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Artigo adicionado em 01/10/2003, às 10:22

VIDEO GAMES CLÁSSICOS & FILMES DOS ANOS 80: que bela mistura!
Nossa, como foi divertido escrever este artigo! Quem viveu na época, sabe: os video games – quer sejam os domésticos, os de computadores ou os fliperamas – foram os coadjuvantes principais da molecada durante aquela década. Sempre estiveram ao lado de outros brinquedos famosos como o Aquaplay, o Playmobil, os Transformers, os Comandos em Ação […]

Por
Marcus "Garrettimus" Garrett


Quem viveu na época, sabe: os video games – quer sejam os domésticos, os de computadores ou os fliperamas – foram os coadjuvantes principais da molecada durante aquela década. Sempre estiveram ao lado de outros brinquedos famosos como o Aquaplay, o Playmobil, os Transformers, os Comandos em Ação ou mesmo o futebol com os amigos da escola. O novo brinquedo foi a sensação do momento (e, embora não soubéssemos à ocasião, tornar-se-ia popular para sempre), peculiaridade que marcou definitivamente os eighties como o ponto de partida das parafernálias eletrônicas.

Como não poderia deixar de ser, eles tomaram parte de alguns filmes clássicos nos anos oitenta. Em certos casos, foram meramente citados, noutros, quase desempenharam o papel principal. Não se lembra? Como não?

Então siga conosco nesta viagem temporal e relembre – ou descubra! – os filmes oitentianos dos quais, de maneira original, aqueles jogos eletrônicos participaram!

:: E.T., O EXTRATERRESTRE – Atari e Space Invaders (1982)

A história do alienígena mais amado da Terra foi uma das pioneiras a promover citações sobre os video games. É! Não se lembra? Pudera, uma vez que as referências a eles são um tanto quanto sutis.

Na sequência em que Michael (Robert MacNaughton), o irmão de Elliott (Henry Thomas), é “apresentado” ao alienígena, pode-se ver que o jovem traja uma camiseta em cuja estampa há os dizeres “Space Invaders”, assim como figuras dos alienígenas do jogo. Outra citação bem escondida: antes das cenas em que se nota a tal camiseta, Michael diz a seguinte frase ao entrar no quarto do irmão: “Tyler (o personagem de C. Thomas Howell) fez 69 mil pontos no Asteróides, mas puxaram o fio da tomada”. Se você, caro leitor, já brincou com o jogo em questão, clássico do Atari 2600, sabe que essa pontuação é deveras alta e requer horas de paciência em frente ao televisor.

Noutra cena, em que Gertie (Drew Barrymore) assiste ao programa Vila Sésamo, E.T. começa a balbuciar as primeiras palavras em inglês. Os olhos mais atentos poderão notar a presença de um ‘Atari 2600’ sobre a tevê da sala. Não acredita? Pois veja o filme em DVD e aumente o controle de brilho do aparelho. Spielberg presentiu que o Atari viraria cult e, portanto, fez questão de não deixá-lo de fora do filme.

:: TRON E SPACE PARANOID – Jogos Tridimensionais (1982)

Tron foi o primeiro filme a conter computação gráfica de forma contundente, e isso em 1982. Kevin Flynn (Jeff Bridges), hábil programador e criador de muitos vídeo jogos, após ser demitido da ENCOM, abriu o próprio arcade (fliperama). Nas cenas em que os amigos de empresa visitam o ex-funcionário, um salão recheado de máquinas de fliperama pode ser visto. Leitores espertos notarão jogos como Space Wars, Asteroids Deluxe, Berzerk e Omega Race. O personagem de Jeff Bridges, porém, joga o fictício Space Paranoid; uma de suas criações.

Ainda que o fliperama, baseado em sketches de pré-produção, tenha sido lançado durante as filmagens de Tron, Flynn brinca, como disse, com um jogo não real; uma imagem criada pelo computador Cray 1/S para somente ilustrar aquelas cenas da película. Esse jogo, amigos, nunca existiu, a despeito dos boatos que andam por aí.

