Finalmente notei porque Cold Mountain, novo filme do diretor Anthony Minghella (o mesmo de O Talentoso Ripley e O Paciente Inglês) que estréia essa sexta nas telas brasileiras, está sendo tão comentado. Um drama que se passa durante a famosa Guerra da Secessão norte-americana, com juras de amor eternos entre duas pessoas que mal se conhecem… isso dá filme! ^_^ Mas, ao mesmo tempo, percebi também porquê o filme não recebeu mais indicações ao Oscar 2004.
A história de amor entre Inman Balis (Jude Law, que está concorrendo ao Oscar de Melhor Ator) e Ada Monroe (Nicole Kidman) durante a famosa guerra serve de fio condutor da história. Ambos mal trocaram palavras e foram separados pelos acontecimentos, mas a vontade dos dois de se reencontrarem é o que mantém cada um vivo. Inman vê diversos amigos morrerem na guerra, e fica muito ferido. Ada perde seu pai e, sozinha, tenta tocar sua fazenda, o que mal consegue. Eis que a ajuda de Ruby (Renée Zellweger, que está concorrendo ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante) começa a mudar a vida de Ada, enquanto Inman tenta retornar à sua amada, tentando ser capturado como desertor.
Sem dúvida o filme é um belíssimo drama. A fotografia de John Seale (que também fez Harry Potter e a Pedra Filosofal e Mar em Fúria) é maravilhosa; combinada com a cenografia e os figurinos bem cuidados, você realmente se sente na segunda metade do século 19, lá na terra do Tio Sam.
As participações especiais também dão um toque fenomenal: qual foi minha surpresa ao notar Donald Sutherland, Philip Seymour Hoffman, Giovanni Ribisi (o maaaaaaaaaster, sempre espetacular não importando o tamanho do papel) e a bela Natalie Portman, deixando a ficção científica do tio Lucas de lado. E os mais nerds irão ver e lembrar de Ethan Suplee, o cara gordão que ficava tentando achar o barco no pôster 3D no filme Barrados no Shopping, do nerdmaster Kevin Smith.
O grande problema do filme, ao meu ver, é justamente aquilo que deveria ser mais importante: você não consegue sentir o amor entre Inman e Ada. São juras de amor, motivações… mas não funciona. Falta alguma coisa. A atuação de Nicole e Law estão boas, mas pára por aí. Por isso entendi o porquê de Kidman não ter sido indicada ao Oscar de Melhor Atriz, e é a mesma razão de eu não entender a indicação de Law.
Já Zellweger é um caso à parte. Para mim, ela está entre as favoritas ao Oscar de Atriz Coadjuvante. René realmente se destaca como Ruby; ela realmente parece ser de mais de um século atrás, uma mulher que teve que batalhar muito para conseguir sobreviver. O bacana é notar a versatilidade da atriz, que já representou diversos tipos de papéis diferentes, desde a paranóica Bridget Jones até Roxy Carmichael. Ela não levou o Oscar de Melhor Atriz no ano passado por Chicago, mas tem graaandes chances de faturar esse ano.
Mas não me entendam mal, não. Mesmo com esses probleminhas, as 2 horas e 30 minutos de filme passam voando, e o ritmo da história consegue prender a atenção. Eu mesmo queria saber se Inman conseguiria voltar para sua amada, e se Ada e Ruby conseguiriam salvar a fazenda e sobreviver. É um filme muito competente, vale muito a pena. E, quem for ver, ainda tem a chance de ver a bunda da Nicole Kidman… na verdade, da dublê dela. Na boa, aquela bunda não é a da atriz. Na boa. ^_^
E para finalizar: em alguns momentos, a tentativa de retorno de Inman à Cold Mountain me lembrou as desventuras do pobre peixe Marlin, de Procurando Nemo. O personagem de Law encontra diversos personagens e enfrenta diversas situações diferentes, que trouxeram à minha mente a aventura do peixe-palhaço à procura do peixinho Nemo. 🙂
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