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Artigo adicionado em 10/07/2004, às 05:10

Crítica: TÚMULO COM VISTA
Toneladas do sutil humor britânico… Pena que decepciona no final. Num bailinho de adolescentes da década de 50/60 um menino tenta vencer a timidez para dançar com a garota que paquerava ao longe. Até que perde essa chance quando outro é mais rápido que ele e tira a mocinha pra dançar. Essa cena aparentemente desconexa […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


Num bailinho de adolescentes da década de 50/60 um menino tenta vencer a timidez para dançar com a garota que paquerava ao longe. Até que perde essa chance quando outro é mais rápido que ele e tira a mocinha pra dançar. Essa cena aparentemente desconexa com o resto do filme na verdade é o início de uma paixão secreta escondida nos dois protagonistas.

Anos mais tarde, encontramos a menina, chamada Betty Rhys-Jones (Brenda Blethyn) já na sua meia idade, casada com um vereador totalmente desalmado, que a tratava tão bem quanto a uma traça; e morando com sua sogra – muito bem caracterizada como uma senhora gorda, fofoqueira e asquerosa, que também não morre de amores pela nora.

Tudo está correndo relativamente bem, até que a sogra de Betty Rhys-Jones morre engasgada com seu cereal no café da manhã. Entra em cena então Alfred Molina (é, o Dr. Octopus do Homem Aranha 2), mas dessa vez sem tentáculos mecânicos, é claro, interpretando um solteirão chamado Boris Plots, dono de uma funerária que leva seu sobrenome. Acontece que Boris é ninguém mais, ninguém menos que o garotinho do baile de anos atrás.

Assim que ambos se reencontram, quando a senhora Rhys Jones vai tratar do funeral da sogra, acabam descobrindo um gosto em comum: a dança, principalmente os musicais da época de Fred Astaire e Ginger Rogers; e revivem a paixonite de tempos atrás. O que impede o desenvolvimento do caso deles é que Betty é casada, embora confesse que não ama o vereador, e só não se separa para não dar um escândalo na cidadezinha em que moram, no interior do País de Gales. Hugh Rhys Jones (Robert Pugh), o marido de Betty, por sua vez, está pouco se lixando para escândalos: mantém um relacionamento nada ortodoxo com uma “assessora de gabinete”, Meredith (Naomi Watts).

Como em toda comédia romântica, o “romance” acontece simples e instantâneo: Boris convence Betty a fugirem juntos, através de um estratagema arquitetado por ele, envolvendo sua profissão: a amada deve fingir-se de morta para que ambos possam fugir da cidade sem causar espanto à população (afinal, Betty estaria morta e ninguém se perguntaria sobre o paradeiro do dono da funerária). Dada a trama, posso dizer que o filme é uma típica comédia britânica, sem tirar nem pôr. Pra começar, o humor negro, seguido de piadinhas sutis, indo para humor bem escrachado (mas nada de “humor de banheiro”).

Túmulo com Vista foi lançado na Inglaterra em 2002, mas só em junho desse ano veio aqui para o Brasil, mesmo assim não sendo lançado em todos os cinemas (eu fiquei esperando estrear aqui em Santos, até que desencanei e tive que ir assistir lá em cima… em Sampa, quero dizer). É claro que por tratar-se de uma produção britânica despretensiosa, não é um filme pipoca, mas não é nem de longe algum filme que nos faça pensar. É uma comédia gostosa, assistível com amigos, namorado(a) ou até com a família, numa tarde em que você não quer pensar em mais nada, nem assistir a filmes cheios de efeitos maravilhosos e ação.

O humor permeia por todas as cenas do filme (bem… pelo menos até a metade), mas alguns quadros destacam-se por arrancar gargalhadas de qualquer um. São as cenas protagonizadas por Frank Featherbed (Christopher Walken) e Delbert Butterfield (Lee Evans), que estão simplesmente hilários como os donos de uma funerária concorrente à Plots, a Featherbed. Sem nenhuma relevância no decorrer da história, esses agentes funerários têm um diferencial: resolvem fazer enterros “fashion”, nos quais os cadáveres são enterrados com uma temática relacionada a algo de que gostavam em vida. De longe, a cena mais engraçada do filme é o funeral a la Jornada nas Estrelas, em que uma velhinha é enterrada caracterizada de Capitão Spock.

Boas piadas e situações inusitadas não foram o suficiente para apagar o péssimo final que o filme tem. Parece que o diretor achou que o filme ficaria muito curto se terminasse logo após o desfecho do plano de Boris, e resolveu “encher lingüiça” até completar 1 hora e meia de filme. Assim, a última meia hora fica claramente forçada, e chega a ser cansativa, lembrando alguns filmes B de Sessão da Tarde em seus piores momentos.

Apesar desse desastre na finalização o filme não perde seu valor. Como uma comédia romântica, “Túmulo com Vista” é uma ótima comédia (felizmente!). E não se deixem enganar pelas pessoas dançando e o nome do responsável pela coreografia no cartaz… Túmulo com Vista NÃO é um musical (ó.Ò). É apenas uma comédia bem sacada.


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