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Artigo adicionado em 04/01/2005, às 12:06

Crítica: A LENDA DO TESOURO PERDIDO
Bom, mas pretensioso. Que me desculpem os desafetos do Jerry Bruckheimer, mas o cara realmente tem o toque de Midas: tudo – ou quase tudo – o que ele produz se torna um sucesso. A lista inclui velharias como Flashdance, Top Gun, Um Tira da Pesada e coisas mais recentes como A Rocha, Armaggedon, Con […]

Por
Gustavo "Bux" Klein


Que me desculpem os desafetos do Jerry Bruckheimer, mas o cara realmente tem o toque de Midas: tudo – ou quase tudo – o que ele produz se torna um sucesso. A lista inclui velharias como Flashdance, Top Gun, Um Tira da Pesada e coisas mais recentes como A Rocha, Armaggedon, Con Air, Pearl Harbor, Rei Arthur e séries de tevê como as da franquia C.S.I., Cold Case e Without a Trace. Você pode até não ter gostado da maioria da lista, mas não pode negar que conhece e assistiu à maioria, que são sucesso de público e conquistaram também uma parte da crítica. O fato é que Bruckheimer sabe como poucos transformar um produto de entretenimento em um sucesso. Gostem disso ou não os pseudo-intelectuais. Mas isso não quer dizer, de forma alguma, que os filmes sejam excepcionais ou que entrem para a história como exemplo de como fazer cinema. São simplesmente filmes feitos pra ganhar dinheiro. E ganham. Nisso eles são competentes e pronto.

É essa a exata descrição que se pode fazer de A Lenda do Tesouro Perdido, em cartaz nos cinemas: uma boa diversão por duas horas e pouco, um filme que prende a atenção, bem movimentado e bem produzido, que conseguiu o feito de estrear em primeiro lugar nas bilheterias americanas, tirando Os Incríveis do topo e conseguindo, até agora, US$ 160 milhões. Não por acaso, recebeu uma acolhida bem pior da crítica do que do público, infantilizado o suficiente para não perceber certas forçações de barra e ávido para parecer inteligente. Como todos os filmes de Bruckheimer, preza muito mais a forma do que o conteúdo, apostando que o público pouco exigente vai ficar extasiado com as sequências de roubo editadas para parecerem geniais, num estilo que lembra muito a ação dos agentes da série C.S.I.

O preconceito que eu tinha com o filme quase me fez não assisti-lo. Afinal, gente importante como o crítico norte-americano Roger Ebert declarou que a história é tão boba que o grupo Monty Python poderia filmar o mesmo roteiro sem mudar absolutamente nada. Mas, além de uma namorada fã de História, o filme tem dois de meus atores favoritos: Nicolas Cage e Harvey Keitel. A curiosidade venceu.

Você deve ter ouvido dos mais entusiasmados absurdos como como ‘Indiana Jones do século 21’, mas o filme passa bem longe disso. É uma aventura de ação competente e só. Nem a idéia é original, e a inspiração é óbvia: o megasucesso literário Código Da Vinci. Só tiveram o trabalho de trocar a situação do livro de Dan Brown por pistas para um tesouro inimaginável escondidas dentro da declaração da independência americana. Copiaram na cara dura, sem nenhum constrangimento. E enfiaram, claro, diversas fases de videogame dentro da história, já pensando no merchandising.

Estrelado por Cage, o sempre excelente Keitel e a belíssima Diane Kruger, de Tróia, um surpreendentemente divertido Jon Voight (não consigo, definitivamente, simpatizar com ele) e Sean Bean (o Boromir da trilogia O Senhor dos Anéis), o filme mostra Cage como Benj Gates, o membro atual de uma família tradicional de historiadores, alvo de troça da comunidade científica por ter perseguido, desde sempre, um grande tesouro que estaria escondido em algum lugar do mundo e cuja pista principal teria sido escondida por uma sociedade secreta derivada da maçonaria e dos antigos cavaleiros templários (Benjamin Franklin teria sido um membro) dentro do tal documento histórico.

Logo no início da trama, Benj se desentende com seu financiador, Ian Howe, um milionário sem escrúpulos e de passado pra lá de criminoso, que resolve, contra a opinião de Benj, roubar o superprotegido documento e conseguir a pista que falta para ter acesso ao tesouro. Inicia-se, então, um jogo de gato e rato, um quebra-cabeças bem intrincado: Benj precisa, para proteger a obra, roubá-la antes do vilão, e para isso segue uma pista atrás de outra, que o leva a vários pontos históricos norte-americanos. Acaba também se envolvendo com a doutora Abigail Chase (Diane), que é justamente a encarregada de proteger a declaração. No final, claro, existe a clássica abertura para uma continuação.

Tendo muito boa vontade e perdoando uma série de fios soltos e buracos no roteiro, dá pra curtir bem A Lenda do Tesouro Perdido como divertimento antes do shopping ou da pizza. Não é ruim como muita gente diz. Mas não chega aos pés da própria pretensão.


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