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Artigo adicionado em 01/02/2005, às 06:33

QUEER EYE FOR THE STRAIGHT GUY
É como diria o Carlinhos: eles são tuuuuuuudo! Deus cria os dinossauros. Deus destrói os dinossauros. Deus cria os homens. Os homens destróem Deus. Os homens criam os dinossauros. Os dinossauros destróem os homens. E as mulheres dominam a Terra. Para quem não captou, essa é uma citação tirada do primeiro filme O Parque dos […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


Deus cria os dinossauros. Deus destrói os dinossauros. Deus cria os homens. Os homens destróem Deus. Os homens criam os dinossauros. Os dinossauros destróem os homens. E as mulheres dominam a Terra. Para quem não captou, essa é uma citação tirada do primeiro filme O Parque dos Dinossauros. E eu, agora, completo: as mulheres destróem as mulheres. E os gays dominam a Terra.

Não sou uma defensora dos fracos e oprimidos, nem tenho vontade de ser madrinha de uma parada gay, mas foi aquele parágrafo acima que me passou pela cabeça assistindo a Queer Eye for the Straight Guy nesse último domingo. O que? Ainda não descobriu esse programa? Antes tarde do que nunca. No próximo domingo, salve o tédio desse dia, ligue na Sony às 20 horas e prepare-se para bons momentos de risadas – mas não esqueça da caderneta para anotar as preciosas dicas dadas pelo Fab Five.

O reality-show “Queer Eye for the Straight Guy” tem como missão resgatar das profundezas de sua deprimência algum homem heterossexual (quanto mais porco grosseirão, para eles, melhor), transformando o troglodita em um ser, por assim dizer, mais apresentável. Os responsáveis por isso são um decorador, um estilista, um expert em cultura, um especialista em beleza e um chef – todos gays e dispostos a “mudar o mundo”, que começaram essa mudança com homens dos mais desleixados encontrados por aí. Mas esqueça reality-shows como Extreme Makeover – a função desse quinteto tresloucado é muito maior que simplesmente mudar a aparência da vítima. A missão do programa é muito maior do que uma mudancinha temporária. Em um dos últimos episódios exibidos, o participante do programa sofria de depressão e ia se submeter à transformação para marcar uma transição na sua vida. Então, ele não ganhou apenas uma aula de culinária, e sim um curso completo de culinária, em que, além de aprender a cozinhar, também faria novas amizades. Isso é que é classe.

:: MISSÃO: UM OLHAR “DIFERENTE” PARA O CARA HETERO

Para participar da mudança radical proposta pelos cinco fabulosos, o sujeito tem mesmo que ser um projeto de gente mal vestida e mal educada, mas – mais importante que isso – ele tem que estar prestes a passar por algum motivo importante, alguma virada na vida. Seja uma festa ou passeio marcando o fim de uma depressão, ou pedindo a amada em casamento, ou reunindo a família novamente… Os cinco rapazolas pegam essa missão praticamente impossível, e, com um bom dinheiro e olhar clínico, renovam a vida do participante do programa. Para isso, cada um ataca de um lado: Jay cuida da parte cultural, ensinando coisas variadas que vão de etiqueta a dança, Thom bota a casa do indivíduo abaixo, e se encarrega da nova decoração e arrumação (as mudanças feitas nas casas são absurdamente maravilhosas), Kyan se esforça para transformar a cobaia em um ser mais bonito, Ted ensina culinária, e Carson cuida do guarda roupa (sim, o programa se encarrega de não só fornecer a roupa para o evento em questão, mas faz o favor de renovar todo o guarda roupa do “straight guy”).

Em uma hora de programa vemos a visível transformação do escolhido do dia, que, tendo sua casa, seus hábitos e maneiras dissecados por quatro gays que não têm papas na língua, e não têm vergonha de abraçar e trocar beijinhos de amigo com “caras comuns”, fica um tanto quanto confuso (e isso é hilário). O mais divertido do programa não é apenas o senso de humor dos cinco protagonistas, mas ver como uma decoração, uma mudança na aparência e umas aulas de etiqueta e culinária fazem uma enorme diferença. E os salvadores da pátria fazem isso sem a intenção de fazer com que o cidadão hetero vire uma drag queen (se isso fosse exibido em tevê aberta, juro de pés juntos que a intenção do programa seria outra) – o cara continua lá, com sua masculinidade intocada, mas seguindo as dicas dos cinco novos amiguinhos experts em coisas de qualidade. Não é um luxo?

