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Artigo adicionado em 12/12/2003, às 03:51

CURTE TOLKIEN? ENTÃO LEIA ESTES AQUI!
O que não faltam são bons autores no gênero Fantasia Gostou da trilogia O Senhor dos Anéis? Pois saiba que a literatura de Fantasia é muito vasta, o que não faltam são bons livros nesse gênero e também em seu subgênero mais conhecido, o horror. É, também, muito antiga. A ARCA preparou para você uma […]

Por
Gustavo "Bux" Klein


Gostou da trilogia O Senhor dos Anéis? Pois saiba que a literatura de Fantasia é muito vasta, o que não faltam são bons livros nesse gênero e também em seu subgênero mais conhecido, o horror. É, também, muito antiga. A ARCA preparou para você uma lista dos mais importantes autores do gênero, entre os que ainda são encontrados nas livrarias, pra que você possa conferir do quê estamos falando. Confira:

:: J.R.R. TOLKIEN
Mas hein? Tolkien como seguidor de Tolkien? Bem, pode ser forçação de barra, mas há outras obras de Tolkien, todas girando em torno do mesmo universo da Terra-Média criado pelo autor para a saga do Um-Anel. Um deles, O Hobbit, vai inclusive virar filme pelas mãos do diretor Peter Jackson, o mesmo que dirigiu ‘O Senhor dos Anéis’ (garantia de qualidade). O livro conta a aventura de Bilbo Bolseiro, o tio de Frodo, em sua busca pelo tesouro de um dragão malvado, ao lado do mago Galdalf e de um time de anões em que está, também, o pai de Gimli. É nesta busca que Bilbo encontra o Um-Anel. Outra obra famosa de Tolkien é O Silmarillion, que mostra como a Terra-Média foi criada (a partir de música), como humanos, elfos e anões nasceram e como Morgoth, o predecessor de Sauron como vilão maior do mundo (que, na época dos acontecimentos do Um-Anel, encontra-se preso, sem boa parte de seus poderes, sem os braços e as pernas, que foram cortados e acorrentado pelo pescoço), fez com que houvesse a divisão entre dia e noite, a partir do roubo das Silmarills. Neste livro ficamos sabendo, também, a origem dos magos (como Saruman e Gandalf): foram cinco que apareceram na Terra. Boa parte da mitologia de Tolkien vem desse livro. Contos Inacabados, o mais recente dos livros, lançado bem depois da morte do autor, tem inúmeras histórias e lendas que ajudam a ter uma visão mais completa de toda a mitologia de Tolkien.

:: MICHAEL ENDE
Michael Ende é, em minha opinião, o grande autor de livros de Fantasia de todos os tempos. Dos livros desse alemão saíram filmes fantásticos como A História Sem Fim, Momo e o Senhor do Tempo e Manu, a Menina que Sabia Ouvir. Mas de sua bibliografia constam outras obras fantásticas, como A Escola de Magia. Todos os livros de Michael Ende giram em torno de um mesmo tema comum: a importância que a imaginação e a fantasia têm na vida das pessoas, sejam elas adultos ou crianças. Em ‘A História Sem Fim’, por exemplo, Bastian, um garoto solitário e perseguido pelos colegas, encontra um livro e se refugia no sótão da escola para lê-lo. Conforme se envolve com a história, que mostra o reino de Fantasia ameaçado por uma força maligna, o Nada, Bastian descobre que ele próprio faz parte da história. A teoria é a seguinte: Fantasia estaria sendo destruída justamente porque as pessoas perderam a capacidade de sonhar e de acreditar em seus sonhos (o que seria muito interessante para alguns, já que pessoas sem sonhos são mais fáceis de dominar). No lugar da Fantasia, na cabeça das pessoas, ficaria o nada. É um livro que vale a pena ler, e essa indicação vale principalmente para quem gostou do filme de 1984 (dirigido por Wolfgang Petersen): o que é contado no filme (que, aliás, foi bem fiel) ocupa o primeiro terço do livro e, dali pra frente, a história muda muito: Bastian se torna o rei de Fantasia, uma batalha de proporções gigantescas toma conta do reino (com direito à torre de cristal cercada por um mega-exército de trolls, vampiros, lobisomens e toda espécie de seres mitológicos). O interessante é que Bastian Bux vai, aos poucos, se tornando meio que o vilão da história: a cada pedido que faz para reconstruir Fantasia, esquece alguma coisa de sua vida passada. No final, quase não lembra que um dia foi um menino solitário, não tem a menor idéia de que sua mãe morreu e de que seu pai ainda está vivo e, pior, está com o ego na lua e com mania de perseguição. Fantástico, vale a leitura e pode servir de porta de entrada para outras obras de Ende.

