Os Goonies 2 – Goonies never say die ainda está nos papéis. Até agora o que se sabe é que Steven Spielberg e Richard Donner já estão com roteiro pronto, aguardando ordens superiores. Esse roteiro giraria em torno da história de um grupo de garotos, os Groonies, que se encontrariam com os Goonies, mais velhos. O que há além disso são rumores e especulações, no fim das contas, não se sabe ainda se o filme sequer será filmado. Enquanto eles se decidem, vamos matar as saudades dessa pérola spielberguiana de 1985, que, cá entre nós, certamente deve ser superior a qualquer continuação que criem, porque a magia dos filmes se perde nas continuações em 90% dos casos.

Até hoje reprisando na Sessão da Tarde, “Os Goonies” mora na memória de todas as crianças da década de 80. Quem nunca quis ter em casa um sótão cheio de coisas antigas e lá encontrar um mapa de tesouro que o levaria a viver várias aventuras?

Nesse filme, seu produtor, Steven Spielberg, mostra a marca registrada de seu lado criança, sonhador e imaginativo, como o fez em Hook – A Volta do Capitão Gancho. Seus filmes infanto-juvenis, em que trabalha como produtor ou diretor, são obras-primas, com elementos simpáticos para as platéias: aventura, diversão, fantasia e mensagens bonitinhas. Infelizmente as últimas incursões do diretor por essas áreas não foram muito bem sucedidas – vide Inteligência Artificial, que é um filme que tenta ser uma bela história, mas não chega nem a engatar a primeira.

Paremos de discursar sobre Steven Spielberg e suas geniais obras fantasiosas… E tratemos logo de Mickey e seus companheiros das Docas Goon, em busca do tesouro de Willy Caolho.

Os Goonies são um grupo de garotos formado por Mickey (Sean Astin, o Sam de O Senhor dos Anéis, quando ainda era uma criança muito bonitinha), Bocão (Corey Feldman), Dado (Jonathan Ke Quan) e Gordo (Jeff Cohen) – os nomes dos personagens podem ser modificados, dependendo da versão da dublagem ou legenda. Todos vivem nas Docas Goon e estão sendo despejados de seu bairro, que será comprado por um milionário com a intenção de transformá-lo em um imenso clube de golfe, demolindo todas as casas.

Tristes por estarem prestes a se mudar, já que teriam de ir para uma cidade diferente e se separarem, a turma se encontra na casa de Mickey e seu irmão mais velho, Brand (Josh Brolin). Depois de uma pequena introdução à personalidade de cada personagem, a história começa a se desenrolar: os cinco amigos entram no sótão onde o pai de Mickey guarda antiguidades do museu onde trabalha. Lá encontram um mapa antigo, que indica um suposto tesouro guardado pelo pirata Willy Caolho (confesso aqui que criei uma espécie de personagem de RPG que era neta dele), um “ídalo” de Mickey, que passou a infância ouvindo histórias sobre ele contadas por seu pai.

Após uma ótima estratégia para convencer Brand a deixá-los partir (amarrando-o e esvaziando os pneus de sua bicicleta), os Goonies partem, animados, sob o som de Cindy Lauper, rumo à praia, onde supõem que é o lugar indicado pelo mapa. Lá se deparam com um restaurante abandonado, onde uma “harmoniosa” família de mafiosos se esconde – Mama (interpretada pela sinistra Anne Ramsey), Jake (Robert Davi) e Francis Fratelli (Joe Pantoliano).

Após uma recepção não muito calorosa, em que Mickey conhece Sloth (John Matuszak) – um homem deformado, mas de bom coração – resolvem sair do restaurante, mas encontram no caminho Brandon, disposto a fazê-los desistir da idéia e acompanhado por sua namorada Andy (Kerri Green) e sua amiga, Stef (Martha Plimpton). Diante da insistência de Andy para que Brand fosse bonzinho e fizesse a vontade de seu irmão, todos por fim acabam entrando na busca do tesouro (ou, melhor dizendo, entrando num lugar subterrâneo, através de uma lareira)… Bem, todos, menos o hilário Gordo, que fica responsável por sair do restaurante e avisar à polícia sobre o paradeiro dos irmãos Fratelli.

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Assim, é iniciada a parte da aventura, com efeitos especiais nada extraordinários, e um roteiro não tão perfeito, mas ambos suficientemente bons para entreter e imortalizar o filme na memória de seus mais árduos fãs, principalmente porque a produção e as idéias são bem interessantes. No lugar subterrâneo onde entram, os Goonies passam por várias armadilhas, encontram o esqueleto de um grande pesquisador (Chester Copperfort) que também buscava o tesouro de Willy Caolho, mas não sobreviveu, e depois acabam sendo perseguidos pelos irmãos Fratelli, que ficaram interessados na idéia de encontrar um tesouro.

Enquanto isso, Gordo protagoniza a cena mais engraçada do filme, quando confessa tudo o que cometeu na sua vida ao ser interrogado, sendo ameaçado a perder seus braços num liquidificador. Depois, é preso juntamente com Sloth, que geralmente é uma das figuras mais queridas dos fãs de “Os Goonies”.

“Os Goonies” é um clássico dos anos 80 que merece ser lembrado. E, pra quem não sabe, está disponível em DVD, com os extras básicos, como o trailer de cinema, cenas eliminadas, comentários do making of e clip da música tema, de Cindy Lauper (Good enough for you is good enough for me is good enough!… e por aí vai). O DVD vem com o grande defeito de só apresentar áudio em inglês, espanhol e francês. Bem, muita gente acha que no Brasil se fala espanhol mesmo…

:: PRA FINALIZAR, DUAS CURIOSIDADES:

– Jeff Cohen, o “Gordo”, nunca mais participou de outra produção. Largou a carreira de ator e dedicou-se à advocacia.
– Várias cenas foram cortadas do filme, mas esqueceram-se de cortar os comentários que os garotos fazem sobre elas ao fim do filme. Por isso é que Dado diz aos policiais que “o polvo foi assustador”… Mas que polvo?

Os GooniesTítulo Original: The GooniesAno: 1985Dirigido por: Richard Donner Elenco: Sean Astin, Josh Brolin, Jeff Cohen, Corey Feldman, Kerri Green , Martha Plimpton, Jonathan Ke Quan, John Matuszak, Robert Davi, Joe Pantoliano, Anne Ramsey