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Artigo adicionado em 07/12/2003, às 04:44

OS 11 ANOS DA IMAGE COMICS
Anos de… Rob Liefeld? Eca! O que aconteceria se, de repente, os principais atores da Globo se demitissem, e formassem sua própria emissora e eles mesmos, sem escritores, escrevessem sua próprias novelas? Isto é mais ou menos o que aconteceu no universo dos quadrinhos há 11 anos atrás: os mais famosos desenhistas da Marvel Comics […]

Por
Rodrigo "Machine Boy" Parreira


O que aconteceria se, de repente, os principais atores da Globo se demitissem, e formassem sua própria emissora e eles mesmos, sem escritores, escrevessem sua próprias novelas? Isto é mais ou menos o que aconteceu no universo dos quadrinhos há 11 anos atrás: os mais famosos desenhistas da Marvel Comics pediram demissão da editora e formaram a Image Comics e, mesmo sem argumentistas, criaram e desenvolveram seus próprios personagens.

::O INÍCIO

Eles eram os mais badalados desenhistas da época, e desenhavam as revistas mais vendidas da paragem! Erik Larsen (Amazing Spiderman), Jim Lee (X-Men), Rob Liefeld (X-Force), Todd McFarlane (Spiderman), Marc Silvestri (Wolverine), Joe Quesada (X-Factor) e Whilce Portacio (Uncanny X-Men) resolveram se rebelar e formar uma editora própria. O evento, apelidado de X-Odus (já que as revistas mais prejudicadas foram da franquia X) abalou a Marvel, que teve que se virar para achar novos desenhistas. Mas a Casa das Idéias acabou achando substitutos à altura, com a contratação de Andy Kubert, Mark Bagley, Jae Lee, Brandon Peterson, Greg Capullo, Tony Daniel, Chris Bachalo, Joe Madureira, Carlos Pacheco, AnthonWynn, entre muitos outros (tudo bem que grande parte deste elenco, mais tarde debandou para Image… bando de traidores! ^_^).

Enquanto isto, a Image se formava, usando as bases da extinta editora Malibu Comics (mais tarde, comprada pela Marvel). Para apoiar esses desenhistas de primeira administração de empresas, eles tiveram o apoio de publicações totalmente colorizadas por computador, que acabou se tornando marca registrada da editora: cores vibrantes e palhetas até então inimagináveis. E, nas bancas, os primeiros títulos começavam a aparecer: Spawn, Savage Dragon, Wild C.A.T.S., Cyberforce e Youngblood.

::OS ESTÚDIOS

Um dos diferenciais da Image eram, sem dúvida, seus estúdios. Cada criador tinha o seu, onde seguia sem restrições o seu estilo e linha editorial. Todd McFarlane tinha a ‘Todd McFarlane Productions’, Jim Lee tinha a ‘Wildstorm’, Erik Larsen o ‘Highbrow’, Marc Silvestri a ‘Top Cow’, Rob Liefeld tinha seu ‘Extreme’ e, mais tarde, Dale Keown criava seu ‘Fullbleed’. E todos eram supervisionados por Jim Valentino, que também tinha seu personagem: Shadowhawk.

– Todd McFarlane Productions: foi o mais cauteloso em lançamentos. Foram poucos além do título mensal de Spawn. Minisséries com Angela, um título mensal com O Corvo e outras edições especiais com personagens do universo de Spawn, nada mais. O fraco de McFarlane sempre foi a diplomacia: o desenhista vivia arrumando confusões com outros autores, como John Byrne, Alan Moore, Neil Gaiman e até Dave Sim, que proibiu a encadernação de uma história de ‘Spawn’ em que aparece seu personagem mais famoso: Cerebus.