:: O BISPO DA BATALHA – Fliperama Além da Imaginação (1983)

Apesar do título, não se trata de um episódio da clássica série criada por Rod Serling no final dos anos cinquenta, mas de um longa-metragem que segue o mesmo estilo: Pesadelos Diabólicos (Nightmares).

Lançado em 1983, esse filme foi escrito por meio da parceira entre Jeffrey Bloom e Christopher Crowe. O primeiro escreveu, dentre inúmeros trabalhos, episódios da antiga série Quarto Escuro (1981), exibida no Brasil, e o longa-metragem O Jardim Dos Esquecidos, de 1987. O segundo também participou de ‘Quarto Escuro’ e escreveu episódios da série Os Novos Intocáveis, aquela de 1993.

O enredo é composto por quatro histórias distintas, bem ao estilo Além da Imaginação, Galeria do Terror e Amazing Stories. A que nos interessa foi batizada de O Bispo da Batalha. J.J. Cooney (Emilio Estevez em início de carreira) é um típico adolescente viciado em jogos de fliperama e de video games. Passa horas a fio com eles, tão fanático que é. Porém, ao descobrir um jogo diferente, no qual o ‘Bispo da Batalha’ – “o senhor de todos os desafios” – faz pouco caso dos jogadores e os desafia, J.J. fica alucinado para derrotar o oponente, mesmo sabendo que precisará vencer as 13 fases da partida.

O jogo, de fato, provoca tanto o jovem jogador que esse invade o fliperama de madrugada para poder jogá-lo sem interferências e, dessa forma, vencer o último nível. O desfecho é algo estarrecedor. O arcade ‘Bispo da Batalha’ não existe, é claro, mas o observador astuto poderá notar outros jogos famosos no local, tais como Plêiades, Asteroids, Venture, Donkey Kong e Tempest.

:: WARGAMES – Quer jogar Guerra Global Termonuclear? (1983)

Jogos De Guerra é um dos clássicos dos anos oitenta, inegável! A história de David Lightman (Matthew Broderick em início de carreira), um garoto genial e fanático por computadores (o termo Hacker sequer existia) que consegue penetrar nos sistemas do governo norte-americano. Ele quase incita a Terceira Guerra Mundial ao jogar, inocentemente, o Guerra Global Termonuclear; jogo em que os Estados Unidos e a União Soviética se enfrentam.

Na verdade, descobre-se que aquilo deu início a uma simulação de guerra real e que, eventualmente, principiaria mesmo a hecatombe nuclear. Imaginem o desfecho, pois ainda vivíamos os resquícios da Guerra Fria.

Pôxa, o dono da locadora da qual aluguei cartuchos de Atari – em 1983 e em 1984 – batizou-a de ‘Wargames’, e justamente por causa desse filme. Não é preciso dizer mais nada! A produção marcou época e fez história.

A simulação que David jogou não existe de verdade, contudo, na cena em que o jovem entra no fliperama, antes de ir à escola, é possível ver diversas máquinas reais por lá. Nessa parte do filme ele joga o clássico Galaga. Mais uma vez, leitores atentos notarão, ao lado direito do gabinete daquele jogo, o gabinete do também clássico Zaxxon.

:: OS HERÓIS NÃO TÊM IDADE – Atari 5200 na cabeça! (1984)

Henry Thomas não ficou sem trabalho após sua atuação em E.T., O Extraterreste, de 1982. Ele, mais do que rapidamente, interpretou outro papel no cinema: o do imaginativo garoto Davey Osborne, que perdeu a mãe recentemente e que tem, como melhor amigo, um personagem imaginário, Jack Flack (uma espécie de Comandos em Ação de carne e osso), interpretado pelo excelente Dabney Coleman.

O menino envolveu-se numa trama por meio da qual o esquema de construção – o famoso blueprint – de um avião-espião foi secretamente inserido num cartucho de Atari 5200, vídeo game lançado nos E.U.A. em 1982 e não fabricado no Brasil, o qual foi parar em suas mãos. Davey precisa, então, fugir de malfeitores que desejam apoderar-se do cartucho e, por conseguinte, capturá-lo.

