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Artigo adicionado em 05/09/2003, às 12:37

Crítica: TRATAMENTO DE CHOQUE
Fala sério… Eu sempre fui fã, daqueles de carteirinha mesmo, do excepcional Jack Nicholson. Até quando os críticos mais vorazes acusavam o sujeito de estar interpretando a si mesmo (como em Melhor é Impossível), eu defendia o trabalho dele com unhas e dentes. Mesmo assim, sou obrigado a admitir, com muito pesar, que nem Nicholson […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


Eu sempre fui fã, daqueles de carteirinha mesmo, do excepcional Jack Nicholson. Até quando os críticos mais vorazes acusavam o sujeito de estar interpretando a si mesmo (como em Melhor é Impossível), eu defendia o trabalho dele com unhas e dentes. Mesmo assim, sou obrigado a admitir, com muito pesar, que nem Nicholson consegue salvar Tratamento de Choque, dobradinha do ator nas telonas com o comediante Adam Sandler. Por sinal, a dupla simplesmente não funciona em cena: a química entre os dois é bem ruim, sem tempero, parecendo muito mais um duelo para ver quem chama mais a atenção do que qualquer outra coisa…

Fora uma piadinha aqui ou uma situação divertida ali (como a cena do templo budista, por exemplo), o filme tem todo o jeitão de uma típica comédia de Sandler – basta assistir à O Paizão, Little Nicky e O Rei da Água para entender do que estou falando. E não se trata de um elogio. Estão lá as inevitáveis piadas sobre órgãos sexuais e flatulência (e que, repetidas a exaustão, cansam e não arrancam uma risada sequer), os estereótipos batidos, as pontas de convidados especiais e amigos famosos de Sandler… É triste ver que as piadas não se sustentam sem partir para a mais completa apelação, quando uma comédia de situações pediria um humor muito mais sutil.

Dave Buznik (Adam Sandler) é um executivo medíocre, passivo, inocente, sem pretensões, que permite que todos passem por cima dele sem reclamar. Num vôo de negócios, ele acaba tomando parte de um estranho incidente com uma aeromoça, que o acusa de agressão e desrespeito. Autuado e levado a julgamento, o pobre sujeito acaba sendo condenado a participar de uma série de sessões para aprender a lidar com sua raiva. O terapauta responsável pela turma (que traz ainda os ótimos atores John Turturro e Luis Guzmán, sub-aproveitados) é o personagem de Nicholson, Dr. Buddy Rydell. Os métodos poucos ortodoxos do psiquiatra começam a virar a outrora pacata vida de Buznik de pernas para o ar…

Quando percebi que o Buznik de Sandler era um personagem diferente do bobalhão amável e sortudo de suas outras comédias, cheguei a ver uma luz no fim do túnel. Mas a falta de sutileza de Sandler estraga um protagonista que deveria ser aquele tipinho urbanóide que nós conhecemos tão bem, o perdedor típico cheio de manias de cidade grande. Este é o tipo de caracterização que Sandler simplesmente não consegue fazer. Ele fica bem melhor na pele daqueles personagens bizarros dos palcos do ‘Saturday Night Live’ (quando ele era muitíssimo mais engraçado).

Por sinal, Sandler poderia ter carregado um pouco da inovação de seu tempo como o Opera Man de ‘SNL’, já que ‘Tratamento de Choque’ é previsível até os ossos. O final, que pretende ser uma surpresa, é uma bobagem que qualquer um com metade do cérebro já teria adivinhado logo na primeira meia-hora da trama.

Vale ficar atento para as participações especiais: Kevin Nealon, companheiro de Sandler no ‘Saturday Night Live’, é o advogado do personagem principal; