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Artigo adicionado em 21/09/2004, às 07:03

ANIMAÇÃO EM STOP MOTION
Um trabalho de doidos (e para doidos) Quem, quando era criança, assistia às animações que passavam no Glub Glub, deve se lembrar dos vários bichinhos de massinha que faziam parte dos desenhos do programa. Eles geralmente não falavam uma língua conhecida, e em alguns casos, como o pingüim Pingu, se faziam e desfaziam em bolotas […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


Quem, quando era criança, assistia às animações que passavam no Glub Glub, deve se lembrar dos vários bichinhos de massinha que faziam parte dos desenhos do programa. Eles geralmente não falavam uma língua conhecida, e em alguns casos, como o pingüim Pingu, se faziam e desfaziam em bolotas de massinha. É esse tipo de animação que atende pelo nome de stop-motion. Ultimamente essa técnica está sendo pouco utilizada na produção de longa-metragens, porque em comparação aos outros modos de animação mais baratos e práticos (animação tradicional em 2D, ou a feita pelo computador, em 3D), ela é muito trabalhosa. Claro que ainda existem alguns doidos que produzem filmes como Fuga das Galinhas, mas hoje, de modo geral, animações em stop-motion são mais encontradas em curtas e filmes comerciais, ou ainda em certos casos de efeitos especiais para filmes.

:: TECNICAMENTE FALANDO…

Stop-motion é uma técnica conhecida por vários nomes, podendo ser chamada também de Animagic, Stop-action, ou simplesmente “animação de massinha” (mas é bom lembrar que nem todos os bonecos para stop-motion são feitos apenas de massinha). É uma técnica diferente de outros tipos de animação, pois não é feita a partir de desenhos feitos quadro-a-quadro, e nem é gerada no computador. Essa técnica é a filmagem de bonecos ou objetos, gravada cena a cena, a cada vez com um movimento ligeiramente diferente. A seguir, o filme é rodado com 24 quadros por segundo, e cria, para quem assiste à animação, a ilusão de que a imagem está se movendo (isso chama-se persistência visual).

Já dá pra imaginar que os desenhistas, ao fazerem uma animação tradicional, têm um trabalho dos infernos para desenhar cena a cena, certo? Agora, imagine só o trabalho que dá fazer essa “cena a cena” em bonecos de verdade. No stop-motion a coisa é bem mais complicada.

Funciona mais ou menos assim: primeiramente, nos casos de filmes com falas, são gravadas as vozes (da mesma forma que em longas animados feitos com outras técnicas). Então, é a vez dos bonecos atuarem. Geralmente, eles são moldados em massinha, e quase sempre são estruturados em arame flexível; mas outros materiais também entram aí nessa história – desde que sejam maleáveis, para que o personagem possa se mexer, é claro.

Bem, como em toda animação, antes mesmo das filmagens, o primeiro passo a ser dado é a criação do cenário. E o cenário nesses casos é montado em miniatura, de forma que seja proporcional ao tamanho dos bonecos. Toda a preparação comum no cinema, quanto aos ângulos de câmera e iluminação é usada da mesma forma no stop-motion – com a diferença de que é tudo feito no cenário pequenininho. E o trabalho não pára por aí. Agora é que vem a parte mais detalhista da coisa.

Filmar em stop-motion é tarefa para quem tem paciência, já que, para darem a impressão de que estão se movendo, os bonecos devem ser movidos pouco a pouco. A câmera que registra filmes em stop-motion também filma de forma diferente: ela não é contínua, e nem pode usar a mesma imagem em dois quadros, como na animação tradicional. Nas animações desse tipo, a câmera registra 24 fotos por segundo. Ou seja: todos os personagens dessa cena devem ser movidos 24 vezes para formarem 1 segundo de filme.

É claro que hoje em dia a computação gráfica já dá uma boa mãozinha aos animadores, mas a base do stop-motion continua sendo essa. É no computador que podem ser feitos, por exemplo, os movimentos labiais dos bonecos. Mas nesse caso só o movimento dos lábios é que fica a cargo do computador – porque são os artistas os responsáveis pela confecção de uma cabeça para cada consoante ou vogal. No caso de O Estranho Mundo de Jack, por exemplo, os bonecos tinham cerca de 30 cabeças com movimentos labiais ou com expressões diferentes!

Na finalização dos detalhes, às vezes também são utilizados desenhos normais (e não tridimensionais), em sombras, ou partes de cenários e roupas de personagens – em situações em que se quer dar uma aparência diferente na animação. Após toda essa viagem, a animação está pronta. Mas isso só depois de alguns verões – só para se ter uma idéia de como a técnica é demorada, o longa “A Fuga das Galinhas” demorou 4 anos para ser filmado.

:: COMO TUDO COMEÇOU

Mas nem só de longa-metragens vive a técnica do stop-motion. Anos atrás, essa era a melhor forma de fazer efeitos especiais. O primeiro King Kong do cinema foi feito assim! Tudo começou com Willis O’Brien, que foi o primeiro a usar essa técnica, em 1925, no filme O Mundo Perdido, cheio de dinossauros em stop-motion.

Essa técnica encantou outros na época, como Ray Harryhausen, que ficou conhecido como o mestre do stop-motion, porque trabalhou em grandes produções de sua época, produzindo criaturas bizarras para os filmes, durante 20 anos. Foi ele quem abandonou o costume de filmar os bonecos em cenários reais e junto com atores em carne e osso. Ele criou uma técnica chamada Dynamation – em um plano ficavam os bonecos, à frente de um cenário exibido em uma tela, por um projetor.

Hoje, os países que mais utilizam o stop-motion são aqueles do Leste Europeu, lá para os lados da República Tcheca, mas algumas produções muito boas foram produzidas no circuito mais conhecido, nas últimas décadas – até alguns anos atrás, era muito comum encontrar um desses filmes passando na Sessão da Tarde: Rudolph, A Rena do Nariz Vermelho (1964), A Festa do Monstro Maluco (1967), A Verdadeira História de Papai Noel (1970), O Estranho Mundo de Jack (1993), James e o Pêssego Gigante (1996), e os mais novinhos, como Wallace e Gromit (que existem desde 91, mas estrelam animações até hoje) e “A Fuga das Galinhas” (2000).


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