|
O título um tanto quanto estranho me manteve longe por um bom tempo de O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams. Pior para mim: agora que li, motivado pela notícia de que vão transformá-lo em filme (com John Malkovich), sei que era puro preconceito. O livro – uma sátira misto de ficção científica da boa com o refinado e mordaz humor britânico – é das leituras mais divertidas que me caíram às mãos, e que a editora Sextante teve a feliz idéia de reeditar, 25 anos depois de seu lançamento.
Só a título de referência, dá para compará-lo, especialmente, com os textos de Lewis Carroll (pelo nonsense presente em toda a história) e com o humor típico da trupe inglesa Monty Python. Se você curte essa linha, não vai se arrepender.
O autor não deixa, entretanto, apenas por causa do humor, de tocar em assuntos mais profundos (ou, pelo menos, de nos fazer pensar mais a sério neles): o sentido da vida, por exemplo. E de ser uma ficção científica no melhor sentido do termo: Douglas Adams era (morreu em 2001, aos 49 anos) adorado pelos fãs do gênero, mesmo pelos de sagas como Star Wars e Star Trek.
O livro faz parte de uma trilogia de cinco volumes (não, não é erro, é estranho mas é isso mesmo que você leu: trilogia de cinco partes) e a boa notícia é que os outros também serão lançados em breve.
O “Guia…”, primeiro título da série, conta as aventuras espaciais do inglês Arthur Dent, que escapou milagrosamente da destruição da Terra depois de tentar impedir a demolição de sua casa. Pudera: era amigo, sem saber, de Ford Perfect, um alienígena correspondente do guia de viagens “Guia do Mochileiro das Galáxias”, disfarçado de ator desempregado e em missão de coleta de informações turísticas na Terra. E que carregava, felizmente, uma toalha (toalhas são muito importantes e tornam o universo um lugar mais seguro, você vai descobrir).
Douglas se vê arrastado, apesar de seus protestos histéricos, para os pontos mais distantes do tempo e do espaço, em busca do legendário planeta de Magrathea.
Enquanto tenta se entender com as formas de vida mais estranhas e bizarras, Arthur acaba descobrindo a verdadeira história da Terra e a resposta final à grande pergunta da vida, do universo e tudo o mais.
O livro é cheio de voltas e reviravoltas, descontroladamente, tornando muito difícil lembrar de tudo o que aconteceu até o ponto em que se está lendo. Isso só o torna mais divertido.
Da editora Sextante, tem 206 páginas e sai por R$ 19,90, em média.
|