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Artigo adicionado em 18/05/2004, às 02:49

OS DESENHOS ANIMADOS E A PASSAGEM DOS ANOS
A animação durante as décadas que já se foram… e ainda estão por vir As animações sempre tiveram um lugar garantido nos nossos corações. Os infelizes que ainda acham que desenho animado é coisa só pra criança ao menos devem admitir que passaram metade da infância na frente da televisão assistindo a seus desenhos favoritos. […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


As animações sempre tiveram um lugar garantido nos nossos corações. Os infelizes que ainda acham que desenho animado é coisa só pra criança ao menos devem admitir que passaram metade da infância na frente da televisão assistindo a seus desenhos favoritos.

Como tudo o que existe, as animações sofreramn grandes mudanças no decorrer dos anos. Não chamo isso de uma “evolução”, e sim de mudanças, porque discordo da idéia de que os desenhos atuais são melhores ou piores. Eles são apenas… atuais.

Os primeiros desenhos animados de verdade datam da década de 1910. Era o período do cinema mudo ainda, portanto nada de vozes ou cores. Sempre de curta-metragem, as animações na época eram direcionadas principalmente a adultos, com piadas e roteiros voltados ao público menos inocente. Foi durante esse período, na década de 20 para ser mais exato, que surgiu o Gato Félix, incrivelmente conhecido até hoje. Nesse período inicial era costume a produção de curtas com a mistura de filme e animação. Um exemplo pode ser Alice in Cartoonland, dos primórdios de Walt Disney.

Ahm… É claro, falando de animação, não podemos deixar de mencioná-lo. Os estúdios Disney já surgiam então. O nascimento do camundongo gigante que atende pelo nome de Mickey se deu em 1928 – fazendo sucesso por ter sido o primeiro desenho animado sonoro (inaugurando aí uma mania da Disney de ser a pioneira em várias modalidades) – e aqui vai uma curiosidade: a voz do camundongo era a do próprio Walt Disney!… – Foi então que o Mickey ganhou mais de 100 episódios de curta-metragem, e até hoje não pára de trabalhar.

A década de 1930 viu o crescimento dos estúdios Disney. Foi em 1930 também que nasceu Betty Boop, um grande sucesso da época. Ícone para os nostálgicos, a imagem da mocinha com cabeça grande, olhos redondos e cara de dó é bem conhecida. Em preto e branco, mas já sonorizada (e uma voz irritante), Betty Boop vestia roupas não muito recatadas para a época, e mantinha a tradição de ser direcionada ao público adulto. Na época da maior neurose estadunidense, na perseguição aos comunistas, Betty Boop foi uma das vítimas. Para “preservar a moral americana”, a personagem teve que trocar de roupa e de estilo. De vestido sexy passou a vestir uma saia mais comprida e trocou de personalidade: virou uma esposa obediente. Dá pra notar aí já uma influência interessante da sociedade: a preocupação em passar a imagem da mocinha perfeita, e não da “Marylin Monroe indecente”. Betty Boop angariou fãs com seu humor “inocente de mentirinha”. Em 1939, sua carreira chegou ao fim, apesar de ter renascido algumas vezes depois, na forma de filmes e/ou marketing.

Daí que, em 1932, Walt Disney inovou lançando o primeiro desenho animado colorido (Flores e Árvores). Enquanto isso, na sala de justiça da Warner, alguns desenhos deprimentes eram produzidos, até o belo dia – alguns anos mais tarde – em que o estúdio descobriu sua verdadeira vocação: produzir desenhos mais insanos, seguindo a linha oposta da Disney. No fim da década de 30, Pernalonga e seus amigos surgiram.

Em 1940, a Segunda Guerra Mundial perturbava o mundo, mas nos desenhos nada foi muito abalado: ocorreu o crescimento das personagens animadas da Warner e o surgimento de desenhos como Tom e Jerry, abrindo os caminhos para as tendências da próxima geração. Enquanto isso, Sr. Disney fortalecia seus laços de amizade com os latinos, criando Zé Carioca, Panchito e cia.

Os desenhos animados produzidos a partir da década de 50 atravessando as décadas até 1970 já são bem conhecidos das platéias brasileiras. Era o início de uma nova era, onde os senhores William Hanna e Joseph Barbera uniram-se para um grande e glorioso futuro: a era dos desenhos animados na televisão. Pois é, as animações anteriores eram exibidas em cinemas, e o início das séries animadas na TV foi só no ano de 1949. Flinstones, Zé Colméia, Johnny Quest, Os Jetsons, Manda Chuva (em off topic: sabem que a voz do Manda Chuva foi feita pelo Lima Duarte, né?) e seus amiguinhos nasciam, todos eles rebentos de Hanna-Barbera.