:: TERRY PRATCHETT
Este autor inglês, que A ARCA entrevistou esta semana com exclusividade, criou no início da década de 80 o universo Discworld e, por causa dele, não saiu mais da lista dos 10 autores mais vendidos da Inglaterra, onde está há mais de 20 anos! Ele é, provavelmente, o autor de Fantasia não-infantil mais bem-sucedido desde Tolkien, com seu estilo único, mordaz, irônico e que traz um vendaval de inteligência ao gênero. Suas histórias se passam em um universo muito peculiar: Discworld, um mundo em forma de disco, sustentado nas costas de quatro elefantes que, por sua vez, se equilibram em cima de uma tartaruga, que flutua pelo universo. Mas isso é só a mitologia. Neste mundo acontecem as histórias mais fantásticas, numa realidade bem próxima da dos livros da Terra-Média (se bem que com um toque de Monty Python), que já renderam 30 livros, que podem ser lidos separadamente, já que não há continuidade nem ligação direta entre eles. Todas elas, entretanto, têm alguns pontos em comum: magia, reis, magos, bruxas, fantasmas, a morte (com foice e tudo), trolls, anões etc. Aqui no Brasil, os livros de Pratchett estão sendo lançados, há cerca de dois anos, pela Conrad Editora. Seis já chegaram. O mais recente entre os lançamentos nacionais é Estranhas Irmãs, que conta a história de três bruxas um tanto peculiares: as bruxas Vovó Cera do Tempo, Tia Ogg e Margrete. Elas vão encontrar um rei fantasma, um duque covarde, uma duquesa malévola, um bobo apaixonado e um ator mambembe. Através das três irmãs, Terry Pratchett evoca demônios, faz feitiços, altera o tempo, conclama uma assembléia de animais revoltados e promove um amor inusitado. Outros volumes da série já em português são O Oitavo Mago, Aprendiz de Morte, Direitos Iguais Rituais Iguais, A Luz Fantástica e A Cor da Magia.

:: DIANA WYNNE JONES
A também britânica Diana Wynne Jones é a criadora da série Os Mundos de Crestomanci, iniciada na década de 70 e que pode ser definida como um misto entre o universo de Harry Potter, ‘Discworld’ e ‘O Senhor dos Anéis’. Mas tem uma proposta toda própria: milhares de universos paralelos. A definição de Crestomanci nas palavras da própria autora: “Há milhares de mundos, cada um diferente de todos os outros. O mundo de Crestomanci é bem pertinho do nosso, com a diferença de que magia, lá, é tão comum quanto música aqui. É cheio de gente trabalhando com magia – demônios, bruxas, faquires, alquimistas, xamãs e muitos outros, inclusive os Crestomanci. Crestomanci são diferentes dos outros mágicos. Tão estranhos quanto poderosos. Sua magia é diferente e mais forte e a maioria tem mais de uma vida. O grande problema é que, se ninguém controlar todos esses seres mágicos, as pessoas comuns de outros mundos podem sofrer bastante e até se tornarem escravas. E é o Crestomanci que tem essa missão”. Já foram lançados por aqui, pela editora Geração Editorial, quatro livros: As Vidas de Christopher Chant, Vida Encantada, Os Magos de Caprona e A Semana dos Mágicos. Ainda faltam ser traduzidos Mixed Magics e os dois volumes de Chronicles of Crestomanci.

