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Artigo adicionado em 25/05/2004, às 09:19

SEINFELD
And no soup for you! É quase que uma redundância dizer que Seinfeld é uma das melhores sitcoms já produzidas. Desde o seu lançamento, em 1989, o seriado foi angariando fãs e, depois de algum tempo no ar, já era um dos grandes sucessos no horário nobre da época. Até hoje (a série terminou em […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


É quase que uma redundância dizer que Seinfeld é uma das melhores sitcoms já produzidas. Desde o seu lançamento, em 1989, o seriado foi angariando fãs e, depois de algum tempo no ar, já era um dos grandes sucessos no horário nobre da época. Até hoje (a série terminou em 1998), Seinfeld passa nas tardes e noites da Sony e no Canal 21, tendo seus fãs, que, mesmo vendo episódios repetidos, ainda acompanham com freqüência a deprimente da vida de Jerry Seinfeld, seus amigos e seu universo de cultura pop (sim, Jerry é tão nerd que seria capaz de vender sua alma ao Super Homem!).

E, agora, podem ir preparando suas cartas ao Papai Noel: o DVD que reunirá a primeira temporada de “Seinfeld” chegará às prateleiras no fim deste ano. Bem, o único porém é que será somente nas prateleiras norte-americanas, por enquanto… mas é bom ir fazendo o aquecimento desde já!

O DVD deverá conter material extra, como cenas cortadas e entrevistas com os atores participantes. Foi esse novo material que criou tanta polêmica: Julia Louis-Dreyfuss, Michael Richards e Jason Alexander estavam de cara feia porque não receberiam seus merecidos royalties por essa participação e pelos vários reprises da série. Parece que a dinheirama extra que Jerry ganhou em comparação a seus companheiros de tela também ajudou a esquentar esse dilema. Finalmente resolvida a questão, já podemos sonhar com este e os próximos DVDs que virão, trazendo as temporadas restantes.

Ainda não se sabe se haverão comentários de outros atores que interpretaram os personagens que também ajudaram muito no sucesso do sitcom, como Newman (Wayne Knight), o Nazista da Sopa, a dupla italiana que encrencava com Kramer, os pais de George, e, claro, sem esquecer de Puddy (Patrick Warburton), namorado da Elaine nas últimas temporadas.

:: MAS TIA, QUEM É SEINFELD?

Para os que viveram em uma aldeia em algum lugar remoto do mundo nos últimos anos e nunca ouviram falar nele, uma breve aulinha: Jerry Seinfeld é o nome real e fictício do ator e autor do seriado que leva seu nome. A maioria dos episódios foi produzida e criada numa parceria Seinfeld x Larry David (aquele mesmo do Segura a Onda – Curb Your Enthusiasm – que passa na HBO).

Os episódios giram em torno de 4 amigos – Elaine (Julia Louis-Dreyfuss), George (Jason Alexander), Kramer (Michael Richards) e o próprio Jerry (Jerry Seinfeld) – que levam uma vida típica de 4 solteirões nova-iorquinos, não têm nenhum caráter e não se envergonham disso.

Bem… É melhor traduzir de vez: Seinfeld é um seriado sobre o nada.

:: MAS TIA, COMO UMA SITCOM QUE FALA SOBRE NADA FOI AO AR E AINDA CONSEGUIU TANTOS FÃS?

A resposta é exatamente essa: conseguiu tudo isso por falar sobre nada. O tragicômico disso é que nos identificamos com a vida de Jerry, George, Kramer e Elaine (sem esquecer dos coadjuvantes que também brilharam na série) – ícones do jovem adulto dos anos 90. Não é preciso ser solteiro e/ou paranóico para se identificar com as desventuras narradas nos episódios: espera por um lugar no restaurante, conhecidos sem noção dos padrões de etiqueta, filosofias sobre sundaes ou biscoitos e, principalmente, relacionamentos… São coisas que todo mundo pensa, e situações pelas quais qualquer um passa.

E esta é a deixa para vocês dizerem “É claro que trata desses assuntos banais, é uma sitcom…!” (comédia de situação, para os brasileiros).

Pois é. E eu diria mais: diria que Seinfeld é a sitcom mais sitcom que já existiu. Parece slogan publicitário, mas o que quero dizer é que por trás de toda a teoria do caos e bizarrice de um episódio, todo o roteiro é tecido sobre fatos totalmente corriqueiros. Por isso é que os próprios autores proclamam, orgulhosos, que o programa fala sobre nada. O humor está aí mesmo. Seinfeld mescla isso com completo nonsense. Como eu disse lá em cima, em praticamente todos os episódios há a teoria do caos: uma ação ou decisão tomada (geralmente errada) por um personagem, afeta todo o elenco, e por vezes, a Cidade de Nova York inteira.

Sem contar as inúmeras citações do eterno Jerry Seinfeld – que, cercado por tantos atores de talento, acaba ironicamente sendo o menos engraçado da série – a filmes, desenhos ou seriados consagrados. Seinfeld criou vários jargões muito bem lembrados por seus fãs, como “These pretzels are making me thirsty”, “No soup for you” e o célebre “Hello, Newman”.

:: E A MORAL DA HISTÓRIA É…
Não. Se você quiser uma moral da história, assista Full House (Três é Demais). Contrariando o costume de sitcoms da época de seu lançamento, que por mais engraçados que fossem, sempre passavam uma mensagem singela, Seinfeld nunca passou uma moral. Não precisamos de muito pra notar que cada um dos personagens de Seinfeld é um defeito ambulante, e que jogue a primeira pedra quem não for um defeito ambulante (ai… Era só força de linguagem!). É de se esperar que uma história que conte de quatro bons amigos transmita uma mensagem de boa amizade, mas isso jamais ocorreria com tais personagens. E isso combina com o estilo Seinfeld. Nada de “Oh, meus bons amigos, seremos felizes eternamente ao fim de nossa longa jornada de 9 anos no ar”. No último episódio (sem desesperos, não vou contar alguma parte importante) as últimas frases são as mais sem conteúdo que poderiam encontrar. O que comprovou por fim que foi possível permanecerem no ar durante 9 anos tirando conteúdo do nada, sem esgotar o humor ou tornar-se repetitivo! Um personagem profere, por fim, a frase que todos esperavam e temiam ouvir: “Eu não sei como ou sob quais circunstâncias vocês quatro se conheceram, mas sua enorme indiferença e profundo desrespeito por tudo que é bom e decente ruiu com os fundamentos sobre os quais nossa sociedade está sustentada…”

Qualquer semelhança com a vida real talvez não seja mera coincidência.

Os capítulos memoráveis são muitos, e é difícil lembrar todos dentre os 180 episódios. Mas figuram entre os meus favoritos: “O Desfile de Costa Rica” (penúltimo episódio), “O Barbeiro”, “A Ópera” (aquele com a aparição de Joe Devola), e “A Caneta” (é impossível assistir impassível à atuação de Elaine bêbada de tanto tomar analgésicos).


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