Eu nunca fui uma fã inveterada de mangás ou animes, mas confesso que o mangá One Piece conseguiu realmente chamar minha atenção. Liderando o concorrido páreo de mais lida no Japão, a série, que existe desde 1997, pode ser considerada a de maior sucesso atualmente.
Publicado no Brasil pela Editora Conrad, e atualmente na edição 26, “One Piece” vem fazendo bastante sucesso por aqui também, com seu humor despretensioso e cheio de personagens esquisitérrimas.
:: PARA CONHECER OU RELEMBRAR
Monkey D. Ruffy é um menino que, sem querer, comeu um fruto do diabo (Akuma no Mi) que lhe deu o estranho poder de ser um homem borracha. Assim, pode esticar seus braços, pernas e pescoço o quanto quiser, além de não sofrer com socos ou qualquer coisa que poderia esmagar uma pessoa normal. Mas qualquer poder proveniente de frutos do diabo representa um problema para seu portador: se este cair no mar, invariavelmente, afunda.
Desprezando esse “pequeno detalhe”, Ruffy alimenta seu grande sonho: ser o Rei dos Piratas. Para tanto, treinou seus golpes Gomu Gomu durante sua infância inteira. Ao completar 17 anos, decide sair de sua cidade natal e navegar até a Grande Rota – um mar temido até pelos melhores piratas – mas sem tripulação ou preparação alguma; apenas com sua enorme confiança (maior até que aquele seu sorrisão estilo mangá).
Daí que Ruffy, juntamente com seu precioso chapéu de palha, um presente do pirata Shanx, o Ruivo (que é o ídolo do garoto), resolve procurar uma tripulação que o ajude na sua empreitada. Encontra, pois, no caminho, seu primeiro companheiro de viagem: Roronoa Zoro, um espadachim de cabelo verde que consegue a façanha de lutar com 3 espadas ao mesmo tempo (uma em cada mão e outra na boca! o.O).
Zoro é um caça-piratas que, como todos os tripulantes do navio do “Capitão Ruffy”, tem um sonho ao qual dedica sua vida: tornar-se o maior espadachim do mundo.
É passando por viagens e aventuras que Ruffy conhece o resto de sua tripulação que até a edição atual aqui no Brasil se compõe de:
Nami – uma ladra especializada em piratas que sonha em ser a maior navegadora do mundo;Usopp – tem como melhores habilidades as suas mentiras e sua pontaria. Tem o sonho de ser um grande pirata, como seu pai;
Sanji – Um honrado e mulherengo cozinheiro, que almeja encontrar o All Blue, uma espécie de oceano conhecido através de lendas, onde podem ser encontradas todas as espécies de peixes do universo de One Piece.
Todos esses sonhos dos atuais protagonistas são baseados em códigos de honra que provém da infância de cada um, como promessas feitas a alguém à beira da morte, por exemplo. One Piece é recheado de flashbacks que relembram o passado de cada personagem, explicando o porquê de seu comportamento.
:: A ALA MALVADA
Os vilões conseguem ter as características mais surreais de toda a série: como exemplo podemos citar Buggy o Pierrô, um palhaço vilão que, sob os poderes de outro fruto do diabo, tem a capacidade de se dividir em vários pedacinhos; Jango, uma espécie de Michael Jackson que hipnotiza pessoas; Arlong , um Homem-Peixe com nariz de tubarão serrote, e mais uma infinidade de seres que suscitam perguntas tais como “Como você pode gostar disso?” feitas a mim pelos que me vêem lendo o mangá.
“One Piece” tem muitas seqüências de luta, que em um aspecto lembram muito videogames: desde a primeira edição as batalhas são travadas contra vilões cada vez piores, mais difíceis e malvados, como se fossem aqueles “chefões” de cada fase atravessada. Isso chega a cansar um pouco, porque a equipe de Ruffy é obrigada a fazer coisas absurdas e sobreviver a ataques que matariam qualquer ser humano normal.
A partir desses personagens, o desenhista e roteirista Eichiiro Oda construiu uma trama bem feita, misturando de forma sutil elementos como aventura, ação, muito humor e mensagens de amizade, fé e perseverança, criando uma série que pode ser lida e compreendida por pessoas de várias idades.
Eiichiro Oda pode não ser o mais maravilhoso desenhista de mangás da História dos quadrinhos, e seu estilo é criticado por muita gente, mas pra mim o que ele fez foi desenvolver um estilo próprio. Depois de se acostumar com os enormes pés e mãos e caretas de todos os tipos, dá pra ler “One Piece” sem ficar com medo das esquisitices das personagens.
:: O ANIME
Os que adorariam ver “One Piece” em outras mídias já podem sair por aí pulando de alegria. A série de animação já foi devidamente picotada pela censura (é, eles tiraram as cenas muito violentas e as que mostram bebidas alcoólicas, embora eu tema que algumas seqüências vão perder o sentido), vai ser dublada no estúdio Álamo e tem previsão de lançamento no Cartoon Network lá pro fim de dezembro/começo de Janeiro de 2005. Depois, irá passar na Rede Globo.
O anime passa no Japão e já tem mais de 70 episódios, mas não perde a qualidade, apesar de ser bastante extenso (pelo contrário, às vezes isso até ajuda!). As cenas de batalha no anime muitas vezes ajudam a compreender melhor que no mangá os golpes de Ruffy.
:: ENFIM…
Quem ainda não leu uma página dessa obra do maluco Eiichiro Oda está perdendo uma das séries mais gostosas de ler, cheia de elementos infantis e clichês, é verdade, mas com tramas envolvendo um aspecto mais adulto e mais profundo.
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