Homero, em Ilíada e Odisséia, escreveu sobre esse evento marcante da Antiguidade Clássica. Dramaturgos Gregos e autores Romanos também se interessaram pelo tema que ainda hoje divide as opiniões de historiadores e de arqueólogos. Trata-se da famosa Guerra de Tróia, a qual supostamente aconteceu por volta de 1.200 a.C. e cuja lenda cruzou a maré do tempo até a atualidade.
:: MAS COMO TUDO COMEÇOU? QUAL FOI O ESTOPIM DESSA GUERRA?
Historicamente, os fatos ainda são controversos e difíceis de se confirmar. A versão lendária do evento é a que foi perpetrada e, portanto, tomada como base para os acontecimentos do período.
Prometeu, primo de Zeus e considerado como o grande benfeitor da Humanidade, foi, talvez, o embrião não creditado da Guerra de Tróia. Ele, por afinidade, por admiração ou por mera pena, deu algo, inicialmente apenas desfrutado pelos deuses, ao Homem: o fogo – uma alegoria para a capacidade de raciocinar e de sobreviver por conta própria, vencendo o poder da natureza. Zeus, furioso, aprisionou Prometeu em um alto penhasco no Cáucaso, acorrentando-o e imobilizando-o. Mas isso não foi tudo, porque o todo-poderoso ordenou a um abutre que comesse o fígado do primo durante o dia para que esse voltasse a se regenerar durante a noite. Esse círculo vicioso, de destruição e de reconstrução, trazia sofrimento indescritível para Prometeu.
Numa ocasião, cansado de tamanho sofrimento, Prometeu concordou em contar a Zeus – seria libertado se o fizesse – uma predição que mantinha consigo em segredo. A adorada Tétis, a ninfa do mar e uma das mais belas criaturas vivas, teria um filho mais poderoso do que o próprio pai. O majestoso, um dos maiores admiradores da ninfa que era, ficou preocupado e temeroso de ver seu trono ameaçado, e ordenou a Tétis que se casasse com Peleu, um mortal, e que tivesse seu progenitor com o humano.
A ninfa, como era de se esperar, não acatou facilmente a ordem de Zeus. Resistiu contra as investidas de Peleu, transformando-se em serpente, em dragão, em fogo e em outras criaturas disformes; tudo para afugentá-lo. Peleu foi insistente e finalmente atingiu seu objetivo. Participaram da cerimônia de casamento todos os deuses e deusas do Olympo, à exceção da deusa Éris, a qual, não chamada, invadiu o recinto e jogou aos convidados o Pomo da Discórdia: uma maçã em cuja face havia a inscrição “a mais formosa”. Três deusas pleitearam o título: Atena, Afrodite e Hera. Zeus, com o casamento de Tétis e Peleu em mente, desistiu de resolver o impasse e enviou as três deusas à Terra.
Lá seriam julgadas por Páris, aparentemente um simples pastor, num local próximo ao Mar Mediterrâneo. Ele era, na verdade, o filho rejeitado de Príamo, rei de Tróia, que foi entregue à própria sorte no Monte Ida, lugar no qual foi deixado para morrer quando ainda bebê. Isso aconteceu porque Hécuba, mãe de Páris, teve um pesadelo durante a gravidez por meio do qual deu à luz uma tocha da qual surgiam cobras e serpentes terríveis; quase como uma revelação de que Tróia sucumbiria pelas chamas se o filho, supostamente responsável por tudo, sobrevivesse. Desejou livrar-se do menino assim que ele veio ao mundo: entregou-o a uma criada que deveria matá-lo na montanha já citada. Essa criada, por dó, não o fez, mas largou-o num lugar qualquer. Páris, então, foi encontrado por pastores que o criaram com muito amor e dedicação.
Hermes trouxe as deusas à Terra para que o pastor as julgasse quanto à beleza. As três ofereceram, cada qual, uma recompensa para Páris – e para Tróia – se escolhidas: Atena ofereceu destreza militar e sabedoria, Afrodite ofereceu o amor da mais bela mulher, e Hera ofereceu dinheiro e poder. A escolha de Páris, Afrodite, acabou libertando a ira – e a inveja – das demais deusas, que amaldiçoaram Tróia daquele momento em diante. Páris, então, voltou a Tróia e participou de jogos atléticos nos quais conseguiu um bom desempenho. Além desse feito, a beleza do rapaz empolgou seus pais verdadeiros, que se decidiram por reconhecê-lo oficialmente como tal.
A oferta de Afrodite, de forma inédita, estava para ser cumprida. Helena, filha de Zeus e de Leda, era considerada a mais bela mulher de então. De fato, Helena era constantemente cortejada por reis e por nobres, que juraram protegê-la não importando qual escolha fizesse, e veio a se casar com o rei de Esparta, Menelau. Afrodite cumpriu sua parte do trato e fez Páris conhecer Helena em uma visita que esse fez à casa do monarca. A mulher, endoidecida de amor pelo belo rapaz de Tróia, acaba por fugir com ele para lá, deixando tudo para trás. OBS.: existe outra versão para esse episódio, no qual Páris teria raptado Helena.
O rei de Esparta, enfurecido, investiu contra Tróia. Finalmente, uma das maiores guerras dos Gregos – durou dez longos anos – teve início. Curiosidades: o caso do Cavalo de Tróia aconteceu justamente durante esse conflito, assim como o surgimento da expressão “presente de Grego”.
Irreal? Fantasioso? Quem pode dizer? Até o momento essa lenda é tomada como o verdadeiro motivo da Guerra de Tróia, que foi vencida pelos Gregos após muito sofrimento e inúmeros combates.
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