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Artigo adicionado em 24/10/2004, às 11:16

30 ANOS D´O JUSTICEIRO!
De coadjuvante a sucesso de vendas… Às vezes os pequenos detalhes viram grandes problemas. Os pequenos furos viram grandes crateras. E pequenos coadjuvantes viram astros principais. Justiceiro é um belo exemplo disto. Em fevereiro de 1974, Gerry Conway e John Romita (o pai), dupla responsável por The Amazing Spiderman, trazem, pela primeira vez, um homem […]

Por
Rodrigo "Machine Boy" Parreira


Às vezes os pequenos detalhes viram grandes problemas. Os pequenos furos viram grandes crateras. E pequenos coadjuvantes viram astros principais. Justiceiro é um belo exemplo disto. Em fevereiro de 1974, Gerry Conway e John Romita (o pai), dupla responsável por The Amazing Spiderman, trazem, pela primeira vez, um homem com arma em punho e uma grande caveira em seu peito: surgia O Justiceiro. Persuadido por Chacal, Justiceiro sai à caça do Homem-Aranha, e tem início uma grande corrida de gato e rato, até o Aranha conseguir provar sua inocência.

:: A PRIMEIRA MINISSÉRIE A GENTE NUNCA ESQUECE

Justiceiro passou a aparecer esporadicamente como coadjuvante nas histórias do Aranha, e logo depois começou a freqüentar outras revistas, como Demolidor e Capitão América, amargando mais de uma década o papel de pano de fundo nas histórias. Em 1986, Steve Grant (Hulk) e Mike Zeck (Guerras Secretas) chegaram com uma proposta aos editores da Marvel: Dar uma nova roupagem para o Justiceiro numa minissérie.

Eis que chega às bancas “The Punisher”, minissérie em 5 edições. Frank Castle sai da prisão e voltava às ruas para continuar sua vingança. Frank, ex-US Marine que passeava com sua família no Central Park, acaba vendo sua mulher e filhos alvejados e mortos durante uma briga de gangues. Este foi o estopim para a aparição do lado mais negro de sua personalidade, o Justiceiro. Incrivelmente, a minissérie foi um grande sucesso, apesar da grande violência em suas páginas, e criou uma legião de fãs nos Estados Unidos e no Brasil. Tamanho foi o sucesso que, no ano seguinte, Justiceiro voltava às bancas, com sua própria revista mensal.

:: O REINÍCIO DO CAVEIRA

Uma minissérie até que é fácil: montar uma trama que abre e fecha. Agora, a Marvel tem um novo título mensal nas mãos, e a dupla da minissérie, Grant e Zeck, não quiseram a “batata quente”, e deixaram o personagem. Um novo time foi escalado: o argumentista Mike Baron, criador do louco ‘Badger’ e de mirabolantes histórias de ‘Nexus’, e a arte de Klaus Janson, que ficaria famoso pela arte-final de ‘Cavaleiro das Trevas’.

E lá estava ele de novo nas bancas, estrelando sua própria revista, indo até a Bolívia eliminar traficantes, e voltando à Nova York para limpar seu terreno. Novas caras e novos vilões, todo um universo em volta do personagem. Depois de apenas 5 edições, Klaus Janson deixa o título, sendo substituído por David Ross (Vingadores).

:: OS FAMOSOS DESENHISTAS E SEUS NANQUINS DE SANGUE

Justiceiro foi celeiro de grandes revelações artísticas. Após o curto período de David Ross, o até então desconhecido Whilce Portacio (Wet Works, Homem de Ferro), assumiria a revista e se tornaria grande destaque. Neste período, começou os primeiros quebras entre Justiceiro e Demolidor que, quando se encontravam na Cozinha do Inferno, sempre pegavam fogo. Era Justiceiro querendo atirar e Demolidor impedindo. Nesta mesma época, Justiceiro conheceu um pretenso novo amor, Conchita, um armário latino, uma mulher que passava batom com uma das mãos e estourava crânios com a outra. Como era de esperar, foi fuzilada por seus inimigos e deu seus últimos suspiros nos braços de Frank.

Outros artistas que também deram os primeiros traços no título foram Larry Stroman (X-Factor), Mark Teixeira (Motoqueiro Fantasma) e Erik Larsen (criador de ‘Savage Dragon’ e editor chefe da Image). O sucesso do antiherói era tanto que ganhou outros títulos mensais como The Punisher War Journal, The Punisher Armory e The Punisher War Zone. Em ‘The Punisher War Journal’, o polêmico escritor Carl Potts, que também desenhava o título, dividia a arte com outro então desconhecido artista, Jim Lee (Batman Silencio), que gastava nanquim adoidado no trabalho.

:: ERA DE OURO MANCHADA DE SANGUE

Justiceiro dominava as bancas, era uma febre como os X-Men. Seu sucesso ultrapassou fronteiras, tanto que aqui no Brasil, ganhou uma revista em tamanho gigante e preto e branco pela Abril (vocês se lembram disto?). Sem contar o seu primeiro longa-metragem, estrelado pelo inexpressivo Dolph Lundgren. Numa coisa os dois argumentistas concordavam: Baron e Potts sempre faziam Justiceiro e Demolidor baterem de frente, como duas faces de uma moeda. Mike Baron & Whilce Portacio passaram um ano trazendo histórias envolvendo ninjas, ladrões internacionais e traições, enquanto que Carl Potts & Jim Lee exploravam a origem do personagem, trazendo a lendária saga Olho por Olho, que traz à tona fatos desconhecidos do dia em que Frank perdeu sua família.

