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Artigo adicionado em 07/08/2004, às 01:07

RENATO GUEDES: bate-papo com o desenhista!
O cara manja… Conheça Renato Guedes, o mais novo desenhista brasileiro em ascensão no Estados Unidos. Guedes é um divisor de águas, já que a grande maioria dos artistas tupiniquins que foram trabalhar em terra estrangeira ou seguiram um traço meio estilizado (tipo Jim Lee e Marc Silvestri) ou foram para o lado mangá americanizada […]

Por
Rodrigo "Machine Boy" Parreira


Conheça Renato Guedes, o mais novo desenhista brasileiro em ascensão no Estados Unidos. Guedes é um divisor de águas, já que a grande maioria dos artistas tupiniquins que foram trabalhar em terra estrangeira ou seguiram um traço meio estilizado (tipo Jim Lee e Marc Silvestri) ou foram para o lado mangá americanizada (tipo Joe Madureira). Renato Guedes, por outro lado, seguiu um traço mais humano, lembrando muito as tendências dos quadrinhos europeus. Há pouco tempo trabalhando nos states, seus trabalhos de destaque são as adaptações para quadrinhos das séries CSI, 24 Horas, Stargate e Smallville. Ultimamente, está desenhando algumas edições de Adventures of Superman e recebeu um premio do Troféu HQ Mix de melhor ilustrador em 2003.

Trago agora, para vocês, uma pequena entrevista com o simpático desenhista, onde ele fala sobre desenhar, mercado americano e diferenças de trabalhos. Pode ser boas dicas para quem está pensando em trabalhar no mercado americano.

A ARCA – Qual foi sua primeira experiência com quadrinhos? O que leu primeiro? E o que rabiscou primeiro?
Renato Guedes – Não me lembro muito bem o que eu li primeiro. Quando criança eu lia de tudo, desde Disney até Mad; lembro-me que, antes de virar fã de quadrinhos de super-heróis, eu já lia alguma coisa de Fantasma e Super Aventuras Marvel. Enfim, lia de tudo.

O que rabisquei primeiro também não me lembro. Sempre rabisquei; teve época que eu rabiscava coisas que eu lia em Asterix, Mad… Tive várias fases, mas não me lembro onde tudo começou, sei que foi antes da pré-escola!

AA – Qual o primeiro artista que te inspirou a desenhar?
RG – Isso também é difícil dizer, acho que eu comecei a rabiscar de cara-de-pau, sem ninguém precisar inspirar, mas quem me inspirou a desenhar quadrinhos de super-heróis foi o Todd McFarlane. Eu adorava as revistas do Aranha na época, de lá pra cá não parei mais, sempre com influências das mais variadas!

AA – O primeiro contato na área de quadrinhos estrangeiros foi bom ou meio traumático?
RG – Foi bom. Eu demorei até demais para começar no mercado americano e, quando comecei, acho que já estava mais bem preparado do que se tivesse começado alguns anos atrás. Comecei em uma editora muito grande, a DC, então foi tudo muito tranqüilo.

AA – Você percebeu algum tipo de preconceito? Pois seu traço difere do padrão dos artistas brasileiros nos states.
RG – Nunca! Os editores gostam, não é o estilo da moda, mas é diferente e isso chama a atenção. Já fiz amostras mais estilizadas para o “super-herói”, mas eles sempre pedem o estilo mais realista.

AA – Você sofreu alguma pressão para mudar seu traço?
RG – Eu já tentei mudar por vontade própria, mas não rola, é como caligrafia, se parecer forçado fica estranho! Mas nunca tive nenhuma pressão, o pessoal da Art & Comics gosta do meu estilo, e os editores não forçam ninguém para mudar.

AA – É mais fácil trabalhar em algo novo ou com personagens conhecidos?
RG – Não sei dizer. Sempre tem alguma dificuldade diferente, trabalhar com semelhança de atores ou personagens grandes é complicado, mas desenhar um personagem como o Superman é MUITO bacana, mesmo com toda a atenção que cerca o personagem!

AA – Trabalhar com adaptação de séries de TV não breca um pouco a criatividade?
RG – É diferente, as histórias não são tão ousadas, mas você tem muitas dificuldades a mais, como trabalhar com a semelhança dos atores, ambientação, estilo narrativo. Tudo isso complica muito!

AA – O que sentiu a primeira vez que viu um trabalho seu publicado em terras estrangeiras?
RG – Foi bacana, mas não tive muito tempo para respirar, foi trabalho em cima de trabalho, não tive muito tempo para assimilar a idéia. Mas é muito gratificante ver um trabalho publicado, seja ele no Brasil ou no exterior!

AA – Como é trabalhar com uma editora nova como a IDW (editora que publicou as HQs de “24 Horas”, “CSI” e “Stargate”)? É mais fácil do que com a DC?
RG – Sim, é mais fácil. A IDW não tem um elenco de artistas como a DC, uma vaga não é tão disputada, mas o trabalho é tranqüilo.

AA – Você quer se firmar em um título, ou prefere trabalhar em títulos sempre diferentes?
RG – Eu pretendo me firmar em um título, sim. Ficar pulando de título em título por muito tempo torna difícil do leitor acompanhar o trabalho.

AA – Futuramente, quando estiver firme em terras estrangeiras, pretende investir em algo pessoal aqui no Brasil (referente a quadrinhos)?
RG – É a idéia. Ainda não dá para contar nada, tudo em fase de projeto. Falta tempo, mas aos poucos a gente chega lá!

AA – Atualmente, quais os artistas que você mais gosta?
RG – Tem muita gente bacana publicando. Gosto dos trabalhos do Bryan Hitch (Os Supremos), Jae Lee (Inumanos), as capas do Adam Hughes (Tomb Raider), Eduardo Risso (100 Balas), tem bastante gente! Gosto dos brasileiros também, o Ivan (Reis em Action Comics) o Greg (Toschini em Thor Son of Asgard).

AA – Para alguém conseguir seu espaço no mundo dos quadrinhos, o que precisa? Quais os primeiros passos?
RG – Muita dedicação, muito treino. Não existe uma fórmula, mas acho que se você tiver um estilo sincero, se esforçar, fazer muitos testes, estar aberto para críticas, e ser persistente, aí chega lá!

AA – O mercado americano está difícil?
RG – Eu acho que está como sempre, nunca foi fácil, mas se batalhar consegue seu espaço!

AA – Se você tivesse a oportunidade de redesenhar uma história famosa, qual seria?
RG – Ih, complicado. Gosto de muita coisa, Cavaleiro das Trevas, Homem Sem Medo, mas seria uma heresia querer refazer qualquer uma delas.

AA – Para terminar, qual foi o argumentista mais fácil para trabalhar?
RG – O mais fácil eu não sei, mas o mais difícil, sem dúvida alguma foi o Greg Rucka em Adventures of Superman, o cara escreve muito, e é muito detalhista!


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