagens, interagem de um modo que parece que estamos vendo não só uma luta, mas uma pintura viva, mexendo-se com beleza ímpar. Cortesia, em boa parte, da música de Dun Tan, que faz um trabalho primoroso.

Uma coisa a se estranhar foi o fato de Jet Li estar acima da sua média de “interpretação”, já que ele é mais lutador de artes marciais do que ator…E sim, eu me encantei muuuuuito com Maggie Cheung, já falei isso? 😀

Pra quem é fã e espera ver um filme com a Zhang Ziyi, já vou avisando: apesar de ter uma participação importante neste filme, ela tem muito menos destaque do que em “O Tigre e o Dragão”. Mas vale dizer que sua interpretação, que já era excelente, parece ter melhorado bastante…

Bom, não vou chover no molhado: “Herói” não é só um filme de artes marciais e sim um drama, muito bem desenvolvido que tem, como um de seus elementos, a luta. Como eu já disse, se não curtiu “O Tigre e o Dragão”, você não vai curtir muito. Mas se resolver arriscar (e pelo amor de Deus, faça isso, pois o filme é ótimo!), um aviso: não vá com a intenção de ver um filme blockbuster, pois você vai quebrar a cara.


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