:: C.S. LEWIS
Esse viveu na mesma época de Tolkien e era, inclusive seu colega de trabalho (lecionava Literatura Inglesa Medieval e da Renascença na Universidade de Oxford). Tem como característica principal algo que pode ser definido como qualidade ou defeito, dependendo do leitor: sua obra é impregnada de moralismo cristão e ele é considerado um dos autores que mais defenderam a fé cristã na literatura. Por outro lado, era um cara com uma imaginação pra lá de fértil e sua infância lembra muito a do personagem Bastian de ‘A História Sem Fim’: isolado, crescendo em meio a livros e se isolando no mundo da fantasia e histórias infantis. Sua grande obra no campo da Fantasia foi a saga As Crônicas de Nárnia, uma das referências mais fortes na obra de J.K. Rowling (cuja abreviação do nome foi uma homenagem a Lewis). O livro mais famoso dessa saga é O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, que vai virar filme em breve, é considerado o conto de fadas cristão e, mesmo assim, reúne, entre outros elementos, faunos, um guarda-roupa que é um portal, ninfas, anões, dríades, Lilith (a que teria sido a primeira mulher de Adão, antes de Eva, e a verdadeira razão da briga de Cain e Abel), sátiros, centauro, minotauro, cavalo alado, náiades, unicórnio, um leão que morre e ressuscita, ogros, duendes, vampiros, espíritos que moram nas árvores, fantasmas, lobisomens, demônios e até uma feiticeira. O personagem principal, aqui, é Lúcia, que entra em um guarda-roupas mágico e penetra em um universo onde é inverno constante, e lá conhece um fauno – homem da cintura pra cima, pernas e cascos de bode e pêlo preto e cauda…

:: MARION ZIMMER BRADLEY
É engraçado que a autora desta lista cuja obra tenha, talvez, mais raízes na Europa, seja a única que não é européia: a norte-americana Marion Zimmer Bradley é responsável por alguns dos grandes livros de Fantasia, como As Brumas de Avalon, A Senhora de Avalon (ambos relacionando a Grã-Bretanha do período Arturiano a magia, sacerdotisas, bruxas etc). Mas a contribuição de Marion para a literatura de Fantasia é imensamente maior. Ela, inclusive, editou durante muitos anos, praticamente até sua morte em 1999 (aos 69 anos), na revista Marion Zimmer Bradley’s Fantasy Magazine (de contos do gênero). Seu grande trabalho além da série Avalon, é a saga Darkover, um conjunto de romances e contos cuja ação tem lugar no mundo de Darkover, na verdade o nome dado por seus habitantes a Cottman IV. Este planeta foi descoberto no final do século 21 por uma nave perdida, forçada a fazer um pouso de emergência em Cottman. Como foi impossível consertá-la, e a despeito do fato que Cottman IV não era o planeta que eles pretendiam colonizar, os colonizadores decidiram tentar instalar-se neste inóspito mundo. Depois de alguns anos (ou séculos?) os habitantes chamaram seu mundo de Darkover. O propósito dos romances de Darkover é descrever a história do planeta, que tem algumas particularidades: os primeiros habitantes de Darkover são os Chieris, que estão quase extintos. Eles têm fortes poderes psíquicos e são férteis quando acasalando com seres humanos; lá é possível encontrar a flor de kireseth, cujo pólen pode revelar e amplificar fortemente poderes psíquicos latentes humanos. Finalmente, pedras da Matriz podem ser encontradas em Darkover. Estes cristais podem sintonizar-se a uma mente humana e amplificar desta forma seus poderes psíquicos. A enorme lista de livros de Fantasia e Ficção Científica escritos por Marion Zimmer Bradley vai deixar tontos os que só a conhecem como a autora de ‘As Brumas de Avalon’.

:: MARY STEWART
Responsável por uma trilogia (Trilogia de Merlin) que tem muito do universo fantástico de Marion Bradley por falar do mesmo tema, a Inglaterra Arturiana, Mary Stewart relatou em A Caverna de Cristal a juventude de Merlin, o mago, que era, na juventude, alvo de zombarias e perseguições, por ser neto bastardo de um rei local e, ainda por cima, não conhecer as próprias origens. Em As Colinas Ocas vemos a juventude de Merlin, o início de sua amizade com o jovem Arthur e, depois, sua relação com o futuro rei. Em O Último Encantamento, Merlin, já adulto e no fim dos seus dias, acompanha o rei Arthur e precisa lutar contra sua meia-irmã Morgause e seu (dela) filho, Mordred.

:: ANDRE NORTON
A grande obra dessa autora se iniciou em uma colaboração com Marion Zimmer Bradley e outra autora, Julian May (cada autora foi a responsável pela história de uma das princesas): O Trílio Negro, que conta a história de três princesas gêmeas (Haramis, Kadiya e Anigel) do reino de Ruwenda, representadas por uma flor de três pétalas, elas contam com a ajuda de um talismã que se divide em três para lutar para livrar seu reino do mago Orogastus. Depois deste, Andre continuou a saga em O Trílio Dourado, mostrando o que se seguiu na vida da princesa Kadiya, a mais aventureira das irmãs, dona de uma espada mística e amiga dos povos da floresta. Neste livro, para evitar que uma praga se espalhe pelo mundo, ela vai até o reino dos Skriteks, monstros que se alimentam de carne de seres vivos. A saga se encerra com O Trílio de Sangue, de Julian May.

