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“Estes críticos de cinema pegam pesado demais. Aquele filme é só um filme de ação, é só para divertir e acabou. Não tem que ser tão radical nem levar a coisa tão a sério”. A frase inicial é muito comum em rodinhas de maníacos por cinema que ficam indignados toda vez que um crítico desanca um dos blockbusters ianques que inundam nossos cinemas todas as sextas-feiras. A grande verdade é que, entre tantos efeitos especiais e perseguições espetaculares de carros, Hollywood não tem conseguido, pelo menos recentemente, fazer filmes de ação no mínimo interessantes, com personagens carismáticos e uma trama divertida e intrigante. Não precisa ser genial. Mas pelo menos charmoso. Assim como seu antecessor, Supremacia Bourne continua sendo uma grata exceção.
O filme tem todos os ingredientes para dar certo: direção segura e eficiente, uma edição ágil e eletrizante, atuações justíssimas, um roteiro inteligente e, é claro, aquelas cenas de ação de tirar o fôlego. No fim das contas, “Supremacia Bourne” acerta justamente por apostar no básico, sem frescuras. Um verdadeiro feijão com arroz que mata qualquer fome. Mas com aquele temperinho todo especial.
O “tempero” do filme, no caso, é o próprio Jason Bourne, vivido por Matt Damon (o amigo do Ben Affleck que, diferente dele, aprendeu a interpretar). Ele é um homem confuso e perturbado que acaba se tornando peça-chave numa trama de espionagem muitíssimo melhor do que qualquer um dos recentes filmes de James Bond. É impossível não se pegar torcendo por ele – especialmente quando suas memórias começam a voltar e o sujeito consegue driblar, sozinho, uma agência de espionagem inteirinha.
Continuação direta de Identidade Bourne (2002) e também baseado na obra de Robert Ludlum, o filme mostra Bourne, um dos operativos mais importantes de um antigo braço da CIA, sendo trazido de volta do seu exílio auto-imposto depois de uma injusta acusação de assassinato. Enquanto tenta descobrir a verdade e combater sua amnésia, Bourne acaba batendo de frente com Pamela Landy (Joan Allen), uma executiva da CIA que também começa a mexer em antigos arquivos da agência para tentar descobrir qual a relação do antigo agente num caso aparentemente sem conexão que ela vinha investigando. E então…a sujeira vem à tona.
Se você é do tipo que não tem muita grana para ir ao cinema, “Supremacia Bourne” vale gastar suas economias para pagar o ingresso. E o estacionamento do shopping. E toda a pipoca que você puder comer. Diversão 100% recomendada, na medida para servir de assunto com os amigos na segunda-feira de manhã…
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