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Thomas Cruise Mapother IV, ou simplesmente Tom Cruise, não precisa provar pra ninguém que é um ator do caramba. Alguns vão discordar, e um ou outro poderá até se revoltar, mas Cruise é muito bom no que faz. E pensar que em 1976, então com 14 anos, o astro estudava num seminário franciscano e sonhava em ser padre! Para delírio das menininhas, a idéia foi por água abaixo, e quase trinta anos depois, com mais de 40 filmes no currículo, 25 prêmios na estante e uma estrela na Calçada da Fama, Tom Cruise é só um dos caras mais populares do planeta, além de ser considerado um dos maiores astros de todos os tempos e eleito pela Hollywood Reporter como um dos cinco atores mais poderosos da indústria cinematográfica. Exagero? Pode até ser. Mas que ele é fera, não há como negar.
Filho de pais nômades, o ator nasceu em 1962 e, aos 14 anos, já tinha passado por 15 escolas diferentes. Aos 18, morando em Nova Jersey com a mãe, decidiu se mudar para Nova York com o objetivo de tentar a carreira de ator. Casado duas vezes (com as atrizes Mimi Rogers, com quem ficou durante três anos, e Nicole Kidman, por onze anos – mas quem não sabe disso?), o cara é pai de duas crianças (adotadas por ele e Kidman) e adepto da Cientologia, que ele jura de pé junto tê-lo curado da dislexia que o ameaçou por anos. Conheça um pouco agora sobre sua muito bem sucedida carreira no cinema.
:: COMEÇOU MUITO BEM… 🙂
Sua primeira aparição nas telas foi em Amor sem Fim (Endless Love, 1981), de Franco Zeffirelli (diretor de Irmão Sol, Irmã Lua), aquele meloso dramalhão mexicano estrelado pela adolescente Brooke Shields (de A Lagoa Azul), indicado a seis Framboesa de Ouro – prêmio concedido aos piores do cinema. Estréia melhor, impossível! Hehehe… Ainda em 1981, Cruise integrou o elenco do elogiado drama Toque de Recolher (Taps), do diretor Harold Becker (do suspense Inimigo em Casa). Sua interpretação para um aluno de uma escola militar, ao lado de Timothy Hutton (de A Metade Negra), Sean Penn (Sobre Meninos e Lobos) e o veterano e já falecido George C. Scott (do clássico Dr. Fantástico), foi o suficiente para alçá-lo à condição de possível protagonista de filmes, o que aconteceu dois anos depois com a bem-sucedida comédia Negócio Arriscado (Risky Business, 1983), dirigido pelo roteirista Paul Brickman e com Rebecca de Mornay (vista recentemente no fenomenal Identidade) no elenco. O filme rendeu US$ 75 milhões só nos States e Cruise ganhou sua primeira indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator de Comédia – perdendo o prêmio para Michael Caine no bobinho O Despertar de Rita (Educating Rita). Dos filmes de Cruise citados acima, só Amor sem Fim não existe em DVD no Brasil, mas os outros são bem difíceis de encontrar.
Neste mesmo ano de 1983, Tom Cruise estrelou a comédia teen Losin’ It, de Curtis Hanson (8 Mile – Rua das Ilusões), o barra-pesada Vidas sem Rumo (The Outsiders), de Francis Ford Coppola, que também revelou astros como Matt Dillon, C. Thomas Howell, Rob Lowe, Emilio Estevez e Patrick Swayze, e também A Chance (All The Right Moves), de Michael Chapman (diretor de fotografia de Space Jam). A partir daí, Cruise não parou mais de trabalhar. Protagonizou o pretensioso e fracassado A Lenda (The Legend, 1985), a bola fora de Ridley Scott que rendeu míseros US$ 15 milhões – custou aproximadamente 30 mi – e que colocou o astro ao lado de Mia Sara (a tetéia namorada de Ferris Bueller no eterno sessão-da-tarde Curtindo a Vida Adoidado) e Tim Curry (mais conhecido como o travesti do hilário Rocky Horror Picture Show). A Lenda está disponível em DVD por aqui. Mas foi em 1986 que Tom Cruise consolidou a imagem de galã, com seu filme mais conhecido. E aí, matou qual é o longa?