:: PHILLIP PULLMAN
Autor da série Fronteiras do Universo, Phillip Pullman foi, na infância, fascinado por quadrinhos, especialmente os de super-heróis e, mais especificamente, os de Superman e Batman. Sua obra mais famosa, ‘Fronteiras do Universo’ deve, em breve, virar filme pelas mãos da mesma New Line Cinema que adaptou para as telas a trilogia ‘O Senhor dos Anéis’, assim que a saga de Tolkien for finalizada. A trilogia é composta por A Bússola Dourada, A Faca Sutil e A Luneta Âmbar e mostra um mundo sombrio e cheio de mágica, teologia e ciência. Conta a saga da jovem Lyra e seu amigo Will, que descobrem um mundo mágico (e bastante nonsense), habitado por bruxas e ursos de armadura. São vários os diretores interessados em adaptar a série para o cinema, como Sam Mendes, diretor de Estrada para Perdição.

:: EOIN COLFER
Também britânico (irlandês), Eoin Colfer é o responsável pela série Artemis Fowl, composta por enquanto por três livros: O Menino Prodígio do Crime, O Enigma do Ártico e O Código Eterno (cujos direitos de adaptação para cinema já foram comprados, pela Miramax). Mostra um mundo em que humanos e criaturas mitológicas convivem sem que os segundos (nós, os humanos, o povo da lama) saibam da existência dos primeiros (elfos, trolls, fadas, leprenchaus, gremlins etc, o povo das fadas), que vivem abaixo da terra, possuem tecnologia séculos-luz mais avançada do que a humana. É neste universo que vive Artemis Fowl, um menino de 13 anos, de uma família com longa tradição no crime que, depois do desaparecimento do pai e da consequente insanidade de sua mãe, arquiteta um plano para roubar ouro do povo das fadas: sequestrar uma fada. Artemis é um personagem interessante justamente por não ser bonzinho como a maioria dos outros heróis de livros: é branquelo, tem olheiras, fala como um adulto e não raras vezes é definido por quem tem de enfrentá-lo como muito parecido com um vampiro, por seu olhar ameaçador. Mesmo assim, tem uma dimensão bem humana: sofre pelos pais, sente culpa quando faz maldades e tem desejo de redenção.

:: HELENA GOMES
A autora e jornalista brasileira Helena Gomes só publicou, até agora, um livro no gênero Fantasia: A Caverna de Cristais – O Arqueiro e a Feiticeira, lançado pela Devir Editora. Esse único livro é suficiente para que eu diga: é a melhor autora de Fantasia que o Brasil já produziu. Foi também o suficiente para que uma legião de fãs se formasse, aguardando ansiosamente a segunda parte da saga, prevista para cinco volumes, que mistura inúmeras referências de tudo o que você pode imaginar, a começar pelo filme O Feitiço de Áquila. O projeto da saga nasceu como um roteiro de HQs e, por isso mesmo, bebe também dessa fonte, além de mangás, filmes das mais variadas origens e em alguns personagens da vida real… A história se passa num reino medieval e é centrada no arqueiro Thomas, um rapaz criado por uma trupe maltrapilha de artistas. Naquele mundo onde o povo é mantido na ignorância pelos nobres britons, ele é considerado alguém estranho e até repudiado por ter poderes diferentes, como o dom da premonição. Na verdade, ele é o Herdeiro de uma terrível profecia que envolve outros mundos além de Britanya e inimigos cruéis, os nergals. Nas palavras da própria Helena: “Você vai me achar meio maluca, mas minha cabeça funciona assim mesmo. ‘A Caverna de Cristais’ tem elementos de produções muito variadas, que vão de mangás a filmes. Há influências de Dragon Ball, Babylon 5, O Nome da Rosa, ‘Harry Potter’, Guerra nas Estrelas, Jornada nas Estrelas e muito mais que, às vezes, nem eu identifico. Meu trabalho traz muito também do que sou, do que penso, do que acredito, assim como meus personagens. Estes têm características de pessoas reais. Erram, acertam, têm dúvidas e incertezas, mas também bastante coragem, como muita gente que todos nós conhecemos. Só não dá para esquecer que são “seres reais” adaptados a situações de ficção que nunca existiriam de verdade”. O segundo volume da série deve sair em breve, também pela Devir.