E, ainda, ao término de cada programa, o Fab Five dá dicas bacaninhas sobre os assuntos tratados no episódio. Era de se esperar que uma idéia interessante dessa gerasse filhotes. Foram eles: um livro com dicas do grupo – um verdadeiro guia para quem quer aprender mais sobre o que falam no programa, e um cd com a trilha sonora (com nomes desconhecidos e estrelas mais que conhecidas como Elton John e Sting). E, na TV, Queer Eye for the Straight Girl (apresentado por três moços e uma mulher) estreou esse mês nas terras gringas, mas ainda não tem previsão de lançamento por aqui. Além disso, uma paródia foi feita pelo Comedy Central, em que heteros é que se encarregam de deixar um homossexual menos “delicado”.

:: CONHECENDO AS FIGURAS

:: Kyan

Kyan Douglas é o responsável pelos cuidados no visual. E isso inclui sessões de salão de beleza, aulinhas de higiene e de como se fazer apropriadamente a barba, manicure, pedicure e aulas de academia. O mais bonitinho e querido pelas garotas, Kyan, de 34 anos, começou sua carreira na área de beleza com um curso de massagem terapêutica, e daí em diante fez cursos e mais cursos se especializando em estética. Além disso, Kyan também é especialista em cores, e já fez projetos para televisão e revistas.

:: Ted

Ted cuida da parte gastronômica. São aulas de culinária que tentam (mas nem sempre com muito sucesso) fazer com que os trastes saibam ao menos fazer um café – e, para trastes com maior QI, algumas dicas para diferenciar tipos de molhos, vinhos e bebidas também são úteis. O mais charmoso e querido pela Srta.Ni, Ted tem 39 anos e é conhecido por seus trabalhos jornalísticos nas revistas Chicago (como editor e crítico gastronômico) e Esquire (como co-autor de uma coluna chamada Coisas Que um Homem Deveria Saber, que fala sobre moda, sexo, etiqueta de negócios e coquetéis, e que virou uma série de quatro livros).

:: Carson

Carson Kressley, o loirinho mais “frenético” de todos os cinco, é o guia de moda. Visitas a lojas de roupas, sapatos e acessórios, e dicas fashion estão sob sua responsabilidade. Nascido em 1969, Carson começou no mundo da moda como estilista independente, e, anos depois, passou a trabalhar na Polo Ralph Laren, primeiramente na área de roupas esportivas para homens, e, depois, no setor de Publicidade. Além de publicitário, estilista e apresentador, Kressley também é eqüitador.

:: Rai

Rai Rodriguez é o responsável pelos ensinamentos de cultura, comportamento e estilo. O que envolve trivialidades como: como se comportar socialmente e em público, como conduzir uma conversa, e como dar seus primeiros passos em uma pista de dança. Rai tem 27 anos, e adquiriu seus conhecimentos de comportamento e cultura na sua carreira de ator, cantor e dançarino. Sim, ele é um ator completo e já participou de vários musicais, entre eles, a peça Rent, da Broadway. Atualmente, além de participar de “Queer Eye”, Rai está em cartaz com a peça off-Broadway Zanna, Don’t! e se apresenta em clubes noturnos modernosos de Nova York.

:: Thom

Thom Filicia é o decorador. Enquanto os outros do grupo saem às compras, carregando o felizardo hetero junto com eles, Thom fica na casa do indivíduo, transformando o que antes poderia ser chamado de ninho de ratos em uma casa lindamente arrumada e organizada. Thom, também de 1969, tem uma empresa de decoração, a Filicia Inc, e já apareceu em muitas revistas e jornais sobre o assunto. A revista House Beautiful elegeu o moço como um dos 100 melhores profissionais da área nos Estados Unidos.

Agora, não me venham com essa conversa de “eles são um bando de bichas loucas”, que isso é dor de cotovelo. Afinal, quem foi que deixou que eles passassem a perna (sem trocadilhos aqui, por favor), e evoluíssem mais rápido, aprendendo a cozinhar, a cuidar de uma casa, se vestir e ter bom gosto? Mas eu sou otimista. Mais uns anos, e todo mundo acorda (sim, mulheres também, por que não?), que ter bom gosto, ser moderno e sentir atração pelo sexo oposto não são necessariamente coisas que se auto-excluem.


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