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Cara, essa não é uma tarefa fácil; por outro lado, é extremamente prazeirosa. Fazer listas é quase sempre pedir para ser escurraçado, xingado, difamado e outras coisas do nível com “ado” no final. Se você é ávido leitor de quadrinhos há muito tempo, faça suas apostas sobre o que vai encontrar aqui e se concorda sobre as razões. Se você é novato, espero que essa pequena lista te ajude de alguma forma (afinal, os sebos existem pra quê?).

Bom, sem mais delongas, vamos às vias de fato:

:: BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS – Lançado em 1986 nos EUA e no ano seguinte aqui no Brasil pela Editora Abril (na época que lançava bons quadrinhos de super-heróis), esta minissérie é um marco não só na carreira do herói, mas também na história das HQs. Mostrando um Bruce Wayne envelhecido, mas não menos torturado do que antes, Frank Miller (roteirista e desenhista) presenteia qualquer fã de uma boa história com um triunfante retorno do homem-morcego no combate ao crime em uma cidade que está mais caótica que antes.

BATMAN: A PIADA MORTAL – Simplesmente diabólico, o roteirista Alan Moore mexe no passado da maior pedra no sapato do morcegão, o Coringa. Contando detalhes (sem revelar tudo) da origem do Palhaço do Crime, é uma análise psicológica profunda dos dois personagens centrais, mostrando o porquê de, no fundo, beeem lá no fundo, serem extremamente semelhantes e de precisarem um do outro. Cenas clássicas, como o tiro em Bárbara Gordon e Batman deixando o Coringa contar sua piada (que obviamente, dá o título da história) para justificar a realidade da relação dos dois são os pontos altos dessa que é uma das melhores HQs já feitas.

:: BATMAN: ASILO ARKHAM – Grotesco, repugnante, aterrador. Muitas coisas podem ser ditas desta perturbadora história escrita pelo escocês maluco Grant Morrison. Ao estilo de “Piada Mortal”, Morrison analisa os principais inimigos de Batman de uma vez só. Entretanto, o convidado de hnora a se deitar no divã não são eles, e sim o próprio vigilante mascarado! Não sei vocês, mas a cena do Duas-Caras ficando mais louco ainda com as dezenas de outras possibilidades de decisão que lhe são dadas durante o tratamento; a passada de mão que o Coringa dá na bunda de Batman (sim, se você nunca leu, isso acontece mesmo, literalmente!) ao insinuar que ele e Robin têm um caso homossexual; e o sensacional clímax (não vou estragar aqui contando detalhes, vai…) são as maiores pérolas desta fenomenal história.

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:: BATMAN ANO 1 – A essência primordial do Cavaleiro das Trevas em todo o seu conteúdo e forma. Escrita de forma espetacular pelo já citado Miller, este arco de histórias publicado pela Editora Abril em uma extinta versão da revista do vigilante mascarado editada na década de 80 (e depois reeditada várias vezes em versão encadernada), é simplesmente deliciosa de ler. A único defeito dela é que quando você acaba de devorar, ainda quer mais. Tudo o que define, molda, dá forma ao mundo do Cavaleiro das Trevas está aqui. Cada palavras, cada diálogo é mostrado de forma simples, direta e solta, formando um conjunto espetacular, um roteiro brilhante.

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:: BATMAN ESPECIAL: A MORTE DE ROBIN – Sim, uma história que repercute não só na vida do morcegão, mas em todo o Universo DC. Tentando desesperadamente procurar sua mãe verdadeira, o outrora garoto de rua Jason Todd, agora treinado por Batman e vestindo o manto de Robin, investiga a fundo e vai até o Oriente Médio, onde tudo indica que é o paradeiro da mulher. Porém, ele não contava (nem o Batman) com uma pessoa em seu caminho: o Coringa! Com uma narrativa cinematrográfica e angustiante, um texto competente e perturbador, a morte do segundo Robin é algo que ficou para sempre na memória dos fãs de quadrinhos e que jamais vai ser apagado.

