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Artigo adicionado em 03/12/2004, às 11:31

METALDER: O Homem-Máquina!
Um dos seriados nipônicos mais originais de todos os tempos. E cuidado com os SPOILERS! Muita gente se lembra de Jaspion, Jiban, Jiraiya, Changeman e outros seriados japoneses, mas nem todos se lembram de Metalder. E o pior é que quando mostramos (isso acontece com mais frequência do que se imagina) a foto do herói, […]

Por
Emílio "Elfo" Baraçal


Muita gente se lembra de Jaspion, Jiban, Jiraiya, Changeman e outros seriados japoneses, mas nem todos se lembram de Metalder. E o pior é que quando mostramos (isso acontece com mais frequência do que se imagina) a foto do herói, tem muito daqueles que perguntam: “Ah, VR Troopers?” – VR Troopers? Ah, maldito pessoal da Saban (já explico isso…)!

Mas, de “trooper”, esse herói não tem nada. Sua origem nas telinhas brasileiras se deu muito antes e em seu formato original, graças a Deus! Metalder foi exibido na Rede Bandeirantes, logo após Goggle V e Machineman. Dos três, apesar de ser o mais cabeça e bem produzido, Metalder era o mais ignorado (mas quem tem um pouco de cérebro sabe que o negócio era bom!). Entretanto, ele teve seu sucesso aqui no Brasil e sei que muita gente que ler isso aqui vai ter espasmos de alegria.

Enfim, antes de contar muitos detalhes da produção, vamos à história da coisa toda: No final da 2ª Guerra Mundial, um grupo de cientistas chefiado pelo Dr. Koga criam um poderoso andróide para ser o protetor do Japão e uma esperança contra as outras nações. O detalhe é que o Dr. Koga não queria apenas criar uma máquina de matar, mas sim um ser humano artificial. Para chegar mais perto do que queria, o Dr. criou o andróide com a aparência de seu falecido filho Tasuo Koga. Com o fim da guerra e a derrota do Japão, o cientista escondeu sua criação numa caverna secreta sem nunca tê-lo posto para funcionar.

Depois de décadas, o Japão se torna uma grande potência econômica e mundial. Uma das suas maiores empresas é uma multinacional com vários ramos de atividade, e seu presidente é um sinistro e misterioso homem chamado Makoto Dolbara. Seu grande segredo é ser o monstruoso Imperador Neroz, do grande Império Neroz. Os guerreiros que formam esse império são divididos em quatro tipos de exércitos:

– Tropa Blindada: em suas fileiras estão soldados usando armaduras especiais de combate. O líder da tropa é Arthur, braço direito do Imperador Neroz e seu sósia na identidade de Makoto Dolbara.

– Tropa Monster: Formada por criaturas criadas através de engenharia genética e seu líder era Davius.

– Tropa Cibernética: Totalmente composta por andróides de combate. O líder era Balzac.

– Tropa Mekanol: Robôs com blindagem e armamento pesado, para combate puro e simples. O líder se chamava Druon.

Várias empresas concorrentes da empresa de Neroz sofrem atentados e têm seus mais importantes membros assassinados, sem falar nas pessoas que se colocam no caminho da organização e acabam dizimadas. Com tamanho apoio criminoso através de suas tropas, a empresa de Neroz cresce cada vez mais e começa a lidar com vendas de armas para terroristas e tráfico de escravos. Anos atrás, Dolbara foi um assistente do Dr. Koga e está usando seus conhecimentos científicos para criar seu império.

Porém, o Dr. Koga fica sabendo das ações de Neroz e ativa seu esquecido andróide Metalder para acabar com as ações de seu ex-amigo. O valente cientista acaba ferido durante um perseguição que sofre pelas criaturas de Neroz e mal consegue ativar sua criação. O cientista batiza sua criação com o nome de Hideki Kondo (no original japonês o nome é Ryussei Tsurugi). Só que o cientista percebe, pelos monitores, que seus implacáveis caçadores estão se aproximando e decide sair da caverna para despistar os vilões. Metalder, ainda confuso com tudo, vai atrás de seu criador só para vê-lo ser morto devido a um ataque cardíaco. Imediatamente ele assume sua forma blindada e trava combate. Totalmente inexperiente, Metalder é presa fácil nas mãos de Arthur. Apesar da derrota, consegue voltar à base secreta para reparos e acaba conhecendo o cão-ciborgue Springuer, criado por Koga para ajudá-lo no que fosse preciso. Aos poucos, Metalder acaba aprendendo a controlar todo seu poder e aplicar o golpe Punho Titânico, dado com seu braço energizado. O herói, é claro, promete destruir Neroz e suas ambições.

Em um dos primeiros capítulos, Hideki conhece a linda fotógrafa Maya Aoki e eles começam a sair juntos. Não demora muito e Maya descobre a verdade sobre Hideki (pois é… Peter Parker fazendo escola! Hehehehe…) e passa a ajudar o herói em várias investigações. Pouco depois, Metalder ganha dois aliados:

– Top Gunder, atirador de Neroz da Tropa Cibernética que se revolta contra seu criador.
– Satoru, motociclista folgado, convencido e cheio de iniciativa que é apaixonado por Maya (e a garota fica, é claro, dividida entre os dois).

