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Artigo adicionado em 08/12/2003, às 05:29

Crítica: LOONEY TUNES – DE VOLTA À AÇÃO
Um desenho animado, mesmo com atores de carne e osso, será sempre um desenho animado Não há saída: filmes que misturam personagens de desenhos animados com atores de carne e osso sempre cairão na tentação de ser, na forma e no ritmo, um desenho animado de fato, misturando personagens virtuais com gente de carne e […]

Por
Gustavo "Bux" Klein


Não há saída: filmes que misturam personagens de desenhos animados com atores de carne e osso sempre cairão na tentação de ser, na forma e no ritmo, um desenho animado de fato, misturando personagens virtuais com gente de carne e osso, simplesmente. O que quero dizer com isso é que não dá pra esperar que um filme estrelado por Pernalonga, Patolino e outros personagens infantis seja mais do que um desenho animado um pouco maior do que os que vemos no canal Cartoon Network, com o único diferencial de ter também Steve Martin, Brendan Frasier e Jenna Elfman entre seus personagens. Música alta, explosões que não machucam ninguém, gritaria. É um filme feito especialmente para quem curte desenhos animados e suas referências.

É exatamente isso o que acontece em Looney Toones: De Volta à Ação: uma sequência ininterrupta da ação mais amalucada, do início ao fim. O termo cartunesco, aqui, é levado às últimas consequências, da mesma forma que os similares Space Jam e Uma Cilada para Roger Rabbitt. A questão é: isso funciona durante os 10, 15 minutos de um desenho visto em casa, mas na hora e meia que dura o filme pode cansar e deixar alguns tontos, tal a quantidade de informações a digerir e ao clima de “Nossa, que Loucura!” que fica evidente por toda a produção. Mesmo assim, consegue ser melhor que o antecessor do gênero, ‘Space Jam’ (o que, sejamos honestos, nem é tão difícil assim).

As referências à cultura pop pipocam por todos os lados, o tempo todo: vão de Star Wars a James Bond (com a referência óbvia que é a escolha do ator Timothy Dalton, ex-intérprete do 007, para pai de Brendan Frasier), passando por Missão: Impossível, Procurando Nemo, Psicose (uma das sequências mais engraçadas, com Pernalonga imitando a cena do chuveiro com Jenna Elfman) e A Múmia, entre outras, além de, possivelmente, uma inifinidade delas que não saquei (e duvido que as crianças entendam a maior parte, já que as piadas incluem também tiradas de sarro sobre merchandising e outras ligadas à indústria do entretenimento. Alguém por aí acha, por exemplo, que os menorzinhos irão rir da piada sobre a ‘Área 51’, a tão falada base do exército norte-americano onde projetos ultra-secretos estariam sendo desenvolvidos e que poderia, até, ser um local de encontro entre humanos e extraterrestres?).

A historinha que liga uma gag a outra começa com uma reunião entre Patolino e os executivos da Warner. O pato se acha desprestigiado e quer mais dinheiro, no mínimo um salário igual ao do Pernalonga. Resultado: é despedido pela vice-presidente executiva (Jenna Elfman, do seriado Dharma e Greg) e acaba provocando, também, a demissão de um dos seguranças do estúdio (Brendan Frasier), filho de um dos astros da empresa (Timothy Dalton), famoso pelo papel de um agente secreto muito parecido com James Bond e que se revela um espião de verdade, que acaba de ser sequestrado pelo supervilão da história (um Steve Martin irreconhecível, caricato e exagerado ao extremo), o dono da companhia Acme. Patolino e o segurança vão atrás do pai, tentando resgatá-lo.

Ao mesmo tempo, Jenna e Pernalonga saem numa busca por Patolino, pois o estúdio viu que os filmes sem ele não têm graça. Essa busca inclui Los Angeles (claro!), Las Vegas, África e Paris, onde a grande sequência do filme acontece: uma perseguição em que Pernalonga e Patolino, para fugir de seu perseguidor dentro do museu do Louvre, correm de um quadro clássico para outro, adotando em seu visual o estilo do pintor (da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, a O Grito, de Edvard Munch). Toda a história pareceu confusa pra você? Pois acredite: é pior ainda no ritmo frenético e cheio de referências no qual ela é contada.

As participações especiais, em profusão exagerada como todo o resto do filme, incluem outros personagens clássicos do mundo dos desenhos animados, como Taz, Marvin, o Marciano, Hortelino, Coiote, Piu-Piu, Frajola e Vovó, Eufrasino, Gaguinho, Scooby-Doo e Salsicha e até aquela corujinha cantante que aparece regularmente nos clipes exibidos entre um programa e outro do Cartoon Network. As participações adultas incluem o diretor Roger Corman, o piloto de Nascar Jeff Gordon, Heather Locklear, Joan Cusack, Peter Graves (da série Missão: Impossível) e o ex-jogador de basquete Michael Jordan, numa participação não-creditada que remete a ‘Space Jam’, onde Jordan foi o personagem principal.

A direção de Joe Dante se denuncia nas referências veladas a filmes antigos do diretor, como Gremlins (repare bem na trilha sonora) e no ritmo frenético que o diretor impôs, também, a alguns de seus filmes (Gremlins 2 seria o melhor exemplo).

Não entenda mal tudo o que foi dito sobre o filme: dentro de um certo espírito, Looney Tunes: De Volta à Ação pode ser um filme divertidíssimo. Especialmente se integrar aquele programa que inclui McDonalds antes, pipoca durante e balada depois.


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