:: BATMAN ESPECIAL: AS DEZ NOITES DA BESTA – Sim, Jim Starlin já escreveu algo que preste, e esta edição especial é uma delas. Diferente do que o artista fez nos últimos anos (uma porcaria atrás da outra), “As Dez Noites da Besta” é Batman lidando com intrigas internacionais, jogadas políticas, espionagem e com o maior assassino profissional que o mundo já conheceu. Pela primeira vez vemos algo totalmente impensável até o momento: alguém tão bom quanto Batman… e seu nome é A Besta. Infelizmente, depois desta edição especial, muitos vilões, tão bons em suas habilidades quanto o próprio vigilante mascarado apareceram, mas todos parecem cópias uns dos outros. O próprio Bane é um exemplo disso. Contra A Besta, Bane não duraria dez segundos. A cena em que A Besta corta a própria mão com um machado para escapar de Batman mostra o porquê disso, além de ser, claro, a melhor cena de toda a história.

:: BATMAN ESPECIAL: AS VÁRIAS FACES DE BATMAN – Fã que é fã do personagem não pode dizer que o é sem ter lido esta edição. Aqui tem: a primeiríssima história de Batman, tirada de Detective Comics 27; a primeira aparição de Robin; a primeira aparição do Charada; a primeira aparição da Batgirl; entre outras excelentes histórias do personagem. Há para todos os gostos, desde um maravilhoso mistério envolvendo o Duas-Caras, passando por um encontro com o Monstro do Pântano e até uma história de natal desenhada por Frank Miller ainda em começo de carreira. É a carreira de Batman vista desde sua criação até os dias de hoje, essencial para quem quiser perceber as mudanças que o personagem sofreu ao longo das décadas.

:: BATMAN: A ESPADA DE AZRAEL – A minissérie em que Azrael, o Anjo Vingador, apareceu pela primeira vez. Não é só o fato de o substituto maluco do Batman ter feito sua estréia aqui que justifica sua colocação na lista, mas de a história ser também muuuuuito bem escrita. Desenhada por Joe Quesada (hoje editor-chefe da Marvel), “A Espada de Azrael” consegue envolver qualquer um, principalmente pela razão de, na época, toda a essência do Anjo Vingador estar ali… e digo isso porque hoje em dia é um personagem ruim, pobre e mal aproveitado…

:: UM LUGAR PARA MORRER – Este arco de histórias, que começa em Novos Titãs 54 (na época em que os quadrinhos dos heróis ainda estavam nas mãos da Editora Abril), mostra as origens do atual Robin, Tim Drake. Desde a investigação que o levou a concluir que Batman é Bruce, seu treinamento com Asa Noturna e sua primeira aventura ao enfrentar ninguém menos do que o Duas-Caras, entre outras coisas, torna esta história muito legal de ler e ver como Tim foi lapidado e moldado segundo os padrões de Batman.

:: LIGA DA JUSTIÇA (fase de Grant Morrison) – Ok, vamos por partes: Batman derrota sozinho Starro? Confere! Batman derrota sozinho 5 marcianos e salva não só a Liga, mas o mundo? Confere! Batman se vinga de Prometheus de forma espetacular? Confere! Os planos de Batman contra seus companheiros se mostram totalmente eficazes quando Ra´s Al Ghul os usa contra o próprio grupo? Confere (ok, esta última foi escrita por Mark Waid, mas sabia que a base da história foi toda feita por Morrison?)! Precisa de mais razões para mostrar o porque de essa fase ser tão importante no universo do homem-morcego? Claro, há várias outras razões, mas as citadas aqui já mostram tudo o que precisa ser mostrado para provar que Batman é O MELHOR naquilo que faz (e não como um certo canadense baixinho e enfezado…).

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E aí? Concordam? Discordam? Faltou algo ou alguém aí ficou a fim de atirar a primeira pedra? Bom, fiz o melhor que pude depois de desencavar milhares (literalmente!) de gibis de minha coleção, pesquisar em sites do morcegão para relembrar histórias que eu nem lembrava mais que existiam e mais outras coisas do gênero. Após uma delicada seleção, fui enxugando, enxugando, enxugando e cheguei nesta lista. Espero ter agradado a todos (na verdade, o primeiro a tacar pedras vai ser o El Cid, devido ao fato de eu ter colocado “O Cavaleiro das Trevas” antes de “A Piada Mortal”, mas fazer o quê, né?) e feito com que fãs mais recentes do personagem tenham uma base do que é o mundo de Batman e cia.

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