Em uma das cenas o garoto é visto em seu quarto jogando, no ‘Atari 5200’, o jogo Cloak and Dagger (algo como capa e punhal – termo usado para designar o arquétipo da espionagem); nome, aliás, que dá título ao filme em inglês. Em outra cena famosa, em que Davey entra numa loja de departamentos, o espectador tem a chance de ver diversas caixas de video games e de jogos do ‘Atari’, e também caixas do ColecoVision; tudo à venda nas prateleiras do estabelecimento. Quanta nostalgia! Esse fato me faz lembrar do Natal de 1983, época em que fui ao extinto Mappin Praça Ramos (em SP) para comprar o meu Atari. Havia caixas e caixas de video games por lá!

Detalhe interessante: o jogo visto no filme existe mesmo e é a versão oficial do fliperama, embora tenha sido mostrada, propositadamente, como a do ‘Atari 5200’. A do video game, infelizmente, nunca saiu do papel. Os produtores da película conectaram a motherboard original da máquina a uma televisão convencional e fizeram com que a imagem parecesse ser a do próprio ‘Atari’. Isso que é marketing, hein?

‘Os Heróis Não Têm Idade’ traz, ao final, uma mensagem muito bonita, e pertence àquela categoria de filmes ingênuos, bem ao estilo manjado dos anos oitenta. O fato do ator ‘Dabney Coleman’ ter interpretado, além de ‘Jack Flack’, o pai do garoto, foi genial!

Curiosidade: Henry Thomas, durante as filmagens, não chegou a jogar realmente o ‘Cloak and Dagger’ ao interpretar seu personagem. Em seu lugar, o criador do jogo, Russell B. Dawe, foi chamado pelo diretor e jogou-o às escondidas, isto é, longe das câmeras para que o desempenho do garoto fosse convincente. Claro que era sempre o menino quem aparecia com o joystick do ‘Atari 5200’ nas mãos! Russell, verdade, foi creditado no final do filme. Basta checar!

:: GREMLINS – Monstros verdes habitam os video games? (1984)

No famoso sucesso dirigido por Joe Dante e escrito por Chris Columbus, Gremlins, também está presente o video game. Na parte em que os monstrinhos fazem a tremenda bagunça num bar (que mais se parece com uma taverna), alguns deles jogam Star Wars, o fliperama da ‘Atari’.

Noutra cena, na casa de Billy Peltzer (Zach Galligan) – o personagem principal – os Mogwais (nome dos seres quando não transformados nos ‘Gremlins’) brincam com o mini-game Tabletop da Coleco: o Donkey Kong.

E isso não é tudo, pois na seqüência final do filme, aquela em que ‘Billy’ enfrenta Stripe na loja de departamentos, é mostrado muito rapidamente um cartucho de ‘Atari’ novinho sobre uma prateleira.

:: O ÚLTIMO GUERREIRO DAS ESTRELAS – Campeão da Sessão da Tarde (1984)

Está aí uma produção que todo moleque, hoje adulto, viu! As aventuras de Alex Rogan (Lance Guest), campeão do fliperama Starfighter, o qual foi recrutado pelo alienígena Centauri (o falecido Robert Preston) para enfrentar, no mundo real, um tirano intergaláctico. As imagens computadorizadas, incríveis para a época, foram, assim como em ‘Tron’, renderizadas pelo computador Cray – modelo X-MP.

As cenas em que o jovem enfrenta os inimigos são fabulosas! Impossível não se lembrar delas! Infelizmente, o jogo de fliperama, assim como em ‘Tron’, não existiu de verdade. Houve, sim, um cartucho baseado no filme, mas para sistemas domésticos, que foi rebatizado e lançado para o ‘Atari 5200 / Atari 800’: o Star Raiders II. Ele foi criado a partir de um protótipo com base na versão oficial do jogo, a mesma vista no filme.

