Fui assistir a Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas sem saber quase nada sobre o filme. Bom, sabia que era o novo projeto do diretor Tim Burton, o mesmo de O Planeta dos Macacos, Batman e A Lenda do Cavaleiro-Sem-Cabeça. Ah, e que Ewan McGregor (o Obi-Wan Kenobi da nova trilogia de Star Wars) e Albert Finney (indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por Erin Brockovitch, com Julia Roberts) estavam no elenco. E só. Não sabia nada da história, absolutamente nada. Para aqueles que conhecem o trabalho do diretor, sabem que seus filmes não são nada convencionais. O que dizer do personagem Jack Skelliton, que pretende fazer um Natal na terra do Halloween, em O Estranho Mundo de Jack? Ou então falar de um personagem que possui tesouras no lugar das mãos, como em Edward Mãos-de-Tesoura? O sombrio e o humor negro sempre fizeram parte da filmografia de Burton.
E fico feliz em dizer que o diretor de ‘Batman’ continua com tudo! Ao adaptar a obra do escritor Daniel Wallace – “Big Fish: A Novel of Mythic Proportion” – Burton criou uma fábula moderna simplesmente cativante. Não há como não se deixar legar pelas histórias de Edward Bloom (vivido por McGregor na fase mais nova, e por Finney na velhice), sempre cheias de lugares e personagens fantásticos: são peixes comedores de anel, gigantes, circos de aberrações, bruxas, florestas sombrias… Mas parece que o único que não aguenta mais ouvir esses contos fantásticos é o próprio filho de Bloom, Will (Billy Crudup). Com Ed Bloom à beira da morte, Will tenta se reaproximar do pai, e saber quais dessas histórias, que ouve desde que era garotinho, são reais.
No final das contas, ‘Peixe Grande…’ acaba sendo de tudo um pouco: uma fábula, o velho conflito entre pai e filho, uma grande aventura de vida. Tim Burton até se deixa enganar nas primeiras imagens do filme: cenas claras, comuns, vida simples de uma família de classe média-alta de uma cidadezinha dos EUA, o que diverge totalmente dos mundos sombrios e personagens distorcidos que o diretor gosta tanto de mostrar. Mas as cenas em que as fantasias (ou seriam fatos?) da vida de Bloom mostram que este filme tem o toque formidável de Burton.
É um verdadeiro filmaço! Emocionante sem ser piegas, engraçado ser ser apelativo, apaixonante. Falar mais seria tirar toda a surpresa que o filme proporciona. Vá, e curta as surpresas e emoções que o filme proporciona. Eu sei que meu amigo R.Pichuebas vai ser o primeiro na fila do cinema.
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