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Artigo adicionado em 21/12/2004, às 01:48

DILBERT
O rei da comédia corporativa! Dilbert é um engenheiro de cerca de trinta anos de idade, que faz parte da imensa massa trabalhadora que se engravata e vai trabalhar em um escritório, em uma baia apertada, sob as ordens de um chefe chato. Isso já é suficiente para fazer com que um monte de gente […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


Dilbert é um engenheiro de cerca de trinta anos de idade, que faz parte da imensa massa trabalhadora que se engravata e vai trabalhar em um escritório, em uma baia apertada, sob as ordens de um chefe chato. Isso já é suficiente para fazer com que um monte de gente se identifique com o carinha da gravata torta. Dilbert trabalha em uma empresa de grande porte na Califórnia, e ama tecnologia: aliás, muito mais do que ama as pessoas e seus colegas de trabalho. Seu fiel companheiro é Dogbert, um cachorro megalomaníaco que é a cara do dono, incluindo aí os óculos e a habilidade de falar.

As histórias criadas por Scott Adams e estreladas por Dilbert falam do dia a dia de uma empresa, do mundo dos negócios, tirando um sarro com todas as chatices que fazem parte realmente desse cotidiano corporativo: burocracias, funcionários incompetentes, disputas empresariais – não é à toa que suas tirinhas são tão bem recebidas por funcionários da vida real em todas as partes do mundo, que tiram uma horinha vaga para ler os quadrinhos do Dilbert.

Aliás, foi graças a essas horinhas vagas que o personagem nasceu. Scott Adams era um economista que, bizarramente, também era um hipnotizador diplomado (!): ele trabalhou em bancos em várias funções durante um bocado de tempo, até seus trinta anos de idade, sempre sofrendo as pressões de ser empregado – e, nas horas de folga, ou durante reuniões cansativas, desenhava para passar o tempo. Dilbert nasceu como um desses rabiscos e virou marca registrada de Adams em seu trabalho (o moço até usava o personagem em suas palestras).

:: CONHEÇA SCOTT ADAMS

Scott Adams nasceu dia 6 de agosto (igual eu ^_^!) de 1957, em Nova York, e trabalhou na Califórnia até o fim da década de 70. Mas aquela vida de funcionário de banco não combinava com ele, e por isso, o cartunista vivia estressado, com seus ímpetos humoristas brigando com a sisudez da profissão a todo o instante. Isso era muito estressante para Adams, que chegou inclusive a ficar duas vezes na mira de um revólver, em assaltos nos bancos em que trabalhou.

Então, ele passava o tempo desenhando para relaxar, criando cartuns com seus patrões e colegas de trabalho como personagens, ironizando cada um. Dilbert não era baseado em alguém específico, embora tenha muitas características do próprio Scott Adams. Um belo dia, em 1988, Adams juntou todas as tirinhas que tinha criado até então, e resolveu arriscar: após aprender todos os processos que deveria passar para virar um cartunista, enviou seu trabalho para o Sindicato responsável pelo setor nos EUA. E a surpresa veio logo em seguida – os caras gostaram das histórias de Dilbert, e, no ano seguinte, Adams já tinha assinado um contrato. Dilbert e seus amigos estrearam em 50 jornais em 1989. Enquanto isso, até 1995, o cartunista continuou em seu velho emprego no banco, desenhando suas tirinhas quando chegava do serviço. Seus quadrinhos são baseados em situações vividas por ele, e por amigos e fãs que passaram a contribuir com o autor, enviando-lhe por e-mail algumas idéias.

Quando viu que Dilbert e seus frutos já eram suficientes para cobrir suas despesas, Adams saiu de seu emprego e passou a dedicar-se exclusivamente ao que gostava: criar quadrinhos, hoje publicados em cerca de 2000 jornais em 65 países ao redor do globo, e em seu site oficial (www.dilbert.com). O engenheiro da gravata torta já rendeu e muito para o autor, e não só em tirinhas. Scott Adams já publicou várias coletâneas de tirinhas, seis livros que misturam texto e quadrinhos, falando do universo das grandes empresas de forma engraçadinha (ele fala, por exemplo, que o ISO 9000 não passa de um massageador de ego para os executivos), sendo que quatro desses livros viraram best-sellers. O sortudo ex-bancário que virou cartunista já escreveu também dois livros que não têm nada a ver com Dilbert: Partículas de Deus e The Religion War (ainda não lançado aqui). Aqui no Brasil seus títulos lançados pela Ediouro até agora foram Corra, o Controle de Qualidade Vem Aí, Leve uma Vida Melhor Roubando Materiais do Escritório, Fazendo Musculação com o Mouse, Você Não Sobrevive Apenas Por ser Inteligente, Manual de Gerência Dogbert, Futuro Dilbert, Não Gaste seu Precioso Tempo em Reuniões Idiotas e O Princípio Dilbert.

