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Artigo adicionado em 13/12/2003, às 03:33

Crítica: IRMÃO URSO
Está comprovado: a Disney perdeu o jeito com seus animados Eu me sinto muito mal – sendo um fã maluco dos longas animados da empresa do Tio Walt – ao dizer isso, mas é a mais pura verdade: a Disney perdeu a mão. E não me importa que a mega-corporação do rato Mickey tenha conseguido […]

Por
Paulo "Fanboy" Martini


Eu me sinto muito mal – sendo um fã maluco dos longas animados da empresa do Tio Walt – ao dizer isso, mas é a mais pura verdade: a Disney perdeu a mão. E não me importa que a mega-corporação do rato Mickey tenha conseguido um faturamento de mais de 3 bilhões de dólares, o que importa é que os longas animados não são mais os mesmos. Pioraram. E o animado Irmão Urso (Brother Bear, EUA, 2003), que estreou nessa sexta-feira nos cinemas brasileiros, comprova isso.

E o pior é que o filme não é… como eu posso dizer… uma porcaria. Muito pelo contrário. É um animado até divertido, com personagens carismáticos e uma trilha sonora possante de Phil Collins (que conta até com a participação de Tina Turner na música “Great Spirits”). E é justamente aí que mora o problema. A sensação que tive, ao sair da sessão, é exatamente igual àquele sentimento logo após Episódio 1: A Ameaça Fantasma, da série ‘Guerra nas Estrelas’. É um filminho legal, divertido… mas, pombas, aquilo não era para ser “legal e divertido”. Era para ser “CARACAS, QUE FILMAÇO”! A Disney também carrega essa cobrança com seus longas animados, e há tempos que ela não vem entregando sequer metade dessa expectativa.

Nesse novo animado, dirigido por Aaron Blaise (que foi supervisor de animação em Mulan) e Robert Walker (que também trabalhou em ‘Mulan’, só que como supervisor de layout), o índio Kenai (Joaquin Phoenix) e seus irmãos Sitka (D.B. Sweeney) e Denahi (Jason Raize) são muito unidos. Vivendo durante a era de gelo, eles estão sempre em harmonia com a natureza, até que, por um descuido de Kenai, seu irmão mais velho, Sitka, acaba morrendo. Culpando um urso pelo acidente, Kenai sai em busca do “monstro”, mesmo com os pedidos de Denahi para que deixasse isso para trás, já que o culpado não era o urso. Kenai não escuta e sai atrás do animal. Para aprender uma lição valiosa sobre irmandade e respeito, Kenai acaba se transformando no fruto do seu ódio: um urso. Agora, com a ajuda do ursino Koda ( no original, em português), o índio irá tentar voltar a ser humano.

Se eu pudesse resumir o filme em poucas palavras, eu resumiria assim: “um O Rei Leão, só que sem a mesma magia”. As referências estão espalhadas pelo filme, sejam o estouro de alces no começo do filme (uma cena minúscula e absolutamente sem sentido) ou então os dois personagens engraçados (Timão e Pumba em ‘O Rei Leão’, e os alces Tuke e Rutt, em ‘Irmão Urso’), entre outros.

:: HISTÓRIA DRAMÁTICA, PERSONAGENS CÔMICOS

E, aproveitando a deixa, agora falo dos dois alces, personagens secundários que foram elevados à categoria de estrelas do filme. Tuke e Rutt acabam esbarrando com Kenai e Koda durante a aventura dos ursos, e só vendo os dois em cena para saber porquê eles até viraram astros da propaganda do desenho. Os dois abobados chifrudos dão um banho de humor em cena, e os poucos (sim, poucos) momentos em que aparecem se transformam nos melhores momentos do filme.

Mas como podem dois personagens cômicos serem os pontos altos de um filme dramático? Eis um dos grandes problemas de ‘Irmão Urso’. A produção do animado – que tinha data de lançamento programada para maio de 2004, sofreu, no começo de 2003, um ajuste violento na data de lançamento: o filme seria antecipado 6 meses, de maio de 2004 para novembro de 2003, quando foi lançado nos EUA. Isso fez com que a produção entrasse em um ritmo frenético de ajustes e mais ajustes, fazendo com que muito do conceito original se perdesse. Isso fez o filme ficar raso, sem grandes momentos (esqueçam sequências como o estouro dos gnus em ‘O Rei Leão’, ou o famoso “surf pelas árvores de Tarzan, ou a mágica sequência do salão de dança d´A Bela e a Fera), e parecendo ser mais curto do que realmente é (o filme segue o padrão Disney de ter, em média, 1 hora e meia de duração… mas que parecem apenas 40, 50 minutos). Isso sem falar no próprio clima do filme: uma história dramática, onde dois alces foram colocados apenas para suavizar o animado, deixando-o mais comercial.

:: DUBLAGEM NACIONAL DÁ DE DEZ A ZERO!

Mais uma vez a direção de dublagem de um animado Disney ficou a cargo de Garcia Jr.. Os fãs de desenhos animados devem lembrar da voz de Garcia Jr. como He-Man e, nos filmes, sempre dublando o ator Arnold Schwarzenneger. Prá variar, a dublagem está espetacular. Selton Mello – que já fez a voz de Kuzco em A Nova Onda do Imperador – mostra um ótimo trabalho em seu segundo personagem Disney. Já os alces-estrelas Tuke e Rutt são dublados por Luiz Fernando Guimarães (o Rui de Os Normais e Marco Nanini (o Lineu de A Grande Família), e estão impagáveis!

A dublagem americana, mesmo contando com astros como Joaquin Phoenix (de Sinais, Rick Moranis (de Querida, Encolhi as Crianças) e Michael Clark Duncan (o Rei do Crime no filme do Demolidor), não soa tão natural e não tem tanta magia quanto a nacional. Palmas para os nacionais! ^_^

:: TRADUZINDO

Mesmo com tantos problemas, acho que o filme irá divertir a grande os pais e os pequenos filhotes. ^_^ Dentre os últimos animados da Disney, posso dizer que Irmão Urso é o “menos pior”. E, mesmo com tudo os problemas, tem algo que não muda: a qualidade da animação, sempre soberba, dos profissionais da Disney. Intervaladores, key animators, artistas de cenários, computação gráfica… todos dão um show. Com certeza serão uma hora e meia bem gastas. Mas que a grande maioria dos fãs e profissionais de animação irão torcer o nariz, ah, isso irão.


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