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Artigo adicionado em 27/06/2004, às 10:52

Livro: TRILOGIA FRONTEIRAS DO UNIVERSO
Um universo de multiversos Não é bem um lançamento, na verdade já têm vários anos os livros da trilogia Fronteiras do Universo, do escritor britânico Phillip Pullman, mas só me caíram nas mãos agora. E nada mais atual, já que a atual moda de filmes baseados em livros de fantasia parece estar longe de acabar, […]

Por
Gustavo "Bux" Klein


Não é bem um lançamento, na verdade já têm vários anos os livros da trilogia Fronteiras do Universo, do escritor britânico Phillip Pullman, mas só me caíram nas mãos agora. E nada mais atual, já que a atual moda de filmes baseados em livros de fantasia parece estar longe de acabar, depois dos 17 Oscar de O Senhor dos Anéis e os quase US$ 200 milhões conseguidos pelo terceiro Harry Potter nos cinemas até agora.

Os livros de Pullman já estão, também, em processo de adaptação para a telona, e o estúdio responsável é a New Line, o mesmo de “O Senhor dos Anéis”. Mais promissor, impossível!

A obra foge da fantasia juvenil tradicional, especialmente pelos temas tratados e pelo clima meio lúgubre, sinistro, até bizarro, da trama. Ela se passa em um universo quase igual ao nosso, mas diferente em muitos aspectos. A teoria, obviamente roubada de Diana Wynne Jones e seu conceito do Crestomanci, fala em milhões de universos diferentes, que se formariam a partir de possibilidades. Exemplo: joga-se uma moeda para cima. Ela cai em Coroa. Cria-se um outro universo onde ela caiu em Cara.

No do primeiro livro A Bússola Dourada, a igreja católica não passou pelo trauma da reforma protestante e conserva, até os dias atuais, um poder inimaginável, ditatorial, ainda com fortes resquícios da inquisição. Todas as universidades do mundo são subordinadas a ela e, por isso mesmo, só ensinam o que lhe interessa. É nesse mundo que somos apresentados à jovem Lyra, de 11 anos (mesma idade que Harry Potter tinha em seu primeiro livro), que logo de cara descobre uma trama estranhíssima, que envolve um misterioso pó que desce dos céus e afeta especialmente os adolescentes na puberdade (é claro que a igreja católica vai enxergar nisso o diabo agindo e, assim, vai patrocinar qualquer maluco que se disponha a encontrar uma maneira de acabar com a coisa).

Lyra é órfã, foi criada dentro de uma universidade em Oxford, por catedráticos. Mesmo assim, é uma moleca que prefere brincar com os filhos dos criados a receber a educação aristocrática que querem lhe impôr.

Crianças começam, então, a ser sequestradas por uma estranha mulher acompanhada de um macaco dourado. Enquanto apenas crianças gípcias (como são definidos os ciganos do livro) eram levadas, nenhum problema. Mas crianças de famílias importantes são também sequestradas e aí começa a circular pelo povão a versão de que Papões estariam levando as crianças para devorá-las. Espalha-se o pânico por todo o mundo, mas nada parece ser feito.

A coisa é, na verdade, muito mais complexa e o leitor vai descobrir, aos pouquinhos, que num livro de fantasia juvenil a maldade pode existir, tão feia quanto na vida real. Um amigo de Lyra é capturado e a moça se envolve em uma série de aventuras para tentar resgatá-lo. Acaba se descobrindo como a criança que aparece em profecias ciganas como a que salvará o mundo da destruição.

As boas sacadas do livro, que aliás é fantasticamente escrito por Pullman, um mestre da narrativa, são várias. Por exemplo: os humanos têm sua alma encarnada em um animal, o Daemon, que sempre lhes acompanha de perto. Dependendo da personalidade da pessoa, o Daemon assume uma forma: cão, lobo, macaco, serpente… Morto o Daemon, morre também a pessoa (uma referência vinda diretamente das crenças da Grécia antiga).

Ganhadores de diversos prêmios na Inglaterra, os três livros são verdadeiros clássicos da literatura moderna de fantasia, tão cativantes e envolventes quanto os do bruxinho Harry, mas até mais profundos e, sem dúvida, melhor escritos (sei que vou ter que ler muitos xingamentos por isso, mas é a minha opinião). É impossível não ficar cativado pela história de Lyra.

Depois de ser apresentado ao conceito em A Bússola Dourada, resta ao leitor devorar avidamente as duas obras que completam a trilogia: A Faca Sutil e A Luneta Âmbar, que já misturam outros universos além do de Lyra (o nosso, inclusive) mas mantêm a mesma qualidade do livro original. E quero ver alguém, depois de ter lido a obra completa, que duvide que sua adaptação, se bem conduzida, tem potencial para se transformar num fenômeno de bilheteria!

Não ser um lançamento tem uma vantagem: os três já estão disponíveis nas livrarias e não será preciso esperar pelo capítulo seguinte! Da Editora Objetiva.

Aproveite para comprar os dois últimos volumes no Submarino: clique aqui para A FACA SUTIL e aqui para A LUNETA ÂMBAR. O primeiro volume, A Bússola Dourada, não está disponível no site.


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