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Artigo adicionado em 02/12/2003, às 11:15

COWBOY BEBOP: anime de ficção científica com pinta de antigamente
Uma das pérolas da animação japonesa Séries animadas de ficção científica com ingredientes de outros universos sempre têm seu charme. Patrulha Estelar, a maior saga animada de todos os tempos, ousou misturar a Segunda Guerra Mundial com naves espaciais. Galaxy Rangers, saudosa animação exibida pela Globo nos anos oitenta, mesclou o futuro distante com o […]

Por
Marcus "Garrettimus" Garrett


Séries animadas de ficção científica com ingredientes de outros universos sempre têm seu charme. Patrulha Estelar, a maior saga animada de todos os tempos, ousou misturar a Segunda Guerra Mundial com naves espaciais. Galaxy Rangers, saudosa animação exibida pela Globo nos anos oitenta, mesclou o futuro distante com o velho oeste.

Cowboy Bebop, série animada produzida pela união Sunrise-Bandai, inovou com um ambiente ímpar no qual misturou-se a ficção científica, o bebop (o jazz “de improviso”), os seriados policiais, o velho oeste americano e um visual dos anos quarenta. Já na abertura, que é um show à parte, cenas a la Starsky & Hutch, regadas a um jazz bem agitado (e repleto de metais), dão o tom do que está por vir.

:: OS ANOS QUARENTA EM 2071?

O enredo se passa em 2071, num futuro um tanto quanto caótico em que os caçadores de recompensa são comuns. A Terra, desolada por causa de um incidente com o Portal Warp, ficou quase inteiramente inabitável. Isso fez com que a população migrasse para pequenos pontos ainda habitáveis do mundo, bem como se mudasse para outros planetas e luas do sistema solar. O visual de cada lugar varia bastante; de prédios similares aos de Metrópolis e de Blade Runner às cidades dos gângsteres da década de quarenta. As viagens espaciais, pelo menos isso, tornaram-se algo comuns.

Novos governos independentes surgiram e leis “bairristas” foram instituídas em cada localidade. O crime, que fugia ao controle das autoridades, também se expandiu para as fronteiras além da Terra. O planeta, agora, é orbitado por um cinturão de asteróides composto por pedaços da Lua, que explodiu há cinqüenta anos no tal incidente.

Já sentiram que não é moleza, certo? Bebop (que nome estranho, não?) é a nave em que os personagens principais viajam através dos diversos planetas e luas do sistema solar, muitos dos quais habitados e cheios de gente. Eles são uma trupe de caçadores de recompensa, um novo “negócio” lucrativo, já que o crime passou a imperar. Juntos, caçam e prendem criminosos de diversos tipos.

:: A TRIPULAÇÃO

Spike Spiegel, o líder da equipe de caçadores, é um tanto quanto esquisito e magrelo. O cabelo dele, isso sim, é o ‘must’. As pessoas não podem se deixar enganar pela aparência, pois o cara é muito ágil e luta Jeet Kune Do, a famosa arte marcial criada por Bruce Lee na década de sessenta. Spike, certa vez, pertenceu a uma gangue de criminosos de Marte, a Red Dragon, e namorou, às escondidas, a garota do melhor amigo: Julia. Foi tamanha a confusão que precisou forjar a própria morte e deixar tudo para trás. O rapaz é desleixado e bonachão.

Jet Black, o mais velho da tripulação, é ex-policial e também cozinheiro da nave, além do braço direito de Spike – aliás, já que falamos sobre braços, o esquerdo do grandalhão é biônico. Ele sempre salva a pele do amigo! Apesar de possuir sua própria nave, a Hammerhead, o durão permanece na ‘Bebop’.

Faye Valentine, uma das garotas do grupo, é bonita, sensual e muito perigosa. Apesar da coragem não ser o forte da mulher, o caráter mercenário domina o temperamento de ‘Faye’, que passa facilmente a perna nos companheiros por causa de dinheiro. Adora pequenos gadgets e sabe atirar excelentemente. Ela, no fundo, tem quase 80 anos de idade, porque precisou ficar em sono criogênico devido a um acidente espacial que quase a matou. Acordada do sono há apenas dois anos e curada, agora precisa pagar sua dívida para com a clínica. É por isso que vive atrás de dinheiro. Também possui uma nave, a Red Tail, a qual é usada às vezes.

Edward Wong Hau Pepelu Tivrusky Quarta é a outra garota, quer dizer, menina, que compõe o grupo. Trata-se de uma hackerzinha de 13 anos de idade, mas que conhece tudo a respeito de redes de computadores e de protocolos de comunicação. Sabe tanto a respeito do tema que é procurada pela polícia. Infelizmente, a garota não conheceu os progenitores (viu apenas a imagem holográfica do pai) e cresceu nas ruas. Ed, como é chamada, foi convidada – a contragosto – a fazer parte da tripulação da ‘Bebop’ após ter hackeado, propositadamente, o computador da nave numa missão para a qual foi chamada. Fuçou demais no sistema e tornou-se a única capaz de operá-lo.