:: UM MIG-28, UMA SUZUKI E UMA MÚSICA MELOSA
Até meu cachorro já assistiu a Top Gun – Ases Indomáveis (Top Gun, 1986), dirigido por Tony Scott (Inimigo do Estado) e produzido pela dupla Don Simpson e Jerry Bruckheimer. Fenômeno de bilheteria, o filme rendeu mais de US$ 350 milhões ao redor do planeta, fez todo mundo dançar no baile de formatura ao som de “Take My Breath Away”, do Berlin, e ganhou quatro indicações ao Oscar, vencendo na categoria de Melhor Canção. A história do traumatizado piloto de caça Maverick e seu relacionamento com a professorinha Kelly McGillis (que trabalhou em A Testemunha) contagiou as salas de cinema e se tornou pioneiro ao misturar em doses iguais ação e romance. Neste mesmo ano, Cruise dividiu a cena com o fantástico Paul Newman em A Cor do Dinheiro (The Color of Money), do grande Martin Scorsese. O filme, continuação do clássico Desafio à Corrupção (The Hustler, 1961), mostra Cruise como um jogador de sinuca que enfrenta a arrogância de um mestre do jogo (Newman). Tanto Top Gun quanto A Cor do Dinheiro existem em DVD.
Em 1988, Cruise interpretou um barman no chinfrim Cocktail, do diretor de A Experiência, Roger Donaldson (que lhe rendeu uma justa “indicação” ao Framboesa de Ouro), fez uma ponta não-creditada no sucesso Jovens Pistoleiros (Young Guns), de Christopher Cain (que comandou o terrível Um Diretor Contra Todos), e arrancou elogios da crítica – que até então o considerava apenas “um rostinho bonito” – como o irmão de Dustin Hoffman no excelente e oscarizado Rain Man, dirigido por Barry Levinson (Toys, a Revolta dos Brinquedos). A partir daí, deu um tempo nos filmes comerciais para se dedicar a projetos mais sérios, como o controverso Nascido em Quatro de Julho (Born on the Fourth of July, 1989), onde sofreu uma metamorfose para dar vida ao veterano de guerra Ron Kovic. O longa (e longo, bota longo nisso) dirigido por Oliver Stone (do esperado Alexander) colecionou prêmios, e por conta deste trabalho, Cruise ganhou o Globo de Ouro de melhor ator dramático e também o prêmio de melhor ator da Associação de Críticos de Chicago, além de concorrer pela primeira vez ao Oscar de Melhor Ator, que perdeu para Daniel Day-Lewis em Meu Pé Esquerdo. Todos os títulos de Cruise citados aqui estão disponíveis em DVD.
:: E DEPOIS DA INDICAÇÃO AO OSCAR…
Bem, depois de adquirir respeito, a tendência é melhorar a cada projeto, certo? Errado, em se tratando de Tom Cruise. Nos anos 90, Cruise cometeu uma gafe atrás da outra, a começar com o insosso Dias de Trovão (Days of Thunder, 1990, disponível em DVD), também de Tony Scott, na verdade uma refilmagem de Top Gun ambientada nas pistas de stock car, que acabou sem dizer a que veio. A produção, cheia de problemas, serviu somente para que Cruise conhecesse Nicole Kidman, com quem se casou e depois protagonizou mais um “mico”, o pretensioso Um Sonho Distante (Far and Away, 1992), de Ron Howard (Uma Mente Brilhante). A produção “mamãe-fiz-um-épico-pra-ganhar-um-Oscar” botou o casal na Irlanda, ela rica e ele pobre, em busca da terra das oportunidades em 1893. A película simplesmente não decolou, sendo solenemente ignorada nos cinemas.
A coisa mudou de figura com a chegada do ótimo Questão de Honra (A Few Good Men, 1992), em que Cruise interpreta um advogado responsável pela defesa de dois soldados da marinha acusados de assassinato. O longa, dirigido por Rob Reiner (Louca Obsessão) e estrelado por Jack Nicholson e Demi Moore, fez uma carreira considerável nos cinemas ianques e rendeu a Cruise muitos elogios, além de novas indicações ao Globo de Ouro e ao MTV Movie Awards. Logo em seguida, Cruise apareceu nas telas como um advogado (novamente) no cultuado A Firma (The Firm, 1993), de Sydney Pollack – diretor do clássico Três Dias do Condor -, filme de tribunal conhecido por ser a primeira de muitas adaptações dos romances de John Grisham, autor de O Cliente e O Homem que Fazia Chover. Questão de Honra e A Firma são fáceis de encontrar no disquinho.