:: VIAGEM AO MUNDO DOS SONHOS – Exploradores espaciais e um Apple IIc? (1985)

Nessa simpática produção de 1985, três amigos constroem uma nave espacial energética (uma esfera de energia), a ThunderRoad e, auxiliados por extraterrestres, vão de encontro a eles nos confins do espaço. Wolfgang Müller (o falecido River Phoenix), o geniozinho a la Dexter da turma, desenvolve o sistema guia da nave num microcomputador Apple IIc dotado de 128 KBytes de memória – essa parte, de fato, é muito bem frisada pelo menino. Deus sabe que, hoje, 128 KBytes de memória não são NADA! Lembro-me, no dia seguinte à exibição da película, da molecada falar a respeito desse detalhe no recreio.

Está bem, o filme em questão não tem nada a ver com video games, mas, ainda assim, é uma referência que mostra o quão estamos distantes dos anos oitenta em termos de tecnologia. Ademais, o filme é muito bacaninha. A direção de Joe Dante e a trilha sonora do mago Jerry Goldsmith foram colaborações fundamentais. Há, ainda, as participações de Ethan Hawke e da gracinha Amanda Peterson.

:: GOONIES – O atrapalhado Chunk e o fliperama sem fichas (1985)

Bem no início de Goonies, talvez o mais adorado e cultuado filme dos anos oitenta, há uma cena muito engraçada que está relacionada com os jogos eletrônicos. Chunk (Jeff Cohen), o gordinho atrapalhado (aqui no Brasil, ele era chamado de ‘Gordo’), aparece, em tese, jogando Cliff Hanger num fliperama. A sequência é muito rápida, pois logo ele larga tudo e espreme o copo de suco contra o vidro da janela (a cena é impagável!) para assistir à súbita perseguição automobilística dos Fratelli.

O mais interessante é: percebe-se facilmente que o jogo estava no modo de espera, isto é, na apresentação em que se aguarda pela inserção de fichas para iniciar-se a partida. Pôxa, então como o gordinho estava jogando? Que furo! É por isso que escrevi que, em tese, ele jogou.

:: D.A.R.Y.L. – Mais Atari 5200 (1985)

D.A.R.Y.L. (Barret Oliver) conta a história de um menino de 10 anos de idade que, por de trás do rosto de criança, é um experimento militar: um ser superdotado – e capacitado com um microchip cerebral – que o faz pensar e agir com o poder computacional de uma máquina. Ele escapa de seus criadores e vai parar numa pacata cidadezinha dos Estados Unidos, onde é adotado por uma família local. A confusão está armada, pois seus criadores o querem de volta e, em contrapartida, ele procura fugir a todo custo.

Numa seqüência do princípio, vivida na casa dos pais adotivos, Daryl impressiona a todos ao jogar, perfeitamente, o jogo Pole Position do ‘Atari 5200’. Ele arrebenta!

A película é super bacaninha, além de diversão garantida para a família. No final, quando ‘Daryl’ pilota o Blackbird da força aérea, o espectador chega a questionar consigo mesmo sobre as vantagens – ou desvantagens – da inteligência artificial.

Bem, amigos leitores d´A ARCA, chegamos ao final! Espero que esse apanhado tenha reavivado as memórias de vocês e que possam, caso estejam interessados mesmo, assistir a alguns desses filmes para novamente matar a saudade daquela época; ocasião em que nos divertíamos com video games que não dispunham mais do que 8 ou 10 cores na tela.

Certamente existem muitos mais filmes relacionados aos video games, mas os que citei são, sem sombra de dúvida, os mais conhecidos do público brasileiro.

Será que eu consigo uma camiseta do Space Invaders igual ao do Michael?

:: Quer ver o Atari sobre a tevê da casa de Elliott? Pois não deixe de comprar o DVD de E.T.
:: Aproveite e reveja TRON, um espetáculo em termos de efeitos especiais!
Quer ver a batalha final entre Billy e Stripe? Adquira já GREMLINS em DVD


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