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O Fortim, de F. Paul Wilson, não é um lançamento. Na verdade está bem longe disso, tem mais de 20 anos. Mas é, talvez, a melhor história de vampiros já escrita, ao lado de Drácula, de Bram Stocker. O livro, ambientado na década de 40, na Romênia aliada dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, mostra como um destacamento do exército alemão precisa tomar posse de uma fortificação na região da Transilvânia (clássico) para bloquear o único caminho possível para um ataque surpresa que poderia vir da aliada Rússia.
Todo mundo acha o lugar meio estranho: mais de 30 mil cruzes feitas aparentemente de ouro e prata estão espalhadas por suas paredes, mas nas primeiras horas de ocupação acontece a besteira: um dos soldados, mais ambicioso, acha que podem haver tesouros escondidos nas paredes do forte e puxa uma das pedras para fora, libertando uma criatura (chamada Molasar) que passa a matar, sistematicamente, os soldados. Um por noite, noite após noite, sempre da mesma forma: dilacerando o pescoço e bebendo todo o sangue.
As mortes duram até que os nazistas resolvem mandar um destacamento da SS, a temida polícia de Hitler, violentíssima e daquele tipo que bate primeiro para perguntar depois. Não adianta nada e as mortes continuam.
Um velho professor universitário de origem judaica é, então, chamado, junto com a filha, por ser um especialista na região. Começa aí a ironia: um judeu ajudando os nazistas a interromper mortes de soldados que, mais tarde, vão montar um campo de concentração na Romênia. Um outro personagem, misterioso, ruivo e cujo reflexo não aparece no espelho, surge para juntar forças com as forças do bem e lutar contra o demoníaco ser (e que se revela a única pessoa realmente capaz de matar o vampirão).
Não dá pra contar muito mais sem estragar as várias surpresas. A trama é muito bem costurada e chega a apavorar os leitores mais acostumados a narrativas horrorosas. Um excelente livro, de qualidade surpreendente, que lembra o estilo que H.P Lovecraft teria se continuasse escrevendo até hoje. Para fã de horror nenhum botar defeito. O mais legal é descobrir, mais tarde, que o livro tem duas continuações (Renascido é uma delas) que, se não mantém o mesmo nível, estão bem acima de algumas porcarias que circulam por aí e ainda são chamadas de terror.
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