:: BEBA DE MIM E VIVA ETERNAMENTE!
Em 1994, o astro deu vida ao vampirão Lestat na versão para a telona do fantástico livro de Anne Rice, Entrevista com o Vampiro (Interview With The Vampire: The Vampire Chronicles), de Neil Jordan (Fim de Caso), atuando ao lado de Brad Pitt, Antonio Banderas e Christian Slater. O filme se tornou um tremendo sucesso de bilheteria, ultrapassando a marca dos 200 milhões de dólares e revelando ao mundo a promissora atriz-mirim Kirsten Dunst. Só quem não gostou muito foi a própria Anne Rice, que não fez questão de esconder que detestou a idéia de ter seu querido personagem vivido pelo galã. A praga da mulher deve ter sido tanta que Cruise finalmente ganhou seu primeiro Framboesa de Ouro com o trabalho! Intrigas à parte, o longa é muito chocante.
O primeiro filme assumidamente pipoca de Tom Cruise depois de ganhar prestígio foi também seu primeiro trabalho como produtor. Missão: Impossível (Mission: Impossible, 1996), releitura do divertido seriado com direção de Brian DePalma (Carrie, a Estranha) e um elenco internacional, mandou bem nas bilheterias e marcou o início da parceria de Cruise com a produtora Paula Wagner. Na película, Cruise é um espião especializado em disfarces que é acusado de traição. No mesmo ano, Cruise foi mais uma vez indicado ao Oscar por sua interpretação do obstinado agente esportivo em Jerry Maguire – A Grande Virada, de Cameron Crowe (Quase Famosos). Entrevista com o Vampiro e Jerry Maguire estão disponíveis em DVD.
:: BAILE DE MÁSCARAS E CHUVA DE SAPOS
Após Jerry Maguire, seu único contato com o cinema em três anos foi como produtor do longa Without Limits, de 1998 e dirigido por Robert Towne, que conta a trajetória do atleta Steve Prefontaine. Até que em 1999, atuou no incompreendido De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut, 1999), mais uma vez ao lado de Nicole Kidman. O filme, inspirado no livro Traumnovelle, do austríaco Arthur Schnitzler, e com direção do gênio Stanley Kubrick (Laranja Mecânica), põe Cruise numa odisséia pelas ruas de uma grande metrópole depois que sua mulher confessa que pensou em traí-lo em determinada ocasião. Bem, quase ninguém viu a película (eu vi, e no cinema!), mas o trabalho entrou para a história por conta do falecimento de Kubrick em plena produção e pela tão comentada seqüência do baile de máscaras. Vale a pena dar uma olhada neste título, que é fácil de achar em DVD. E também vale a pena ver Nicole Kidman em trajes mínimos… hehehe!
Ainda em 1999, chegou às telas o que, na minha humilde opinião, é o ponto máximo da carreira do cara: o independente Magnólia (mag-no’li-a). A obra-prima de Paul Thomas Anderson (Boogie Nights – Prazer Sem Limites) provou de uma vez por todas que Cruise é um grande ator quando bem conduzido. Numa das diversas tramas que são interligadas por uma rua chamada Magnolia, Frank T. J. Mackey (Cruise) é um palestrante machista que repensa sua existência ao receber a notícia de que o pai que não vê há anos (Jason Robards) está à beira da morte. Por este papel, o ator ganhou cinco prêmios internacionais e concorreu ao Oscar mais uma vez. Magnólia está disponível em DVD numa versão pobre, mas obrigatória. Você ainda não assistiu? Está esperando o quê, pelo amor de Deus?
:: TROCAR NICOLE KIDMAN POR… PENÉLOPE CRUZ?
Com o prestígio lá no alto, o ator investiu na produção de Missão: Impossível 2 (M:I-2, 2000), de John Woo, em que repete o papel do espião Ethan Hunt, e na co-produção do mediano Vanilla Sky (2001), mais uma vez sob a direção de Cameron Crowe. O filme, refilmagem do sensacional suspense Abre Los Ojos (1997), do chileno Alejandro Amenábar, não obteve o sucesso esperado nas bilheterias, mas o astro sem dúvidas não se arrependeu de tê-lo feito, já que durante as filmagens conheceu Penélope Cruz, limitadíssima atriz espanhola com quem teve um relacionamento duradouro. Mas há um problema quando um filme é comentado pela imprensa só por causa do namoro do ator principal, não é? Bem, Missão: Impossível 2 e Vanilla Sky já foram lançados em DVD, mas Abre Los Ojos, que é o que realmente importa, nada.
