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Artigo adicionado em 01/05/2004, às 12:55

Crítica: AS BICICLETAS DE BELLEVILLE
Gângsters, Souza e Três Velhinhas Cantoras E lá estava eu, esperando os indicados do Oscar 2004, há alguns meses atrás, doido para saber quais seriam os filmes selecionados entre os três melhores na categoria Melhor Longa Animado. Com certeza Procurando Nemo ia entrar. Havia muita torcida para Millenium Actress, animê lançado nos EUA pela Dreamworks, […]

Por
Paulo "Fanboy" Martini


E lá estava eu, esperando os indicados do Oscar 2004, há alguns meses atrás, doido para saber quais seriam os filmes selecionados entre os três melhores na categoria Melhor Longa Animado. Com certeza Procurando Nemo ia entrar. Havia muita torcida para Millenium Actress, animê lançado nos EUA pela Dreamworks, e que os críticos tinham como certo na concorrência pela cobiçada estatueta. Irmão Urso ninguém esperava nada, tão fraquinho que era, mas o lobby da Disney sempre é monstruoso. Agora, eu poderia imaginar milhões de longas animados para serem indicados… e me aparece um tal de The Triplets of Belleville? Mais hein?

Comecei a correr atrás de informações sobre esse filme, que nem tinha ouvido falar (droga! E a minha reputação?), e acabei encontrando algumas informações e tal… mas, como todo bom filme, nada se equipara à experiência de você estar ali, no cinema, com um mistinho ou uma maravilha de queijo (não sou muito fã de pipoca, não…) e um copão de Coca-Cola, sem falar em uma barrinha de chocolate para rebater, e presenciar o filme em si. Mas é impressão minha ou eu falei mais dos meus gostos gastronômicos do que do filme?

Bom, eu só tive a oportunidade de ver o animado do cineasta Sylvain Chomet há uma semana e, droga, demorou muito! O filme é fenomenal e eu, como fã da animação 2D (para aqueles que não entenderam, quer dizer animação tradicional, onde ainda se usa desenhos feitos à mão) delirei com as belíssimas cenas e situações nonsenses de “As Biciletas de Belleville”.

O filme mostra a história de Champion, um garotinho triste que vive com sua avó, Madame Souza. Para tentar alegrar o pequeno gordinho, Madame consegue um belo cãozinho, Bruno. Mas a tristeza de Champion continua. Eis que a avó nota, nas fotos que o netinho mantinha em sua parede, que a grande paixão do garoto são as bicletas. Ao comprar um pequeno triciclo, Champion muda de fisionomia, e só tem olhos para a bicileta.

Até aqui, tudo bem, não é? Então continue lendo: depois de alguns anos, Champion é, agora, um grande ciclista, e tem treinado bastante, ao toque de Madame Souza, para a Tour de France, a maior prova de ciclismo da França. No meio da corrida, Champion é sequestrado por uns capangas com grandes ombreiras, e levado junto com outros dois ciclistas. Madame Souza nota o que acontece, e sai em uma busca desesperada para trazer seu neto de volta. Eu vou parar por aqui, pois contar mais é matar a beleza dessa película animada.

À primeira vista, muitos irão deixar de ver esse belíssimo filme pelo seu visual rebuscado, completamente diferente dos tão consagrados filmes da Disney, e mais diferentes ainda das consagradas animações japonesas que estão pipocando em muitos cinemas. Se minha dica serve para alguma coisa, preste atenção: se estiver passando na sua cidade (e cuidado: esse filme está passando em um circuito muito fechado, principalmente Rio e São Paulo) não deixe de ver ou de viajar algumas horas para se vislumbrar com o filme.

E porquê é bom? O que irá cativar a todos, sem dúvida, são as situações nonsenses – como a sequência em que Madame Souza aluga um pedalinho para cruzar os mares junto com Bruno atrás do navio que Champion está preso – o clima meio triste, nostálgico que o belíssimo visual impõe, além de personagens absurdamente carismáticos, e nem tenho que citar as famosas Trigêmeas de Belleville (que dá nome ao filme original, Les Triplettes de Belleville). As idosas cantoras são uma das coisas mais engraçadas do filme, com seus jeitos simples e manias bizarras, como caçar sapos em lagoas com granadas! E elas nunca perdem a pompa, sempre muito bem vestidas e alegres.

E olha que ainda tem o assistente rato, o barbeiro, o cachorro Bruno – rapaz, como esse bichinho sofre – a própria Madame Souza… e sem falar nos personagens secundários, aquelas figurinhas que aparecem apenas para compor a cena.

E tudo isso obra de Sylvain Chomet. Neste filme, Chomet é diretor, roteirista, design de personagens, letrista das músicas e outras funções no filme. E ele não pára: já está com um novo projeto de animação na agulha, onde também atua como diretor e roteirista, chamado Barbacoa. Depois dessa mega projeção que o Oscar ofereceu à Chomet, poderemos esperar muito mais! E isso é sensacional!


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