– Wildstorm: comandado por Jim Lee, foi o estúdio mais camarada. Não houve confusões, sempre havia crossovers amigáveis e contratações de grandes argumentistas, como Alan Moore, James Robinson e Joe Casey, entre outros. Além de revelar grandes personagens e artistas – como Gen 13 e Danger Girl, de J. Scott Campbel; além de Liga Extraordinária, Authority, Planetary, sem falar em artistas como Travis Charest, Sean Philips, Frank Quitely, John Cassaday, Warren Ellis e Mark Millar. Alguns deles já haviam feito algo em outras editoras, mas só ganharam destaques ao passarem pela Wildstorm. E selos de sucesso como Cliffhanger, Homage e ABC Comics.

– Highbrow: Erik Larsen sempre foi cauteloso. Seu estúdio só conta com título mensal de Savage Dragon e poucas minisséries e edições especiais. ‘Savage Dragon’ foi um dos maiores sucessos no lançamento da editora Image Comics.

– Top Cow: Marc Silvestri montou um grande império. O êxito foi enorme com lançamentos de títulos como Witchblade, Fathom e Darkness. A compra dos direitos para publicar uma revista estrelada por Lara Croft, a Tomb Raider. Sem contar, que o estúdio foi responsável pela entrada de J. Michael Straczynski – criador da série de tv Babylon 5, para os quadrinhos com a revista ‘Rising Stars’.

– Extreme: o sem-noção do Rob Liefeld atirou para todos os lados, criou centenas de personagens – ou melhor clonou um monte – criou vários selos dentro do seu selo, como a Maximum Press que, segundo ele, era o selo adulto da Extreme (sei…), contratou os artistas mais quentes da época (alguns ainda procuram Liefeld com sua notas promissórias), inclusive um trupe de Brasileiros (Mike Deodato Jr., Roger Cruz, Luke Ross…) que estavam estourando nos states.

Fullbleed: com pouco tempo de vida, publicou Pitt, personagem criado por Dale Keown. Há promessas deste personagem voltar pela Top Cow, já que Keown faz parte dela agora.

E correndo por fora, o Event Comics que publicava Ash e outros quadrinhos de Joe Quesada e Shadowline que publicava ‘Shadowhawk’ de Jim Valentino. Além de varios mini-estudios que se formaram depois.

::O INDÍCIO DO FIM

Eram tudo flores, era crossover pra cá, crossover pra lá, era Angela e Glory, Spawn e Wild C.A.T.S., Wild C.A.T.S. e Cyberforce, Ripclaw e Badrock. Era Rob Liefeld fazendo arte em Shadowhawk, Erik Larsen em WildCATS, Jim Lee no Savage Dragon… A paz reinava no mundo de Image. Mas quanto tempo isso iria durar?

Alguns anos apenas. Eis que Marc Silvestri anuncia que a ‘Top Cow’ está saindo da Image Comics. Tudo indica problemas com o estúdio ‘Extreme’ de Rob Liefeld. Boatos indicam o personagem Avengeblade da ‘Extreme’. Liefeld cansou de clonar os personagens das outras editoras, e amalgamou sua personagem, Avengelyne, com a Witchblade, sem permissão de Silvestri. Foi o estopim. Os outro sócios se reuniram, e acharam melhor dar um shut-down em Rob Liefeld. Com a saída da editora e a dissolução do estúdio de Rob Liefeld, Top Cow retorna à Image um tempinho depois… Coincidência? Sei…

A crise foi apertando, e Jim Lee resolveu fazer o negócio do ano: juntar sua Wildstorm a DC Comics. Com isso, era mais um tombo da Image, já que a Wildstorn era um dos estúdios mais rentáveis da editora. E ficaram ‘Top Cow’, ‘Tood McFarlane Productions’ e Erik Larsen com seu Savage Dragon. Outros estúdios apareceram, com Dreamwave (Tranformers, Darkminds), Devil-Duo (GI Joe, Micronauts, Voltron) e vários mini-estúdios. Alguns não deram certo, como o Gorilla Comics, Red Star, Machineworks, F5 Comics e Avalon Studios, entre outros.