Seu filme seguinte, Minority Report – A Nova Lei (Minority Report, 2002) estourou nas bilheterias depois de uma exaustiva campanha de marketing que evidenciou principalmente o fato de o longa ser a primeira parceria entre Cruise e Steven Spielberg. A intrincada trama de uma sociedade no futuro que caça bandidos antes que eles possam cometer os crimes foi inspirado numa obra de Phillip K. Dick (de Blade Runner, o Caçador de Andróides), e também serviu par alçar à condição de novo astro o talentoso (e problemático) Colin Farrell. Em seguida, Cruise abraçou de vez os blockbusters com o épico O Último Samurai (The Last Samurai, 2003), dirigido por Edward Zwick (de Tempo de Glória). A película não rendeu tanto quanto o esperado, mas foi o suficiente para se pagar – parte de seu “fracasso que não foi fracasso” foi conseqüência da intensa malhação da crítica, que acusou o ator de “pretensioso”. Dá pra entender? Os caras fazem uma comédia e dizem que não sabem atuar. Os caras fazem um épico e dizem que são metidos. Eita nóis! Bem, os dois filmes já estão disponíveis no formato digital.
:: OS PRÓXIMOS PROJETOS
Além do recente Colateral (Collateral, 2004), filmaço do diretor Michael Mann em que Cruise interpreta o segundo vilão de sua carreira, e a estréia da semana, a esperada ficção-científica Guerra dos Mundos (War of the Worlds, 2005), nova parceria do cara com Spielberg, chegará em breve às telas dos cinemas a terceira parte da franquia Missão: Impossível, a ser dirigido pelo criador de Felicity e Alias, J. J. Abrams. M:I-3 ainda conta com Kenneth Branagh (cuja última aparição no cinema foi em Harry Potter e a Câmara Secreta) e a tetéia Scarlett Johansson (do belíssimo Encontros e Desencontros) no elenco. Hoje, Tom Cruise também consolidou sua promissora carreira de produtor, viabilizando a realização de elogiados longas-metragens como Narc (2002), de Joe Carnahan, além de estar produzindo seis novos projetos, entre eles Ask the Dust e War Magician, todos previstos ainda para 2005. Depois de todo este currículo, você ainda duvida de que o ex-aspirante a seminarista está no lugar certo?
:: ALGUMAS CURIOSIDADES
– Tom Cruise dirigiu um capítulo da extinta série Fallen Angels e fez uma ponta em Austin Powers contra Goldmember, interpretando… Austin Powers! É sério!
– O filme A Chance fez um tardio sucesso nas locadoras após o estrelato de Tom Cruise. O motivo do alarde em torno do longa é uma rápida cena de nu frontal do astro. Ugh…
– Shigeru Miyamoto, criador do jogo The Legend of Zelda, da Nintendo, admitiu ter se inspirado em A Lenda para criar o enredo e dar vida aos cenários do game. Ridley Scott, por sua vez, declarou que sua principal fonte de inspiração para o filme foi o clássico A Bela e a Fera (La Belle Et La Bête, 1946), do diretor francês Jean Cocteau.
– O cantor Bryan Adams não permitiu que sua canção “Only the Strong Survive” fosse utilizada em Top Gun por achar que o longa “glorificava a guerra”. O que é incoerente de sua parte: se o cara continuar gravando discos, também poderemos considerá-lo um assassino!
– Em Rain Man, Dustin Hoffman assinou contrato para viver o personagem Charlie, e não Raymond, como acabou acontecendo. O ator mudou de opinião depois de conhecer e se emocionar com Leslie Lemke, cego e portador de paralisia cerebral, que toca piano de ouvido.
– Nascido em 4 de Julho foi totalmente filmado em tons vermelhos, azuis e cinzas, de acordo com o nível emocional das cenas (vermelho para cenas de guerra, branco para cenas de sonho, etc.). Durante o filme, há várias citações ao clássico livro Sem Novidades no Front (All Quiet on the Western Front), considerado um dos maiores livros anti-guerra já escritos. Na cena em que Ron Kovic descobre que nunca mais poderá andar, é visível uma edição de outro livro anti-guerra, Johnny Got His Gun, cujo personagem principal sofre o mesmo destino depois de uma explosão.
