Uma caçadora de vampiros que destrói as criaturas da noite enquanto ouve MP3s? Um Drácula metido a Alexandre Frota? Uma ceguinha que sabe tudo de biologia e ciência? Blade Trinity tem tudo isso e muito mais. Traduzindo: é o filme mais fraco de toda a trilogia.
Não há muito o que comentar sobre a terceira parte da famosa franquia da Marvel Comics, que teve a capacidade de trazer os filmes de super-heróis ao patamar profissional que todos nós, nerds e entusiastas de plantão, sonhávamos. É fato: se o primeiro “Blade” não tivesse tido um sucesso razoável nas bilheterias, é bem provável que X-Men jamais saísse das idéias de Avi Arad, Tom DeSanto e Bryan Singer. E nada de Homem-Aranha, Hulk…
Bem, como eu dizia, não há muito o que comentar sobre “Blade Trinity”. Nessa terceria aventura, Blade (Wesley Snipes, perfeito no papel) deverá enfrentar o mal supremo, Drácula (Dominic Purcell), achado pelos sangue-sugas para acabar de vez com a raça do caçador de vampiros. Desta vez, Blade contará com a ajuda dos Nightstalkers, um desconhecido grupo de humanos que também brinca de pega-pega com os vampirões.
“Blade Trinity” não tem o vilão bacanudo do primeiro – o Drácula de Purcell parece um pit-boy metido a moderninho e cheio de marra, e não chega a ameaçar nada como o Deacon Frost de Stephen Dorff – ou as sequências de ação do segundo, dirigido pelo mais que competente Guillermo del Toro. A história é bobinha e previsível – afinal, o roteiro continua nas mãos de David Goyer – mas como dessa vez Goyer assina também a direção, parece que o dia-a-dia no set de filmagens mostrou um pouquinho como seus diálogos eram batidos e clichés. Não está sensacional, mas pelo menos é uma melhora.
Nem mesmo os Nightstalkers conseguem ser uma boa adição ao filme como o trailer mostrava. Certo, certo, devo dizer que Ryan Reynolds como o ex-vampiro Hannibal King possui as melhores falas e cenas do filme. Além disso, ver o ator na pele de um herói é uma novidade: Reynolds é conhecido apenas pelos seus papéis cômicos, como na série de tv Two Guys, A Girl and a Pizza Place ou no filme National Lampoon´s Van Wilder, e conseguiu mostrar que é um ator muito versátil. King é engraçado e mostra força quando necessário. Pena que o roteiro raso de Goyer desenvolve muito pouco o personagem.
O mesmo acontece com Jessica Biel e sua Abigail. Filha de Whistler (Kris Kristofferson, mal aproveitado), ela decidiu se juntar à causa de seu pai. E é isso. Não há mais nenhuma informação sobre a personagem, a não ser que ela adora baixar músicas e enfrentar hordas de vampiros ao som de seu IPod. Sem muito para acrescentar, uma cena muito sexy da menina no meio de um banho (totalmente desnecessária) acaba sendo a saída para mostrar ainda mais a bela barriguinha de Biel. Fazer o quê? ^_^
E é isso. Não vou dizer que é uma grande porcaria, mas tinha tudo para ser o melhor filme da série. Vá ao cinema, assista e esqueça logo que os créditos começarem a subir. Se não tiver paciência, espere em DVD. E olhe lá.
|