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Artigo adicionado em 05/11/2003, às 11:27

Crítica: MATRIX REVOLUTIONS
Melhor que o segundo… e isso não é lá grande coisa O primeiro filme da série Matrix foi uma verdadeira surpresa entre os cinéfilos de plantão. Despretensiosos, os irmãos Wachowski ganharam uma fiel legião de fãs que disseca cada pedaço do filme lançado em 99, analisando referências filosóficas, teológicas, mitológicas. A tarefa de Matrix Revolutions, […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


O primeiro filme da série Matrix foi uma verdadeira surpresa entre os cinéfilos de plantão. Despretensiosos, os irmãos Wachowski ganharam uma fiel legião de fãs que disseca cada pedaço do filme lançado em 99, analisando referências filosóficas, teológicas, mitológicas. A tarefa de Matrix Revolutions, a terceira e última (será?) película da saga de Neo (Keanu Reeves), é inglória: além de tentar manter o nível do primeiro filme, um ficção científica inteligente e politizada, a conclusão da trilogia deveria tentar também reverter a péssima imagem deixada pelo arrogante e descerebrado Matrix Reloaded, cheio de adrenalina e nenhum conteúdo. Embora obviamente fracasse na primeira missão, até que ‘Revolutions’ consegue, aos trancos e barrancos, ser bem-sucedido na segunda, dando um desfecho minimamente digno ao périplo do Predestinado.

A história retoma imediatamente o final de ‘Reloaded’, quando o navegador Hammer resgata Morpheus (Laurence Fishburne), Trinity (Carrie Anne-Moss) e um Neo aparentemente em coma, logo depois de descobrir que seus poderes se estendem também para fora da Matrix. Na verdade, a mente do escolhido está presa num lugar entre a Matrix e o mundo real, cortesia do vingativo Merovingian (Lambert Wilson, cuja participação é mínima e sem a menor graça). Cabe a sua amada Trinity resgatá-lo para que ele finalmente possa entender o seu lugar na luta entre as máquinas e os humanos. Afinal, Zion está ou não condenada pelo ataque dos Sentinelas? Aquela história de ‘anomalia sistêmica’ levantada pelo Arquiteto está realmente certa? Isso, meu caro, eu deixo para que a Oráculo responda.

Por sinal, a explicação que os Wachowski deram para a substituição de Gloria Foster (falecida nas gravações do segundo capítulo) por Mary Alice (que fez a voz da Oráculo no game ‘Enter the Matrix’) no papel deixa algumas pontas soltas que podem ser aproveitadas em futuros produtos da franquia. O mesmo vale para a sequência em que o Merovingian se refere ao guarda-costas da vidente, o oriental Seraph (Sing Ngai), como o ‘filho pródigo’.

Os primeiros 15 minutos são um tanto confusos, cheios dos diálogos difusos e vazios que caracterizaram ‘Reloaded’. Demora até que a trama pegue no tranco. Mas pega.

Apesar da apresentação de dois novos personagens que acrescentam pouquíssimo ao filme (o pavoroso Trainman e a garotinha indiana Sati), quem ganha força em ‘Revolutions’ é a cidade de Zion – que se transforma praticamente num único organismo vivo resistindo ao cruel ataque das ameaças tecnológicas. Até Zee (Nona Gaye, no papel que seria de Aaliyah), mulher do navegador Link (Harold Perrineau), se torna peça-chave na batalha.

Se você perdeu o fôlego ao conferir, no trailer, uma prévia da luta entre os sentinelas e os humanos usando aquelas enormes armaduras robóticas, prepare o seu balão de oxigênio. A sequência é visualmente alucinante e não deixa a menor dúvida da adoração dos irmãos-diretores pelas animações japonesas. Muita destruição em alta velocidade.

O mesmo vale para o embate final entre Neo e o Agente Smith (Hugo Weaving) debaixo da chuva e dentro de uma Matrix completamente transfigurada. Puro ‘Dragon Ball Z’ misturado com ‘Super-Homem’. Aliás, Weaving merece rasgados elogios por sua divertidíssima interpretação de um vilão relutante e confuso que, aos poucos, ganha a importância necessária para se tornar a plena encarnação do mal na trilogia. Sem dúvida, a melhor coisa do filme.

:: MAS… E O FINAL?

Esta é a pergunta que não quer calar e que tem se tornado motivo de insistentes e intermináveis discussões nos fóruns pela internet afora. É claro que não vou entregar o ouro e estregar a ‘surpresa’ de quem está ansioso pelo filme. Mas uma dica: esqueçam as elaboradas e complicadas teorias calcadas nas leis da robóticas de Asimov e tudo mais. A solução adotada pelos Wachowski é simples e direta ao ponto – e exatamente por isso, um tanto ‘brochante’. Não espere algo especialmente incrível e inimaginável.

Na verdade, se você é um espectador atento, vai perceber que trata-se de uma conclusão um tanto previsível demais, dadas as nada discretas pistas deixadas pelos diretores no meio do caminho. A história caminha para um ‘the end’ sem novidades e correto. Aliás, correto até demais. ‘Revolutions’ é tão politicamente correto que chega a incomodar um pouco no tom militarista. O ‘nós contra eles e pela paz’ faz lembrar a Era Bush. Carregando demais na apoteose visual de caráter épico, ‘Revolutions’ esquece da inovação e, depois de passar três filmes vestindo modernosas roupas de couro, opta por um terno e gravata bem básico e sem graça antes dos créditos finais.

Talvez a influência dos quadrinhos e desenhos animados japoneses devesse ter permeado a obra dos Wachowski indo além da estética. Basta lembrar de ‘Ghost in The Shell’ (O Fantasma da Máquina), sempre citado como grande influência pelos próprios Wachowski. Um pouco daquela incorreção e anarquia do primeiro filme não fariam mal a ninguém…

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