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Artigo adicionado em 03/12/2004, às 11:25

Crítica: GHOST IN THE SHELL 2 – INNOCENCE
Como disse o Fanboy: “Que troço complicado, meu!” Tive o prazer de assistir a uma cópia exclusiva de Ghost In The Shell 2: Innocence na semana passada. Quando o filme acabou, fiquei completamente atordoado. Eu mal sabia o que havia me atingido. Ele é uma obra de arte? Até é (embora eu prefira o primeiro), […]

Por
Emílio "Elfo" Baraçal


Tive o prazer de assistir a uma cópia exclusiva de Ghost In The Shell 2: Innocence na semana passada. Quando o filme acabou, fiquei completamente atordoado. Eu mal sabia o que havia me atingido. Ele é uma obra de arte? Até é (embora eu prefira o primeiro), mas é muito pelo fato de ser complicadíssimo! Só fui entender o filme depois de uns quinze minutos de seu término, pensando muito sobre o assunto.

Dirigido novamente por Mamoru Oshii, baseado na obra de Masamune Shirow, GITS 2 é puro delírio, mas com suas peças encaixadas no final de fora muito sinistra. O personagem principal do filme é Batou, o ciborgue loiro que aparece no primeiro filme, sempre acompanhado de Togusa, seu parceiro quase humano (parte de seu cérebro é ciborgue). Desta vez, alguns anos (embora não fica especificado o quanto, porquê os personagens só ficam comentando sobre a Major Motoko Kusanagi em alguns momentos) após os acontecimentos do primeiro Ghost in the Shell (que aqui no Brasil recebeu o medonho nome de “O Fantasma do Futuro”, Batou precisa investigar andróides (ou seja, não possuem partes humanas, como Batou ou Togusa) voltados para o entretenimento sexual, criados por uma empresa chamada Locus Solus, que estão criando vontade própria e assassinando seus donos. A Seção 9, divisão de investigações do governo que cuida de assuntos relacionados à mais alta tecnologia, tem que intervir, e é aí que Batou e Togusa entram. Eles precisam descobrir como e porquê os andróides estão matando as pessoas.

podem ser representados por equações químicas (e consequentemente, matemáticas), certo? Agora pense que todas as reações do seu corpo, mesmo o simples fato de pensar, é realizado através de um impulso elétrico que, como tudo, pode ser resumido numa equação. Sendo assim, poderíamos, quem sabe, descobrir a equação de um sentimento… ou até mesmo de uma alma. Será que a Locus Solus descobriu uma maneira de colocar almas em seus andróides através de equações matemáticas ou há algo mais bizarro nisso tudo? Sim, é nesse esquema que a história de GITS 2 funciona. E a resposta é completamente inesperada e te pega de surpresa (e é aí que você se toca o porquê do subtítulo “Innocence”)!

Se acha que não poderia ficar mais bizarro, e se eu disser que quase não há falas originais no filme? Aí você pensa: “Como assim?” Simples, gafanhoto: a maior parte das falas de GITS 2 são citações tiradas de livros famosos, como frases de “Paraíso Perdido”, de John Milton. Há o tempo todo personagens conversando uns com os outros através de citações, sem sequer responderem com frases normais, cotidianas. Para aqueles que não conseguem identificar os livros que as frases se referem, o filme se torna muito confuso – principalmente com as legendas, cheias de aspas – e demora até entrar no clima do negócio. Sem entender a referência, perde-se muito de todo o entendimento do filme.

Bom, apesar de ter falado lá em cima que a Major é citada, onde ela nisso tudo? Ela é um coadjuvante de luxo, comentada em alguns momentos por Batou e Togusa.

Agora, quanto às inovações tecnológicas, há pontos positivos e negativos. A animação deste aqui, como no primeiro, utiliza animação tradicional e CG. Porém, há um detalhezinho que não desceu, não digeri direito: eles exageraram na computação gráfica. É legal, é bonito, mas há mais CG do que animação tradicional, tirando um pouco da identidade de GITS, tirando um pouco da cara de animê. No primeiro, tínhamos cenários em CG, sim, claro, mas ainda assim eles tinham cara, aspecto de animação tradicional. Neste aqui, eles resolveram abolir isso e pouquíssimos cenários de animação tradicional podem ser vistos. Dessa forma, é meio estranho assistir este (ao menos, pra mim) e ter o filme anterior na cabeça.

De qualquer forma, o filme termina subitamente, do nada, dando a sensação de que teremos (graças a Deus!) um terceiro filme. Ele é bom, muito bem feito e merece todos os créditos do mundo, mas não chega a dar o impacto (e nem tem cenas que te deixem muito de queixo caído, com algumas exceções) que o primeiro GITS deu, além de ser muito mais filosófico, mais introspectivo (embora a cena da Yakuza não tenha nada de introspectivo, hehehehe…). Dessa maneira, só assista se você viu o primeiro e sabe qual o clima e as bizarrices dessa obra, indo preparado para o que pode acontecer, caso contrário, não irá gostar nem um pouco. Eu me diverti, será que você vai?

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