A mascote da turma é Ein (um em alemão), um cão geneticamente alterado e cuja inteligência excede às dos outros caninos. O bichinho foi parar dentro da ‘Bebop’, pois Spike resgatou-o de seu raptor devido à recompensa que seria paga pelo animal, muito especial, mas terminou se apossando dele por insistência de Jet. O coitado sofre na mão da turma, quer seja por causa de ‘Faye’ ou de ‘Ed’.

O vilão da série – não poderia deixar de haver um – é Vicious (não, não é o baixista do Sex Pistols), líder de uma gangue marciana conhecida como ‘Red Dragon’. O cara é todo estiloso, tem pinta de vampiro e carrega diversas armas – é especialista, mesmo, na Katana. Na verdade, Spike e ele foram companheiros e o primeiro teve um caso com a namorada do vilão, mas sem que ele soubesse, é claro. Desconfiado da traição, Vicious faz de tudo para desvendar a suposta morte do ex-amigo.

Julia, como dissemos, é a ex-namorada de Spike e a grande paixão do sujeito. Cuidou dele ao encontrá-lo ferido e à beira da morte depois de um tiroteio. Ela é o motivo de toda a confusão em que Spike se meteu.

:: ANIMAÇÃO DE PRIMEIRA E ENREDO PECULIAR

A série dispõe de animação e arte espetaculares, incrivelmente realizadas. As cenas de ação, especialmente as das naves e as das lutas, são de tirar o fôlego e de dar água na boca. O enredo está imbuído de aventura, de mistério, de humor (por causa da menina Ed), de sensualidade, de ficção científica e do velho clichê dos antigos seriados policiais. Em alguns dos episódios nota-se, também, um clima de velho oeste, de desolação e de solidão, através do qual percebe-se que lei e ordem jazem longe de tudo.

CowBe, conforme conhecida no Japão, teve 26 episódios e chegou ao Brasil em 1999 por meio de fitas piratas e de DVDs importados, um ano após ter sido lançada na terra natal. O sucesso da série se deu pela equipe de produção que contou com astros como Toshihiro Kawamoto (de Mobile Suit Gundam), Hajime Yatabe (de Escaflowne) e Shinichiro Watanabe (de Macross+). A espetacular trilha sonora, composta por Yoko Kanno, também é outro diferencial. Trata-se, de fato, de uma das produções mais queridas pelos Otakus, os fãs de anime.

Em 2001 foi lançado no Japão o especial Cowboy Bebop: Knockin’ On Heaven’s Door, longa-metragem de 120 minutos (nossa!) baseado na série de tevê. Recheado de ação e com trilha sonora composta por ‘Yoko’, o enredo traz um novo personagem, o bio-terrorista Vincent Volaju, e uma nova trama na qual a equipe de caça-recompensas se mobiliza mais uma vez. Esse longa-metragem já foi dublado aqui no Brasil e, mesmo sem as falas em português, o filme acaba de ser lançado por aqui. Clique aqui e leia a crítica do El Cid, que curtiu muito o longa.

Sobre a série, Guilherme Briggs, dublador de ‘Spike’ no longa-metragem, comenta: “Cowboy Bebop fez parte do meu redescobrimento dos animes, agora mais maduros e surpreendentemente mais sofisticados, com uma excelência nos roteiros criativos e na animação simplesmente genial. Após um longo tempo sem receber a influência oriental dos animes (Patrulha Estelar e Don Drácula são parte inseparável de minha memória afetiva) , nos últimos três anos eu fui simplesmente bombardeado pelas novas produções através de minhas inúmeras encomendas à ‘fansubbers’, que são organizações de fãs que compram o DVD original do anime japonês e legendam, para que todos possam ter acesso aos seus títulos favoritos através de cópias em fitas VHS a preço de custo. Por Cowboy Bebop tenho a mais profunda admiração e respeito e foi uma honra poder dublar o Spike no longa animado. O que falar de sua narrativa inteligente e diferente, de seus designs arrojados e seu desenvolvimento fantástico das personagens? Fico sem palavras. O interessante é que todo o elenco ficou impressionado com a qualidade do anime, após anos só assistindo e dublando outros desenhos japoneses puramente comerciais. Isso mostra que existe todo um universo a ser explorado e que temos um público só esperando para ser tocado pela magia”.

Por tudo o que ‘Cowboy Bebop’ representa, pela mistura de gêneros que pareciam díspares demais, pela fabulosa trilha sonora, pela criação de um mundo original e pela animação espetacular, essa série precisa ser vista, uma vez que tornou-se um marco da safra atual de animês.

Cowboy Bebop é exibida, legendada em português, diariamente pelo canal Locomotion, às 22:00 horas.

Curioso? Quer conhecer as outras vozes que dublaram o longa-metragem de Cowboy Bebop?

Não tem tevê a cabo? Não há problema! Compre já os DVDs importados da série!


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