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Artigo adicionado em 17/10/2004, às 08:28

LEANDRO FERNANDEZ: Entrevista Exclusiva
Novo talento latino na Marvel… Unindo-se ao grande time de artistas latinos trabalhando nos States, onde temos Renato Guedes (Smallville), Eduardo Risso (100 Balas), Roger Cruz (Amazing Fantasy), Luke Ross (Green Lantern) e outros, está o talento argentino Leandro Fernandez. O cara já trabalhou em grandes revistas da Marvel, como Punisher (Justiceiro), Wolverine e Hulk. […]

Por
Rodrigo "Machine Boy" Parreira


Unindo-se ao grande time de artistas latinos trabalhando nos States, onde temos Renato Guedes (Smallville), Eduardo Risso (100 Balas), Roger Cruz (Amazing Fantasy), Luke Ross (Green Lantern) e outros, está o talento argentino Leandro Fernandez. O cara já trabalhou em grandes revistas da Marvel, como Punisher (Justiceiro), Wolverine e Hulk. O cara detona no desenho e na arte pintada. A ARCA entrevistou o cara, para saber mais detalhes de sua carreira e suas experiências no mercado americano.

A ARCA – Qual foi o seu primeiro contato com quadrinhos?
Leandro Fernandez – Não me recordo bem sobre o que li primeiro, pois desde pequeno leio muitos quadrinhos… O meu pai me comprava revistas de quadrinhos argentinos, europeus e ainda americanos, e eu lhe roubava seus Asterix e Lucky Luke. Era muito prazeroso prá mim ler estas revistas. Eu lia Batman, Homem-Aranha, Hulk e ainda muito de uma editora argentina muito conhecida quando era menor, Editoria Columba, que publicava El Tony, D’Artagnan, Nippur, etc.

AA – Qual a sua revista preferida na sua infância e na sua adolescência?
LF – Na minha infância era o Asterix, que era muito educativo, e da minha adolescência, Corto Maltês.

AA – Quando começou a desenhar, qual era a sua referência de artista?
LF – Quando comecei a desenhar não tive uma referência clara. Eu desenhava somente porque gostava muito, era como um jogo… Quando comecei a desenhar com intenções de trabalhar com isso, comecei a notar os nomes dos artistas. Antes não prestava muita atenção a este detalhe. As minhas primeiras referências foram Hugo Pratt (Vertigo) e Alberto e Enrique Breccia (Monstro do Pântano), sobretudo.

AA – Como foi seu primeiro contato com o mundo dos quadrinhos americanos?
LF – Profissionalmente, fiz uma viagem pelos Estados Unidos junto com Eduardo Risso (100 Balas), para conhecer as editoras de Nova York, Oregon, L.A… Uma grande viagem.

AA – Qual foi o seu primeiro trabalho?
LF – Nos quadrinhos americanos, eu trabalhei numa série mensal que se chamava Maverick, fazendo um estilo de desenho muito parecido com o desenhista da série, Jim Cheung (X-Force). Mas não recomendo… é um trabalho meu que não gosto. Eu não tinha muita experiência e meu desenho era muito amador.

AA – Demorou muito para conseguir bons trabalhos?
LF – Eu comecei a trabalhar muito jovem… tinha 22 anos quando tive minha primeira história publicada. Depois de fazer uns trabalhos para a Marvel, fiquei muito tempo sem trabalhar com quadrinhos. Fiquei parado quase três anos. Fiz trabalhos de desenho gráfico, enquanto isso. Comecei a trabalhar novamente há quase 4 anos atrás.

AA – O mercado para desenhistas estrangeiros nos States é difícil?
LF – Creio que sim, é um mercado muito exigente. Como eu falei, estive muito tempo sem trabalhar. Tem que ter muita paciência e desenhar muito. E as deadlines (datas de entregas) são sempre muito apressadas, tem que ser mutio rápido para poder fazer as entregas a tempo. Mas é uma boa indústria. Se você aceita as regras do jogo, é muito interessante trabalhar nos States.

AA – Como foi trabalhar com o polêmico argumentista Garth Ennis em Justiceiro?
LF – Foi uma das experiências que mais gostei em toda a minha carreira. Ele escreve muito bem, e desenhar os seus scripts são divertidos, gostosos e fáceis. Eu estava muito entusiasmado com o roteiro porque gosto muito das histórias da máfia irlandesa, e como ele conhece muito disto, por ser irlandês, o trabalho foi muito interessante do ponto de vista cultural. E a história é muito boa. Muito mesmo.

AA – Você trabalhou com grandes escritores, como Greg Rucka (em Wolverine) e Bruce Jones (em Hulk), sem falar no próprio Ennis. Você tem algum preferido?
LF – Como eu disse, creio que trabalhar com Garth foi uma das coisas que mais gostei. Mas tem que contar ainda com a história que tem que fazer, o personagem, a situação… os outros escritores foram muitos bons também, sobretudo muito profissionais. Não posso dizer nada de mal dos projetos que eu fiz até agora.

AA – Com quem foi mais fácil e qual foi o mais difícil?
LF – Mais fácil foi com o Garth Ennis. E o mais difícil não sei… acho que foi com Bruce Jones em ‘Hulk’, mas somente porque a história era muito difícil, e o final teve que ser alterado.

AA – Como foi trabalhar com três ícones da Marvel, Justiceiro, Hulk e Wolverine?
LF – Muito bom. E divertido. E uma responsabilidade muito grande, também… são personagens que muita gente gosta de ler…

AA – Você gostaria de fazer um trabalho somente pintado?
LF – Sim!! Mas não agora… eu gostaria, mas num tempo que estiver mais tranqüilo e com mais tempo, sem pensar em deadlines muito apressadas. São projetos para desfrutar e ter um longo tempo para desenvolver as artes, e agora gosto de trabalhar mais intensamente.

AA – Pretende tentar a área de escritor também?
LF – Eu gostaria muito, mas num futuro não muito próximo… e só ocasionalmente, quando tiver uma história em que esteja seguro que é boa. Não pretendo seguir o ofício de escritor.

AA – Gostaria de fazer um projeto futuro no Brasil?
LF – Não agora, mas eu amo o Brasil. Fiz muitas viagens desde que eu era um rapaz, e a gente do Brasil é ótima!! É um pais muito rico em cultura, e se tiver alguma oportunidade, eu gostaria, sim!!

AA – Para finalizar, o que você diria para um iniciante de desenhista que tenta alçar vôo no mercado? Alguma dica?
LF – A primeira coisa que eu diria é que não perca o gosto por desenhar, e que sempre tente fazer com muita paixão e prazer. Isso tornará mais fácil o processo de estar muito tempo sentado desenhando. É necessário desenhar muito para aprender, ser muito aberto às criticas e entender que se pode aprender com elas. Tentar fazer um grupo de amigos para trocar conhecimentos, quadrinhos e materiais… desenhar muito… tratar de conhecer gente que trabalhe… desenhar muito… se possível, uma coisa muito boa é trabalhar como assistente de outro desenhista… desenhar muito… e ler muitos quadrinhos!!


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