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Artigo adicionado em 02/12/2003, às 10:15

Crítica: CASSETA & PLANETA – A TAÇA DO MUNDO É NOSSA!
Um besteirol, mas com fundo histórico sério Excelsior a todos!!! Bom, como todos sabem, aqui em nossa terrinha (isso mesmo, o Brasil) tudo o que faz parte da história da nossa política vira piada. Aconteceu antes e sempre acontecerá. Uma de nossas grandes qualidades é saber rir das desgraças. Graças ao precursor Barão de Itataré, […]

Por
Bruno "Benício" Fernandes


Excelsior a todos!!! Bom, como todos sabem, aqui em nossa terrinha (isso mesmo, o Brasil) tudo o que faz parte da história da nossa política vira piada. Aconteceu antes e sempre acontecerá. Uma de nossas grandes qualidades é saber rir das desgraças.

Graças ao precursor Barão de Itataré, passando pela trupe d´O Pasquim e atualmente com a turma do Casseta & Planeta, ficávamos e ficamos sabendo a quantas anda nosso querido país de uma maneira bem humorada. Só que, diferente dos dois primeiros, o último não ficou apenas no jornal. Alçaram outros vôos e hoje são os maiores humoristas do Brasil em vários meios de comunicação, como internet, tv, e até mesmo livros!

Agora a patota chega às telonas nesta semana em seu primeiro filme, mexendo justamente na época mais obscura de nossa história, a ditadura, em Casseta & Planeta – A Taça do Mundo é Nossa!

Em 1970, nos anos negros do regime militar, os comunistas e revolucionários armavam de tudo, dia após dia, para acabar com a ditadura na cidade do Rio de Janeiro. Mas no fatídico dia da final da Copa de 70, o dia em que o Brasil conquistava o tão sonhado tricampeonato, o molenga general Mirandinha (Cláudio Manoel), junto com sua esposa linha-dura Dolores (Marcelo Madureira) e a filha gostosérrima Lucy Ellen (Maria Paula) marcam para assistir o jogo do Brasil pela televisão em uma churrascaria.

Só que uma tremenda confusão faz com que o revolucionário analfabeto Wladimir Illitch Stalin Tse Tung Guevara, codinome do estudante Frederico Eugênio (Bussunda), o vegetariano e fumado-por-natureza Denílson (Hélio de la Peña) e o cantor cabeça-de-bagre Peixoto Carlos (Hubert) sejam confundidos com terroristas.

Agora com os “milicos” na cola deles, os três manés fundam o P.A.N.A.C., Partido Anarco Nacionalista Anti-carnívoro Carlos (!?!) e planejam algo que pretende parar o país: roubar a taça Jules Rimet, motivo que fará o tirano general Manso (Beto Silva) revirar o Brasil desde a casa da dona Julieta (Reinaldo), mãe de Wladimir, até a Amazônia, atrás da nossa tão suada taça.

O diretor Lula Buarque de Hollanda revelou, na coletiva de imprensa sobre o filme, que era difícil manter-se sério junto com esse bando de malucos, que não perdiam tempo em fazer piadas em cima até mesmo de outras piadas. Mas deixou claro que são profissionais invejáveis, já que fazem tudo juntos (profissionalmente falando, claro, nada dessa história de um pegar o outro e tal… ^_^).

Diferente do que muitos pensam, o filme não têm nada a ver com o programa. Quem não conhece os impagáveis personagens que habitam toda semana a telinha irão assistir não um festival de sketches, mas sim uma história com começo, meio e fim.

E o filme, não tenha dúvida, é diversão garantida! Com piadas de duplo sentido, dignas dos Cassetas, e piadas mais sutis, que são muito boas e foge do estilo Casseta de ser, o pessoal mostrou que também entende que cada mídia tem sua linguagem, e que são necessárias adaptações, sempre.

Além disso, o filme mostra diversas influências, como é o caso dos Cassetas fazerem mais do que um papel, costume de outro grupo de malucos, os ingleses do Monty Python e as próprias piadas visuais, que são comuns nos filmes dos Python e de outros, como as películas de Mel Brooks e Woody Allen.

O longa também conta com uma qualidade visual fantástica, com destaque para a cena dos cartazes, que é ótima (nem vou dizer nada para não estragar). Os efeitos também estão muito bons (a estátua é duca!), e as tosqueiras são propositais. Destaque para as participações especiais dos tricampeões Carlos Alberto Torres e Jairzinho, além dos atores Deborah Secco e do maaaaaster do Tony Tornado. Isso sem esquecer da trilha sonora, com astros da atualidade cantando sucessos da época, que foi muito bem dosada.

Então se você, caro leitor d´A ARCA, está a fim de dar muita risada, Casseta & Planeta: A Taça do Mundo é Nossa é uma ótima pedida para quem curte uma comédia rasgada com conteúdo e ainda por cima nacional. E olha que quase que eu esqueço de citar a gosto… quer dizer, sensacional Maria Paula!

Leia mais:
:: Clique aqui e saiba mais sobre a história do CASSETA & PLANETA: de onde vieram, prá onde acabaram fondo… ^_^


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