:: ROALD DAHL
Este autor voltou à moda com a intenção anunciada pelo diretor Tim Burton em refilmar o filme de maior sucesso entre as adaptações de sua obra: A Fantástica Fábrica de Chocolate. Também britânico (de Gales), Dahl criou um dos maiores sucessos da literatura, o livro Charlie and The Chocolate Factory, que se transformou no filme também de muito sucesso na década de 70, com Gene Wilder no papel principal. A história é a seguinte: Willy Wonka, o misterioso dono de uma legendária fábrica de chocolates, que por anos não abriu suas portas para ninguém, resolve organizar uma promoção: cinco tickets de ouro são escondidos em cinco barras de chocolate de sua companhia. Quem achá-los ganha um passeio dentro da fábrica. Charlie, um menino pobre, é um dos sorteados e vive, ao lado do avô, uma aventura única dentro da fábrica, que não tem nada de convencional: anõezinhos sinistros, os Oompa-Loompas, são os únicos trabalhadores do lugar, que inclui uma sala com uma piscina de chocolate, um corredor cujo papel de parede é comestível, uma máquina que transforma chocolates pequenos em barras gigantescas, modificando suas moléculas e até um elevador que não anda apenas na vertical, mas também na horizontal, se movimentando por todo o lugar. Uma a uma, todas as crianças caem na tentação de roubar um doce do lugar para entregar a um cara misterioso, vestido de preto, que abordou todas as cinco crianças pouco antes delas entrarem no lugar. Depois, tudo prova-se um teste de caráter. Fantástico, um livro que se percebe ter dado tanto prazer de escrever quanto temos nós, leitores. O próprio Charlie viveu outras aventuras escritas por Dahl, como Charlie e o Elevador de Vidro. Outros livros infantis de Roald são Matilda (que também se tornou filme), que mostra uma menina genial, cuja maior paixão é a leitura e que tem pais viciados em tevê (e, por isso mesmo, nem um pouco brilhantes). Logo ela descobre que tem poderes sobrenaturais que lhe serão muito úteis. Outro dos predecessores de Harry Potter. Dahl escreveu também um sem-número de livros para adultos, tanto de Fantasia quanto de horror (inclusive histórias de fantasmas).

:: LEWIS CARROLL
Taí um dos maiores mistérios da literatura: Lewis Carroll tinha interesses tão variados quanto Matemática (medo… medo… que bom que já saí da escola!), Fotografia e Religião – era diácono. Mesmo assim, seu nome é constantemente ligado à pedofilia, tal o seu interesse por menininhas muito jovens (nada foi provado, nem depois de sua morte, embora algumas páginas de sua agenda pessoal tenham sido arrancadas e um de seus trabalhos mais constantes tenham sido ensaios fotográficos de meninas de 8 a 12 anos, de caráter obviamente erótico. Mas ele chamava de arte…). Caroll mereceria um lugar na história da literatura de Fantasia mesmo que seu único livro fosse Alice no País das Maravilhas, uma das mais deliciosas narrativas que já tive oportunidade de ler: são de lá personagens inesquecíveis como o Coelho Branco, sempre com seu relógio de bolso nas mãos; o Chapeleiro Maluco; a Rainha de Copas; a Lagarta… As idéias de Caroll pareciam não ter limites: o biscoito que, comido de um lado, faz crescer e, do outro lado, faz encolher, a festa de desaniversário da rainha, o maluco chá das 5… Outros livros de Caroll são Através do Espelho e O Que Alice Encontrou por Lá.

:: J.K. ROWLING
Justamente por ser o maior sucesso editorial do momento e, além de vender milhões e milhões de livros estar na mídia de todas as formas possíveis e imagináveis, Harry Potter ganhou inimigos e críticos ferozes. Mas, sejamos sinceros: os livros são muito legais, bem escritos e cativantes mesmo que os filmes estraguem um pouco a história. A inglesa J.K. Rowling conseguiu algo que poucos antes haviam conseguido: fazer crianças pequenas, acostumadas a televisão, Cartoon Network, internet e videogames, lerem livros de 700 páginas como é Harry Potter e a Ordem da Fênix, o quinto exemplar da série, que ainda terá mais dois livros até sua sequência. No universo de J.K. Rowling, magia, bruxaria e seres mitológicos como trolls, ogros e abortos da natureza como os dementadores são coisa normal. Não há muito para escrever sobre J.K. Rowling que ainda não tenha sido dito. Nada, pra ser sincero. Sua mágica é muito mais real: despertar para a literatura quem não tinha, antes, o costume de ler. Fantásticos e recomendadíssimos.