Como diversão para a família inteira, Os Jetsons e Os Flinstones eram ideais. A fórmula básica de ironizar as manias e o cotidiano das famílias de classe média dos Estados Unidos e, nesses casos, transportando isso para o passado ou o futuro, funcionou, e funciona até hoje (vide Os Simpsons, que nunca terá assuntos esgotados). Mas, nessa época, desenhos animados repetitivos eram lei: Tom e Jerry, Frajola e Piu Piu, Coiote, Pica-Pau, Popeye, etc, etc, etc. Às vezes até possuíam uma história, mas eram seeeempre iguais. As crianças sabiam o final dos desenhos, é claro, mas por algum motivo realmente desconhecido, gostavam de assisti-los. Sem surpresas, sem críticas: apenas aquela mesma coisa de sempre. Flinstones e Jetsons, junto a outras exceções, possuíam histórias, mas no fim das contas, suas fórmulas foram tão repetidas que os desenhos Hanna-Barbera foram sendo arruinados pela seleção natural. As crianças já haviam crescido, e outra geração surgiria, com idéias diferentes.

:: A FAMOSA DÉCADA DE 80

Ah, é. Nasceram, nessa década, os bem conhecidos da geração jovem (ou não tão mais jovem) de hoje em dia. He-Man e os Defensores do Universo, Thundercats, Transformers, Caverna do Dragão, Cavalo de Fogo e todos os outros desenhos com aberturas gravadas em mp3 no seu computador…

Crianças relativamente mais modernizadas, que jogavam videogames e assistiam a grandes filmes não cairiam mais no velho pacote “perseguição/vitória dos bonzinhos”. Cairiam sim no pacote “perseguição/luta/vitória dos bonzinhos”. Personagens desenhadas de forma menos caricatural e mais realista em histórias que passaram a “viajar” um pouco mais, com a criação de mundos de fantasia, com vilões quase sempre prestes a destruir a trupe dos bravos heróis. Os finais sim eram sempre iguais. Alguém aí não lembra dos bons conselhos e risadas ao final dos desenhos?

Em 1990, com público mais crítico e em pleno surgimento da era da informação, pérolas brotaram. Doses de crítica, humor mais elaborado e culturas diferentes foram inseridas nos desenhos pra essa geração, com menos lutas e mais humor. Steven Spielberg saltou para a Warner, e assumiu o controle de Animaniacs, Pinky e Cérebro, Freakazoid. Todos esses desenhos assistíveis por crianças, mas com muita crítica perfeitamente compreendida pelos mais velhos, misturada a nonsense. Essa combinação perfeita acabou pegando, e, sem a parte da crítica, sobrevive até hoje.

Animações voltadas a adultos se proliferaram também. Assuntos polêmicos e muito palavrão brotam de South Park e Os Simpsons, fazendo sucesso entre os adolescentes e os não tão adolescentes assim.

:: O ATAQUE DOS ANIMES

O Japão, terra fértil pra dedéu (“pra dedéu??” o.O) em animações, não podia deixar de colaborar com a indústria norte americana de filmes. Despejou seus filhotes lá na terra do tio Sam, e logo em seguida o Brasil absorvia a onda de desenhos com gotas saltando de seus olhos arregalados (o que? Se eu não gosto de animes? Não disse isso..). Pokémons repetindo seus nomes, Cavaleiros do Zodíaco e tantos, mas tantos, que permanecem até hoje como regra geral em muitos canais, já produziram legiões de fãs aqui no Brasil, como não podia deixar de ser.

Hoje em dia, a incrível massa de animes continua. Exerceram bastante influência sobre os cartoons estadunidenses, que passaram a basear um pouco os traços e estilo de desenho no estilo japonês. Especialmente os Cartoon Cartoons, que crescem cada vez mais. Com cores estridentes e sons berrantes, esses desenhos não têm razão de ser. Isso não é uma crítica: Cartoon Cartoons são muito divertidos e me trazem felicidade… Quis dizer que não têm uma intenção séria, como mostrar a luta do bem contra o mal ou fazer críticas, apenas estão aí para a diversão. Outros desenhos de sucesso que não são produzidos pelo CN, como Bob Esponja, também apelam para o absurdo engraçado e sem grandes pretensões. Tudo isso aí sobre as mudanças nos desenhos é uma visão geral, eu sei que até hoje produzem desenhos animados com características de outras décadas ou vice versa, mas não é uma tendência na maioria das animações.

O Brasil também pode entrar nessa lista, quem sabe… Pelo menos temos um começo: A Mega Liga dos VJs Paladinos da MTV. Quem sabe logo alguns estúdios brasileiros de animação possam surgir e produzir coisas decentes? Pessoas dispostas a isso não faltam. Eu só gostaria de estar viva pra ver!


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