Dilbert já virou inclusive um desenho animado (com a co-produção de Adams), um videogame e empresta seu nome a infinitos produtos licenciados. Em 2002, Scott Adams lançou a Dilberito, uma companhia de alimentos, que fabrica uma espécie de panquecas com sabores diferentes, em caixinhas estampadas pelo carismático personagem, e que são vendidas principalmente em cantinas de faculdades e cafeterias.

Scott Adams não é um desenhista de mão cheia. O autor confessa que tem dificuldades de desenhar seus protagonistas até hoje, mas não vê isso como um grande problema, já que os quadrinhos de Dilbert não se propõem a ser artísticos: seus desenhos são apenas auxiliares dos diálogos inteligentes. Quanto a futuros projetos, em um chat oferecido pelo Washington Post em julho de 2002, Scott Adams disse: “[quero desenhar] até que eu me torne constrangedor, mas não notar isso. Espero que minha velhice chegue assim que minhas habilidades falharem“. Nesse mesmo chat, ele explicou a um fã o significado da gravata de Dilbert: “Ela quer dizer que ele está contente em ver você”. É, o humor ácido do cartunista não é restrito às suas tirinhas.

:: PERSONAGENS

Dilbert: Um funcionário não muito competente, que tem que cumprir as ordens estúpidas de seu patrão, e conviver com seres um tanto quanto chatos ao seu redor. Seu nome surgiu a partir da sugestão de um colega de trabalho de Adams, antes de virar uma tirinha bem sucedida. Dado o seu amor ao computador e ao tecnologia, podemos dizer que ele é um geek de coração.

Dogbert: Ele é o cachorro de estimação, que nasceu na tirinha para ser uma companhia ao protagonista. Na verdade, Dilbert precisava de alguém para conversar, e por isso surgiu o canino megalomaníaco. Tão inteligente quanto seu dono, mas mais esperto e muito mais sarcástico que ele, Dogbert quer mesmo é conquistar o mundo e escravizar a raça humana. Suas características vieram de uma mistura entre um colega de trabalho de Adams e de uma cadela beagle de estimação que ele teve, que, segundo ele, menosprezava os humanos.

O Patrão: O patrão de Dilbert é burro, mais incompetente que seu escritório inteiro, insuportavelmente chato, mas acima de tudo ama o poder, tentando parecer alguém muito esperto na frente de seus funcionários. É por isso tudo que ele foi bem sucedido na vida e conseguiu virar chefe da empresa.

Alice: a única mulher da firma de Dilbert parece viver em constante TPM, sempre lutando contra seus ímpetos assassinos – que surgem freqüentemente, quando vê a estupidez de seus companheiros de empresa. A personagem foi baseada em uma mulher que trabalhou com Scott Adams, que também era a única mulher da empresa, e, assim como a personagem, bastante mal-humorada.

Wally: baseado em um amigo de Scott que fazia de tudo para ser demitido da empresa em que trabalhava, Wally é preguiçoso, negligente e vive armando planos para tirar vantagem de seu chefe.

Dilbert é um típico anti-herói: é o modelo mais imperfeito de funcionário a ser seguido. E que, em muitos casos, é seguido. Quanta gente já não abandonou uma pilha de papéis na mesa para brincar com a garrafa de café da empresa? Sua fama aumenta a cada dia. Em 1996, ele foi listado na revista People como uma das 25 pessoas mais interessantes do país. Apesar de todos esses defensores, sempre surgem alguns chatos que querem inventar uma conspiração em cima de coisas pequenas. Pois com Dilbert já aconteceu isso. Alguns críticos falam que as tirinhas agradam aos funcionários, enquanto desviam sua atenção da solução dos problemas corporativos. Dizem que o cartunista mostra os patrões como idiotas sem cura, mas não discute seus motivos e razões. Ao que Scott Adams responde que o que ele quer é apenas divertir, ganhar um dinheirinho, e fazer as pessoas rirem.

E, por último, alguém se lembra do episódio de Newsradio em que o Matthew decide se demitir e trabalhar em uma cafeteria, influenciado pelas tirinhas? O episódio contou inclusive com a presença do Scott Adams em pessoa, vestido de Dilbert. Mágico!


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