:: CLIVE BARKER
Ah, você está acostumado apenas aos livros de horror de Clive Barker, que foi o responsável, por exemplo, por Hellraiser, aquele terrorzão que virou filme e que tem um demônio cheio de pregos fincados na cabeça, o cenobita Pinhead, né? Pois saiba uma coisa: Horror não é um gênero literário, é considerado um subgênero de Fantasia, justamente porque as duas coisas se confundem muito e todos os universos do horror fazem parte, na verdade, de um grande universo de fantasia. Toda essa papagaiada é só pra levá-lo a Abarat, livro legítimo de Fantasia do autor, que pretende transformá-lo numa franquia a lá ‘Star Wars’ ou ‘A História Sem Fim’: mostra a aventura de Candy Quackenbush, uma menina frustrada, cujo pai é alcoólatra e a mãe deprimida, no mundo fantástico de Abarat, onde encara seres estranhos, incluindo nesse hall o sinistro Conde Carniça, o Lorde da Meia-Noite. Aos poucos, Candy vai descobrindo que o sentimento familiar que sentiu quando pisou pela primeira vez em Abarat não era falso… e que sua relação com o lugar (e com o Lorde da Meia-Noite) é mais estreita do que pode sequer imaginar…

:: STEPHEN KING
Outro que você vai dizer “ah, mas ele é escritor de terror!”. Bem, não é. Pelo menos, não é só um escritor de horror. Stephen King tem muitas obras fora do gênero, inclusive uma que vai virar filme em breve, O Talismã, escrito em parceria com Peter Straub, que é uma verdadeira saga de fantasia que recebeu há pouquíssimo tempo uma continuação também escrita por ambos, A Casa Negra. Leia esses dois e fique torcendo para que a saga Dark Tower, sua maior obra, que no ano que vem chega ao sétimo livro, finalmente seja lançada no Brasil. À parte todos os preconceitos de quem acha Terror um gênero menor, Stephen King tem o poder de cativar o leitor, de fazê-lo gostar de verdade dos personagens (mesmo que vá matá-los depois).

:: AUTORES BRASILEIROS DE FANTASIA

À exceção do recente sucesso de Angus, de Orlando Paes Filho (e que não mereceu um capítulo só pra ele justamente porque não define sua obra como literatura de Fantasia), o gênero sempre foi encarado no Brasil como literatura menor, infanto-juvenil. E, nesse campo, para jovens e crianças, bons livros foram escritos e até temos uma boa tradição, com Monteiro Lobato, por exemplo. Afinal, Pedrinho, Narizinho, Emília e Visconde viajaram para a Grécia antiga com o mágico pó de ‘pirlimpimpim’ em “O Minotauro” e “Os Doze Trabalhos de Hércules”, se reuniram com personagens clássicos de fábulas em O Pica-Pau Amarelo e desceram ao reino dos mares, bem antes de Procurando Nemo, em Reinações de Narizinho. Além disso, diminuíram o tamanho de todas as pessoas do mundo em A Chave do Tamanho e reformaram o que achavam errado no mundo em A Reforma da Natureza, criando até uma vaca que dá café com leite. O grande problema de Monteiro Lobato? Seus livros envelheceram e não foram, nunca, atualizados, nem o texto. Fica, portanto, difícil cativar as novas gerações, acostumadas a Harry Potter.

Além de Monteiro Lobato, fique ligado em alguns livros, quase tão antigos quanto os dele: os de Maria José Dupré (A Montanha Encantada e A Mina Perdida) e especialmente os deliciosos livros de Lúcia Machado de Almeida (As Aventuras de Xisto, Xisto no Espaço, Xisto e o Pássaro Cósmico e Spharion).

E você, caro nerd? Conhece outros livros e autores de fantasia que fazem sua cabeça? Dê sua colaboração a esta matéria aí embaixo, n´A VOZ DOS NERDS.


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