Às vezes, quando um artista fica famoso, o pessoal acha que eles vieram do além, novos talentos descobertos do nada, sem currículo, e que já nasceram com o ‘forévis’ para lua. Esse tipo de coisa.

A verdade é que todos eles tiveram que ralar muito, de ilustrar revistas funrecas, de entrar de cabeça em fanzines, de verem projetos naufragarem… não é fácil ser artista de quadrinhos. Eu sei, posso dizer com conhecimento de causa, já que tentei e desisti desta carreira.

Greg Horn é um cara que tinha um projeto na cabeça e um novo estilo de arte: misturar computação gráfica, fotos e desenhos, e tudo isso de uma maneira natural, sem dar aquela sensação de coisa digital. Hoje Horn agrada muito com este tipo de arte, mas teve que passar por muita coisa no passado para se firmar neste ramo.

Um dos seus primeiros trabalhos publicados foram as capas da revista S.K.U.M.M., pela editora Digital Webbing. Você conhece esta revista? Eu também não, para você ver como as coisas são difíceis. Ele então se aventurou na Marvel, no auge da produções de cards, produziu algumas artes para os cards dos X-Men. Apesar de bom trabalho, não agradou os editores da época, e mais uma vez foi para o mercado independente.

Então veio seu grande projeto: J.U.D.G.E., o primeiro trabalho que vi de Greg Horn. Usando modelos e digitalização, mostrava as aventuras de agentes secretos numa arte super diferente. Este projeto foi vendido à Image Comics, mas com a pouca divulgação da editora, o projeto naufragou em seu terceiro número.

E lá foi ele de novo fazer ilustrações para editoras independentes, fazer capas de revistas de games e trabalhos de pouca divulgação, até que Marvel Knights embalou. O projeto de Joe Quesada crescia, e novos personagens teriam revistas próprias. Quesada, então, precisava de alguém para fazer ilustrações da capa de Elektra, que mostrasse uma arte tão diferente como a do interior da revista (que era de Chuck Austen, que também trabalhava com computação gráfica). Após alguns testes, lá estava ele: Greg Horn, o novo ilustrador das capas de ‘Elektra’.

As capas acabaram atingindo o público em cheio, e Horn ganhou grandes fãs. Algumas capas já foram publicadas aqui no Brasil, na revista da Panini, Justiceiro & Elektra. Seu trabalho foi tão bom, que uma ilustração de Elektra com uniforme negro serviu de inspiração para a personagem no filme do Demolidor.

Virando o novo queridinho da editora, ele providenciou capas para a minissérie da ‘Viúva Negra’ (atualmente sendo publicada aqui, na revista ‘Marvel MAX’), minissérie da ‘Rainha Branca’, revista do ‘Namor’, revista do ‘Homem Aranha’ e projeto ‘Marville’, entre outros.

Virou também ilustrador da revista Wizard, informativo sobre quadrinhos, onde fez ilustrações para o filme do ‘Homem Aranha’, ‘X-Men 2’, ‘Hulk’, ‘Demolidor’, ‘Senhor dos Anéis’ e ‘Matrix’, Alem de várias capas para revistas de games, ilustrações para o filme ‘Mais Velozes e Mais Furiosos’ e para bebida ‘Bacardi’.

Como podem ver, o cara é multifacetado; hoje, pode se dar ao luxo de escolher onde trabalhar, mas teve que passar vários anos no obscuro universo dos desconhecidos.

Dá uma olhada, aí embaixo, nos trabalhos de Greg Horn já mostrados aqui:
:: O uniforme que inspirou a Elektra do filme!
:: Fã de Matrix, veja as ilustrações que ele fez!
:: Rainha Branca!
:: Capa de Namor!
:: Veja Battlestar Galactica!
:: Aragorn de Sr dos Anéis!
:: Veja o papel de parede do Sr dos Anéis!
:: Ilustrações para Homem Aranha 2!

Agora de uma olhada na galeria de trabalhos de Greg Horn: