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Artigo adicionado em 19/11/2004, às 04:15

FULL THROTTLE
I’m not putting my lips on that. É fato que eu nunca gostei tanto assim de games, sejam eles quais forem (tanto que eu quase não apareço por essa seção denominada Cartucho), mas confesso que os jogos um tanto quanto antigos da empresa do tio George Lucas sempre me trouxeram muita felicidade. Era naquele tempo […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


É fato que eu nunca gostei tanto assim de games, sejam eles quais forem (tanto que eu quase não apareço por essa seção denominada Cartucho), mas confesso que os jogos um tanto quanto antigos da empresa do tio George Lucas sempre me trouxeram muita felicidade. Era naquele tempo em que existiam adventures bem-humorados, que não custavam fortunas e rendiam horas de diversão, sem matança ou seqüências de luta intermináveis.

Full Throttle, Maniac Mansion e Day of the Tentacle são três dessas crias supimpas da LucasArts. E, se já relembramos por aqui aquele jogo do tentáculo megalomaníaco, nada nos impede de trazermos à tona Full Throttle! Nele, o líder de uma gangue de motoqueiros precisa provar sua inocência em relação ao assassinato do dono de uma empresa de motos – para isso precisa antes consertar sua moto, dirigir-se à empresa, incriminar o verdadeiro assassino através de provas que ele obtém, e salvar a Corley Motors. Mas, para isso, deve resolver os quebra-cabeças apresentados no jogo. Ok, pode deixar que explico melhor:

Ben é o líder de uma gangue de motoqueiros chamada Polecats – e é ele quem introduz o jogador à história, explicando sua situação. Enquanto isso, surgem em uma cena Malcolm, o presidente da Corley Motors (a última e única empresa fabricante de motos decentes, na opinião da gangue) numa conversa com seu vice, o “simpático” Ripburger. É esse Rip que vai começar a confusão na história toda. Ele tem o intento de matar Malcolm, e é o que faz. Por um acaso, Ben encontra o velhinho em seus momentos finais, e (como todos fazem em seus momentos finais), este revela ao líder da gangue seu último desejo: que sua filha herde sua empresa, não o canastrão do Ripburger. Por um acaso também, uma nova amiga de Ben consegue tirar fotos que podem provar o assassinato, mas, claro, acaba perdendo o filme de sua máquina.

Você deve guiar Ben para ajudá-lo a salvar sua gangue e provar sua inocência, lutando contra outros motoqueiros (sim! Existem algumas cenas de lutas – mas nada que perca a linha inteligente-engraçada do game), despistando policiais, e, principalmente, resolvendo os quebra-cabeças apresentados no roteiro. E então, é isso. Para conseguir cumprir o desejo do velho Corley, você deve passar por peripécias das mais diferentes possíveis: para isso vale até sacrificar bandos de coelhinhos falsos em um campo minado (ao som de Cavalgada das Valquírias – não existe cena melhor do que essa!! ^__^), e ver Ben aterrorizado com uma descoberta: a de que, se não agir logo, o futuro da Corley Motors será produzir… Mini-vans!

O roteiro de Full Throttle era meio cinematográfico, com uma história bem desenvolvida e bem humorada, uma trilha sonora combinando perfeitamente com a atmosfera das diferentes cenas, e aqueles famosos desafios desse gênero de games. Esses desafios (que podem não ser necessariamente complicadíssimos, mas são sempre.. ahm… desafiadores) às vezes fazem com que os jogadores se utilizem de vários itens diferentes, conseguidos durante o decorrer do jogo, para solucionar um dos problemas. Essas soluções, além de não serem tão complexas quanto em outros jogos da LucasArts, não possuem muita lógica. Não são todos os quebra-cabeças que, ao serem resolvidos, dão aquela sensação de “uhhh, como não pensei nisso antes?”. Muitos deles dão mais uma sensação de “Mas hein???”. Portanto, em Full Throttle é bom tentar todos os itens em todas as oportunidades e formas, mesmo que, pensando bem, não tenha nada a ver.

Quem cuidou da história do jogo foi Tim Schafer, que já trabalhava na LucasArts antes (ele foi o culpado pelas histórias de Day of Tentacle, Dark Forces 2: Jedi Knight e Grim Fandango). Ao contrário de seu antecessor mais antiguinho, Maniac Mansion, no Full Throttle os personagens têm vozes (mas também podem, opcionalmente, ser acompanhados por legendas, inclusive em português). E quem faz inúmeras participações, dublando várias pessoas diferentes nesse jogo, é ninguém mais, ninguém menos que Mark Hammill, o Luke Skywalker das antigas, que hoje ganha parte de seu pão trabalhando em dublagem (ele dublou o Coringa, do Batman, e o Wolverine, nos mais recentes jogos dos X Men). Ele empresta sua voz, no Full Throttle, para o malvado Ripburger, o Todd Newlan e o Emmet. Já a voz do protagonista Ben é de Roy Conrad. Roy é o Capitão Merrick em Rebel Assault 2, e fez uma ponta em Patch Adams: O Amor é Contagioso.

