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Quando as cifras do encontro Freddy x Jason se mostraram inexplicavelmente generosas (como diabos alguém conseguiu gostar daquele filme?), rapidamente os produtores hollywoodianos identificaram que aí podia estar um novo filão, talvez tão rentável quanto a febre dos filmes de super-heróis dos quadrinhos. Então, a Fox resolveu tirar do limbo um projeto antigo, há muito sonhado pelos fãs: Alien vs. Predador. E conseguiu fazer um filme tão ruim quanto “Freddy x Jason”.
A contenda entre os dois monstrengos alienígenas já tinha acontecido diversas vezes nos quadrinhos e também nos videogames. Em ambas as mídias, o resultado sempre foi divertido. Neste longa, no entanto, tudo acaba se tornando vergonhoso. Embaraçoso mesmo. A história não vai nem um pouco além do que se antevê no trailer: um milionário encontra uma pirâmide ancestral, de uma civilização que talvez seja a primeira da Terra, debaixo do gelo na Antártida. Então, ele recruta uma equipe de especialistas e os envia para descobrir os segredos do lugar. Lá, eles se vêem no meio de uma luta entre os Predadores e os Aliens. E…é só isso.
Quando acontece a tão esperada virada na trama, aquela que iria surpreender a todos e revelar o grande segredo…blé. Uma verdadeira broxada, que te faz dizer: “Ah…então era isso?”. Para quem já assistiu aos dois filmes do Predador, o final reserva pouquíssimas surpresas.
O elenco humano é simplesmente horroroso. Nenhum personagem tem carisma suficiente para que se torça por eles. Aliás, alguns são tão chatos que a grande esperança é que eles sejam devorados por algum alien babão antes da cena seguinte. A guia Alexa Woods (Sanaa Lathan), que teoricamente seria a personagem principal do filme, é tão cativante quanto uma cirurgia de canal. E nem a participação especial de Lance Henriksen, de Alien 3, salva a ala dos terráqueos.
Quanto aos monstrões, dá para dizer que este é um filme do Predador. Os Aliens são apenas coadjuvantes de luxo, já que a história gira em torno dos caçadores intergalácticos que atazanaram a vida do governador Arnold Schwarzenegger em 87. Mas…quer o pior? Em um dado momento do filme, o último Predador que sobra da matança se transforma em herói da trama. E protagoniza cenas que beiram o ridículo ao lado de Alexa. Chega até a fazer mímica. O ápice da coisa toda acontece quando ele tira a máscara, revela seu rosto feioso…e por pouco, muito pouco, não beija a garota.
Sem boas atuações, sem uma história coerente, sem cenas de ação empolgantes, sem efeitos especiais consideráveis (e ainda usando aquelas malditas tomadas a la Matrix)…Afinal de contas, o que sobra a este “Alien vs. Predador”? Simples: a esperança de que a cena final, um enorme gancho para um possível segundo filme, seja apenas uma brincadeira de mau gosto.
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