Durante a estadia de Jim Lee em ‘War Journal’, podemos ver o encontro de Justiceiro e Wolverine, e o envolvimento de Justiceiro no crossover da Marvel, Atos de Vingança, onde os vilões trocam de alvos. Frank chega a enfrentar um inimigo de Demolidor e o Dr. Destino. Mike Baron levou o herói para todo os lados, rings de boxe, máfia italiana, terroristas internacionais (esta história com a participação do Homem-Aranha) e outras sagas em mais de 50 edições de Justiceiro.

:: RUMO À CADEIRA ELÉTRICA

Como era de se esperar, Justiceiro é uma revista muito difícil e um universo muito complexo para se explorar. Aos poucos as idéias foram acabando, e rumos inesperados foram tomados nos títulos. Gradativamente, um a um foram sendo cancelados. Em uma destas curiosas fases, o vilão Retalho consegue capturar Frank e retalha seu rosto, Justiceiro passa algumas edições com o rosto medonho, até que é submetido a uma milagrosa e rápida cirurgia plástica, mas com um pequeno problema, por algum tempo sua pele ficaria negra (?). O Justiceiro foi até substituído por uma Justiceira (e não era a Malu Mader!). Até houve uns momentos bons como a época de Chuck Dixon (Aves de Rapina) e John Romita Jr. (Homem-Aranha). Mas nada foi tão bizarro como a nova fase em que a SHIELD caça o Justiceiro, para pôr fim em sua raça numa cadeira elétrica.

:: MORTE A UM ANJO VINGADOR

As derrapadas continuaram: não bastasse a Justiceira e o Justiceiro Black Power, agora o Justiceiro estava morto. Então os anjos lhes deram uma chance para voltar à terra. Eu achei ótima a revitalização do selo Marvel Knights ao Demolidor e Inumanos, mas já o Justiceiro foi uma grande piada. Não bastasse a minissérie de estréia deste novo Punisher-Angel, chega às bancas a segunda estrelada por ele e Wolverine, toda ao estilo mangá por Pat Lee (Transformers), saindo totalmente do padrão do personagem e provando que toda esta história foi um grande e ferrado erro.

:: TIROS E BALAS SEM CENSURA

Mesmo entre os mais egocêntricos editores, há um pouco de bom senso. Como nos filmes dos ‘Homens de Preto’, foi usado um aparelho para esquecer toda essa papagaiada de Punisher-Angel e o cacete a quatro. Com certeza, assim como eu, muita gente fez questão de esquecer que aquele equívoco de duas minisséries existiu. O grande bambambã no momento era o argumentista Garth Ennis, este que estava virando o mundo de cabeça para baixo com sua revista Preacher.

O novo cenário estava armado, como há quase 20 anos atrás, uma minissérie seria um novo ponto de partida para o anti-herói. Era a hora de mostrar algo novo e inédito, como Steve Grant e Mike Zeck fizeram na primeira minissérie solo de Frank. Garth Ennis já era contratado, o desenhista e parceiro de ‘Preacher’, Steve Dillon, já estava junto, já o capista Glenn Fabry estava envolvido em outros projetos. Então, Tim Bradstreet tomou o cargo de capista, famoso pelas capas sombrias de ‘Hellblazer’. Em abril de 2000 chega a primeira edição da maxissérie em 12 edições.

Diálogos fortes, palavrões, mortes bizarras, vários maneiras de usar um lança chamas e uma gama de personagens de fazer inveja a um bom filme de máfia. Justiceiro ganha de novo um universo só dele, personagens coadjuvantes que se entrelaçam e uma linguagem que vira lei em seu título agora por diante. E quem atravessa seus domínios acaba sendo humilhado dos jeitos mais diferentes possíveis, mesmo que sejam pesos pesados como Homem-Aranha, Demolidor e Wolverine. Garth Ennis não tem limite para tramas e nem papas na língua de chutar a bunda do Aranha.

:: LONGA VIDA À MORTE VESTINDO A CAVEIRA

Como era de se esperar, mais uma minissérie reascende o mito do Justiceiro. Mais uma vez os leitores podem ir à banca e ter algo novo de seu personagem preferido. Ennis, Dillon e Bradstreet tinham um novo título mensal do herói nas mãos, e fizeram valer de seus direitos. Justiceiro volta às bancas, com força total, agora sob a batuta do selo adulto Marvel MAX, e o dever de deixar seus leitores sempre com a boca aberta da criatividade de cada morte apresentada.

Agora, no Brasil o Justiceiro, não tem mais seu Gibizão da Abril, mas é presença garantida nas páginas da revista Demolidor da Panini. Mas, infelizmente, seus 30 anos por aqui não foram lembrados, pois nem seu novo longa metragem poderemos ver nas telonas. A esperança é em ver o DVD, que nos states, ganhou até uma revista exclusiva, escrita por quem? O Sr. Garth Ennis. Longa vida ao Justiceiro!

:: Mesmo não estreando nas telas brasileiras, A ARCA viu o novo filme d´O JUSTICEIRO! Clique aqui e leia a crítica do Zero Chrocane


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