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Artigo adicionado em 29/07/2004, às 04:35

Crítica: FAHRENHEIT – 11 DE SETEMBRO
Cheio de argumentos pra lá de convincentes, o documentarista americano dispara agressivamente contra Bush e, no final do filme, divide opiniões Em 2003, quando fez o explosivo discurso contra o presidente norte-americano George W.Bush durante a cerimônia do Oscar, o cineasta Michael Moore afirmou que tanto a Guerra na Iraque quanto o próprio Bush eram […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


Em 2003, quando fez o explosivo discurso contra o presidente norte-americano George W.Bush durante a cerimônia do Oscar, o cineasta Michael Moore afirmou que tanto a Guerra na Iraque quanto o próprio Bush eram fictícios. Com seu novo documentário, o polêmico e discutido Fahrenheit – 11 de Setembro, o diretor consegue fazer seus detratores engolirem em seco: sim, ele estava certo. Ou, pelo menos, tem argumentos excelentes para fazer o público acreditar nisso. “Este é o primeiro filme feito para justificar um discurso de aceitação”, disse Quentin Tarantino em Cannes, quando a obra de Moore ganhou a Palma de Ouro. É bem por aí mesmo.

Rejeitado pela Disney (que proibiu a Miramax, sua subsidiária, de distribui-lo), criticado por diversos setores do governo, aplaudido por esquerdistas e apedrejado por direitistas, “Fahrenheit – 11 de Setembro” já se tornou o documentário mais rentável da história. Todo o falatório é justificado: afinal, é impossível ser indiferente ao estilo de Moore. “Fahrenheit – 11 de Setembro” é muito mais do que um documentário: é uma espécie de evento. Ame ou odeie. Crique ou elogie.

Na primeira metade do filme, Moore destila seu sarcasmo e retrata Bush como um sujeito apatetado que teria chegado ao cargo mais importante do planeta graças a uma série de manobras políticas – vide a divertidíssima introdução da película, que relembra o episódio da votação na Flórida. Com muito bom humor e uma trilha sonora inspiradíssima, Moore vai apresentando os motivos pelos quais Bush conduziu a política internacional da forma que conhecemos. E é impossível negar: seus argumentos são bem convincentes, creia você neles ou não. “Estou pensando em propôr uma recompensa de US$ 10.000 a quem encontrar erros factuais no filme”, afirmou Moore em entrevista a revista Time.

Envolvido comercialmente com a família de Bin Laden, Bush teria entrado de cabeça no Afeganistão simplesmente para aplacar a ira do público numa busca frenética contra Bin Laden. Fomentando a indústria armamentista, seu alvo já era outro antes mesmo do dia 11 de setembro: o Iraque. O ataque às torres gêmeas teria sido meramente uma desculpa para tirar Saddam do poder e reconstruir o país a seu bel prazer – ganhando muito dinheiro com isso e recompensando aliados e financiadores de campanha. O apoio do povo americano teria surgido graças a uma campanha de manipulação que espalhou o medo e a paranóia. E sobram farpas e denúncias para Dick Cheney (vice-presidente), Donald Rumsfeld (secretário de defesa) e, é claro, para a imprensa norte-americana – especialmente do grupo Fox, alvo favorito de Moore.

Mas é na segunda metade do filme, quando Moore fica menos bem-humorado e mais emocional e raivoso, é que o público efetivamente embarca num turbilhão de emoções. É quando Moore, até então um narrador de frases bem-colocadas, começa a aparecer mais em cena. E é quando ele mostra os bastidores da Guerra do Iraque: toda a destruição e a morte de inocentes em Bagdá (gerando cenas nada recomendadas para os mais sensíveis), os soldados com medo do futuro, as mães sofrendo com a perda dos filhos… Naquele que pode ser considerado um dos momentos mais inspirados do filme, Moore vai para a porta do Congresso americano e começa a sugerir aos deputados e senadores que enviem seus filhos para lutar no Iraque. “Será que qualquer um iria querer os filhos no Iraque? Será que ele quer”, questiona Moore, mostrando Bush ao lado das filhas.

Aliás, o segredo do sucesso de Moore está justamente em ter se transformado em um personagem de si mesmo. O Michael Moore cineasta documenta as peripécias do Michael Moore protagonista, um gordinho de óculos, boné e língua afiada que se tornou ídolo dos revolucionários de plantão. Talvez esta postura ‘entertainer’ acabe tirando um pouco de sua credibilidade como documentarista. Mas, com certeza, ajuda a aproximá-lo do público mais comum e menos cabeça, que se diverte com suas peripécias. E é isso que ele parece querer. Não dá para negar que, de algum modo, “Fahrenheit – 11 de Setembro” deve fazer certo estrago na campanha para a reeleição de Bush. E é isso que Moore quer. Com toda a certeza.


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