– Um Sonho Distante foi a primeira produção a ser rodada pelo sistema Panavision Super 70mm, utilizado em grandes épicos.
– Em Entrevista com o Vampiro, Cruise era posicionado em uma plataforma elevada na maioria das cenas, de modo que não parecesse um tampinha com relação aos outros integrantes do elenco. Cruise obrigou os produtores a reescrever certos diálogos, por acreditar que o roteiro original do filme enaltecia o personagem de Brad Pitt. O ator River Phoenix (de Conta Comigo e Indiana Jones e a Última Cruzada) assinou para interpretar o entrevistador Malloy, mas faleceu de overdose pouco antes das filmagens; o papel foi entregue a Christian Slater.
– A máscara usada pelo personagem de Cruise na mais famosa cena de De Olhos Bem Fechados é, na verdade, um molde do rosto do ator Ryan O’Neal, que trabalhou com Stanley Kubrick em Barry Lyndon (1975). Durante o longa, é possível enxergar referências de todos os trabalhos do diretor. Stanley Kubrick faleceu exatamente quatro dias depois de entregar o copião pronto aos executivos da Warner. De Olhos Bem Fechados entreou para o Guiness Book como a produção cinematográfica mais longa em níveis de captação de imagens (as filmagens duraram 15 meses).
– Magnólia, um dos filmes mais complexos e metafóricos dos últimos tempos, têm durante sua projeção mais de 200 referências à seqüência de números 8:2. O número se refere à passagem do Êxodo na Bíblia, capítulo 8, versículo 2: “Se o não quiseres deixar ir, ferirei todas as tuas terras, cobrindo-as com rãs”. É possível perceber em todos os cômodos fechados da película um quadro com a gravura de uma magnólia. Na cena da chuva de sapos, um quadro na casa da personagem Claudia avisa: “mas isto realmente aconteceu”. Referência ao bizarro incidente ocorrido na cidade de Villa Angel Flores, no México, em 1997, quando um tornado cobriu um agrupamento de sapos e os arremessou contra a cidade.
– Os executivos da Paramount Pictures exigiram que Cameron Crowe usasse efeitos visuais para retirar as torres gêmeas das tomadas da cidade de Nova York em Vanilla Sky. Como podemos conferir no DVD do filme, a solicitação entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Para conseguir os direitos do longa Abre Los Ojos, Tom Cruise aceitou produzir o primeiro trabalho do diretor chileno Alejandro Amenábar nos States. O resultado é o fantástico Os Outros (Los Otros/The Others, 2001), com Nicole Kidman.
– A seqüência de abertura de Minority Report é uma clara homenagem a Alfred Hitchcock, onde podemos notar cenas refeitas de três filmes seus: Psicose (Psycho, 1960), Disque M para Matar (Dial M for Murder, 1954) e Pacto Sinistro (Strangers on a Train, 1951). Os nomes dos PréCogs remetem aos escritores de livros policiais Dashiel Hammett (O Falcão Maltês), Arthur Conan Doyle (da série de obras do detetive Sherlock Holmes) e Agatha Christie (Assassinato no Expresso Oriente).
– A primeira versão do roteiro de Minority Report estava engavetado há alguns anos, com o título “Total Recall 2”. Isso mesmo: era a seqüência de O Vingador do Futuro, com o governador Arnold Schwarzenegger. Os PréCogs seriam, no original, marcianos mutantes com habilidades psíquicas!
– O Último Samurai é o 100.ª produção cinematográfica cuja trilha sonora é composta pelo grande músico Hans Zimmer.
– Cerca de 80% das cenas de Colateral foram filmadas com vídeo digital, segundo o diretor Michael Mann, “para capturar os aspectos noturnos do filme”. O elenco original da película seria composto por Russell Crowe no papel de Tom Cruise e Adam Sandler como o personagem de Jamie Foxx. Meu Deus, o que sairia daí?
– Sobre Guerra dos Mundos… Bem, eu odeio a idéia de atualizarem o conceito básico do livro de H. G. Wells. Aposto que ninguém sabia disso! 😀
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