::IMAGE HOJE

A Image, pode se dizer, está sofrendo: são muito poucos lançamentos por mês, poucos êxitos em vendas. A Top Cow não é mais uma campeã de vendas, e perdeu uma de sua principais personagens, Fathom, que foi junto com seu criador, Michael Turner, para a Aspen Comics. Darkness e Witchblade, já não são grandes fenômenos; ‘Tomb Raider’ idem. O que resta são os acordos da Marvel, que trarão grandes crossovers com os personagens da editora.

Tood McFarlane continua bem com seu Spawn, mas já comanda um império de brinquedos que pode sobreviver ao fim da Image. Savage Dragon, se tornou um personagem fora dos 100 mais vendidos. Só o ‘Udon Studios’ e ‘Devil-Duo’ dão o pouco de sopro de esperança da sobrevivência da editora, que já não ter aquele ar de juventude e novidade de seu início.

Agora ela compete de frente com Dark Horse, Crossgen e outras editoras menores, já que não é mais ameaça para as grandes Marvel e DC. O que se deve esperar da editora, já que grande parte de seus artistas já não fazem parte dela, entre eles Jae Lee (Capitão América), Joe Quesada (Poder Supremo), Michael Turner (Superman), Brandon Peterson (Ultimate X-Men), Pop Mhan (Entrigan), Whilce Portacio (Thundercats), Jim Lee (Batman), Mark Millar (Ultimate Fantastic Four), James Robinson, Warren Ellis (Global Frequency), Joe Madureira, Ed McGuiness (Thundercats), David Finch (Ultimate X-Men), Brian Hitch (Supremos), Travis Charest, Alan Moore (Tom Strong), Tom Raney (Renegados), Humberto Ramos (Homem Aranha), Frank Quitely (X-Men), Joe Casey (X-Men), John Cassaday (Capitão América), Scott Campbell, entre outros?

E o Liefeld? Bom, esse é uma história à parte. Ele tentou retornar com sua “nova” editora, a Awesome, com vários lançamentos e estrelas dos quadrinhos. Tomou mais um baque, fechou a editora e deixou mais uma fila de devedores pra trás. Tanto que vendeu Avengelyne e Glory para editora Avatar Press. Ultimamente se fala numa volta de Youngblood, numa nova editora do cara. Pode uma coisa dessa? Ele não desiste… ^_^

Jim Lee continua se dando bem na DC, continua a fazer grandes lançamentos, e participando de grandes revistas como Batman e Superman.

O destino da Image, só o futuro dirá. Isto resume um pouco da história da editora que chacoalhou o mundo dos quadrinhos na década de 90, mas há ainda muita coisa que não vai caber aqui, e que eu deixo para futuras matérias.

::EFEITO IMAGE

A Image causou uma grande mal estar nas grandes editoras, e chegou a ameaçar os primeiros lugares da DC e Marvel. E lançou uma proposta, liberdade e direito de criador, iniciando com a DC que começou a dar direitos aos criadores de personagens, que tinham liberdade e deveres com seu personagem.

Outro grande efeito, foi liberdade, o experimentalismo da Image, deu uma abertura, para outros artistas tivessem mais liberdade de criação nas grandes editoras. Também foi uma grande oportunidade de aparição de novos talentos. Sem contar que as editoras começaram a investir pesado em todo tipo de leitor, para aquele que adora pancadaria ou violência ou algo cabeça.Image deu um significado de liberdade, apesar de pouca coisa da editora é aproveitável, mas deu um novo sentido para os quadrinhos, e ameaçou as pretensas grandes editoras. Que tiveram que rebolar, para agradar seus leitores e não perderem fatia de mercado.

Apesar de poucos acharem, mas a aparição da Image foi necessária, para mostrar que nem tudo é certo, nem tudo corre sempre do mesmo jeito, e que as editoras tiveram que olhar com mais atenção seu público e se interessar pelo que eles realmente querem. E tem que as vezes experimentar… senão hoje não teríamos grandes títulos com Ultimate Marvel, Marvel Max, Marvel Knights, Vertigo, entre outros.

Como eu sempre digo, leia, e viva a liberdade nos quadrinhos!


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