Não dá para deixar de comparar De Repente 30 com o clássico Quero Ser Grande, estrelado por um Tom Hanks ainda novato. Mas com a bela Jennifer Garner no papel principal, é claro que o filme irá atingir mais às meninas – e às mulheres – do que os marmanjos, que terão que se contentar em ficar admirando a beleza da atriz da série de tv Alias.

O roteiro é manjado e tem um final mais que previsível – como qualquer comédia romântica que se preze – mas é divertido acompanhar as estripulias da jovem Jenna Rink, que, no dia de seu aniversário de treze anos, deseja com tanta vontade ter trinta anos que acaba avançando dezessete anos no futuro, acordando no dia seguinte em corpo de adulta. Para uma menina que queria apenas ser popular no colégio e namorar o gatinho mais desejado, se transformar em uma bem-sucedida editora da maior revista de moda do país é realmente muito mais do que Jenna poderia imaginar.

Como as coisas não costumam ser tão fáceis assim, até mesmo para contos de fada, Jenna só criou corpo, pois a mente ainda é da menina de treze anos. Como lidar com os novos amigos, um emprego e um namorado mais tapado que uma porta semi-aberta? Isso sem falar no melhor amigo gordinho – Matt, interpretado por Mark Ruffalo – sempre deixado de escanteio, mas que alimentava uma paixão secreta pela menina. E como levar numa boa o vocabulário modernoso, entupido de palavreados e referências sexuais que podem ser comuns para a molecada dos dias de hoje, mas era algo bem mais recatado durante a metade dos anos 80.

É fato: Jennifer Garner está uma verdadeira fofura. Ainda mais eu, que nunca achei grandes coisas a beleza da atriz, é impossível não se apaixonar por aquele mulherão com jeito de menina. Tá, talvez seja só eu e meus problemas com garotas com jeitinho de anjo. De qualquer maneira, Garner está muito convincente, sem atuações exageradas como seria possível esperar em um papel desses. É ela que deixa o filme mais interessante, junto com os surtos de Andy Serkis. Os mais nerds vão lembrar desse nome, afinal foi ele que deu a alma – isto é, voz, interpretação e captura de movimentos – para o sinistro Gollum, da trilogia O Senhor dos Anéis. Serkis interpreta o editor da revista Poise, Richard Kneeland, que está sempre nos pés de Jenna por fórmulas mágicas de fazer com que as vendas da publicação superem as da rival. A sequência em que Kneeland começa a dançar ao som do clássico Thriller, do hoje bizarro Michael Jackson, vale o filme. ^_^

Vá assistir com a namorada, dê algumas risadas, não deixe ela notar que você achou a Jennifer Garner um amor, depois vá comer uma pizza. Curta uma noite muito bacana, sem encanações. Mas que poderia ser um pouquinho mais original, ah, isso poderia.

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