Acumulando diversas vitórias, Metalder descobre o prazer e a alegria de viver. Ele vê o futuro e faz planos com esperança (engraçado que não me lembro de terem tocado no assunto sobre um andróide ter emoção, mas…). Porém, nem tudo são flores….

Junto com Top Gunder, Metalder invade o QG de Neroz, que parece ter morrido em uma explosão. Dos escombros, surge Arthur, que mata Top Gunder e foge. Mais tarde, Metalder descobre que foi enganado: o Neroz que morreu na explosão era, na verdade, Arthur, que havia trocado de lugar com seu mestre. Obviamente, foi Neroz, que disfarçado de Arthur, matou Top Gunder. Antes que um novo Império fosse organizado, Metalder descobre o esconderijo do vilão. Antes de ir, ele grava uma fita de despedida para Maya e Satoru, desejando felicidades aos dois.

O momento final finalmente acontece: Neroz invoca a energia espiritual dos guerreiros mortos por Metalder (hein??? Só se for da Tropa Monster e da Tropa Blindada, porquê de resto são máquinas…) e ataca o herói. O Dispositivo Gravitacional, fonte de toda a energia e poder de Metalder é danificado e ameaça explodir com a potência de uma bomba atômica, devastando parte do Japão, o que me leva a pensar: mas se ele foi feito pra combate, ele, logicamente, vai ser danificado mais cedo ou mais tarde, certo? Então como um cientista coloca algo nele equivalente a uma bomba dessas? É como se dissessem: “Ei, sou uma bomba atômica ambulante, atirem em mim!” Bom, divagações à parte, o dispositivo fica no cinto de Metalder e também permite ao herói se transformar em Hideki e vice-versa. Neroz, é claro, se oferece para salvar o herói, se ele jurar lealdade. Como todo nobre bom moço, Metalder ataca furiosamente sem hesitar. No auge da batalha, Metalder usa o Punho Titânico para decepar o vilão. Com a morte de Neroz, o esconderijo desaba. Maya, Satoru e Springuer vão atrás de seu amigo e lá ficam sabendo do terrível destino dele: preso nos escombros do esconderijo e bastante ferido, o herói pede a Maya que pegue a espada de Arthur e use-a para destruir o dispositivo para evitar a destruição de parte do Japão. Porém, o que ele pede é praticamente um suicídio, pois morrerá, já que necessita do dispositivo para continuar funcionando. Maya, mesmo entendendo os motivos de Metalder, não consegue fazer mais do que chorar. Apesar de tudo e lamentando muito, Satoru pega a espada e a finca no herói. Um levante de energia joga os dois para longe e tudo o que eles vêem é a despedida de seu amigo. Com suas últimas forças, decide se afastar e morrer longe dos olhos de seus amigos. Ao seu lado, Springuer permaneceu até seus últimos momentos.

:: A PRODUÇÃOMetalder não teve muito sucesso no Japão, mas aqui foi, felizmente, bastante diferente. Com roteiros que equilibravam muito bem drama e romance com muita ação e aventura, Metalder com certeza tem que ser incluído nos mais originais e inteligentes (apesar das mancadas que citei nesta matéria) seriados japoneses que já passaram por telinhas brasileiras. A trilha sonora instrumental, composta por Seiji Yokoyama é simplesmente de arrasar e o visual não fica atrás. O designer de Metalder foi inspirado em dois heróis japoneses muito conhecidos por lá na década de 70: Kikaider e Kikaider Zero I. Os vilões são um show à parte, pois possuem uma lealdade e honra ao nível dos antigos samurais. Ah, uma curiosidade: o ator Hiroshi Kawai, que interpreta Satoru foi o inesquecível Change Grifon, dos Changeman!!!

E quando amaldiçoei a Saban no começo da matéria, pra quem não sabe, a razão é a seguinte: essa distribuidora americana comprou os direitos do personagem para montar a série Virtual Reality Troopers, que combinava as cenas do seriado com cenas tiradas de outra série, Spielvan (lembram do “Jaspion 2”?). Juntando àquela receita de colocar atores americanos e pronto, a cagada estava feita! Com uma concepção mais adulta e coerente, Metalder merece ser classificado com um clássico: até minha mãe assistia! Onde já se viu, os adultos da década de 80 assistirem seriados japoneses??? Pois é, Metalder tinha o poder de cativar todas as idades. Do vibrante início ao trágico final, é um seriado que nunca será esquecido por aqueles que assistiram.

Ficha Técnica:
Título original: Tyo Jinki Metalder
Exibido no Japão de 16/03/87 a 17/01/88
Total: 39 episódios e um no cinema
Criado por Saburo Yatsude
Roteiro: Shozo Uehara (principal)
Trilha Sonora: Seiji Yokoyama
Desenho de produção: Keita Amemiya
Efeitos especiais: Nobuo Yajima
Direção: Yoshiji Tomita, Itaro Orita e Takeshi Ogasawara
Produção: Toei Company e TV Asahi.


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