Full Throttle não é tão antigo assim (bem, ele nasceu em 1995. Se comparar com Maniac Mansion, que quase nasceu junto comigo… ^_^) – ele já vinha em CD ROM. O jogo é bom e tudo o mais, mas tem dois problemas práticos: o primeiro é que ele é curto, muito curto. Se você for um daqueles que sacam tudo muito rápido, Full Throttle vai acabar mais rápido do que picolé na praia. E, segundo, se você tiver fechado o jogo, acabou. Digo, não existem histórias paralelas ou alternativas para serem jogadas nesse jogo. Assim que terminou e passaram os créditos bacanudos, nem adianta tentar recomeçar pra criar uma nova história, porque é só isso mesmo. It’s over. E também, por mais que você queira e se esforce para isso, não dá para o seu personagem morrer. Você pode passar por situações absurdas, mas Ben continua lá, vivinho da silva.

A mobilidade dos personagens é fácil. Nada de complicações extravagantes no controle do game, daquelas que precisem de um manual em alemão para entender. Aliás, assim como os outros clássicos da LucasArts, o único conhecimento de inglês necessário são aqueles verbos básicos (Pegar, Abrir, Fechar, Usar etc.), já que as falas podem ser totalmente traduzidas em português.

:: NO MORE FULL THROTTLE FOR YOU

Recentemente (mais especificamente no ano passado), a LucasArts tentou cometer algo no mínimo arriscado: anunciou o lançamento de uma continuação de Full Throttle, a Hell on Wheels. O jogo traria de volta o protagonista, Ben, a moça mecânica Maureen e o seo Father Torque. Teria, é claro, um gráfico mais atualizado e seria uma versão mais modernosa. O anúncio empolgou os fãs de Full Throttle, e até foram divulgadas algumas cenas, com o novo visual do game. Mas essa empolgação acabou logo. Em agosto, a LucasArts emitiu uma nota em seu site, que dava a entender que pretendia adiar seu projeto. Por tempo indeterminado. Os otimistas esperam até hoje, enquanto os pessimistas já encararam o fato de que não haverá mais Full Throttle algum. Sei não, aquele visual 3D e aquelas lutas não prometiam coisa tão boa quanto o primeiro… (sim, eu ainda prefiro os gráficos à la Cartum, em 2D, é verdade!).

:: CURIOSIDADES

– No bar, um sujeito chamado Emmet (que mostra-se útil, se você souber conversar com ele) brinca com uma faca, acertando os vãos entre seus dedos. Se insistir bastante, ele acaba entregando sua faca e deixando você brincar também. Mas é bom tomar cuidado, ou você acaba acertando sua própria mão.

– Os créditos finais são hilários e vale a pena parar para assisti-los. Em um momento, no melhor estilo Monty Python em Busca do Cálice Sagrado, agradecem a 40 lhamas bem treinadas (qual é a tara que esse povo tem por lhamas, afinal?). Aliás, os créditos podem ser vistos a qualquer momento. Basta pressionar Shift+W que eles aparecem.

– Se o jogo ficar 5 minutos sem ação, surge um screen saver, onde os carros e as bicicletas que aparecem no jogo são apresentados.

– Na sala de fotos, uma das figuras que aparecem em um projetor é um velho conhecido: um tentáculo, de Day of the Tentacle.

– Em uma cena em que aparecem várias placas, uma figura do Max, de Sam & Max pode ser vista.

– Um dos anúncios que compõem os cenários do jogo apresenta uma propaganda de um tal de Proto Cola, uma bebida da revista em quadrinhos The Defenders Of Dynatron City, de Steve Purcell, funcionário da LucasArts.

– A trilha sonora do jogo foi gravada por uma banda de motoqueiros de verdade, uma tal de The Gone Jackals, que inclusive lançou um CD contendo toda a trilha de Full Throttle.

Bons diálogos (até hoje eu uso a frase “I have my contacts”, pronunciada pela Maureen) e personagens engraçados fizeram com que os adventures da LucasArts virassem jogos inesquecíveis. Isso porque eles privilegiavam a criatividade acima de tudo. A batalha travada entre você e o monstrengo daquele último jogo pode ter sido muito emocionante, mas um dia cai no esquecimento. Agora, quem não lembra dos mais bizarros desafios e falas de Full Throttle? Você ainda vai morrer falando “The customer with the knife is always right.”


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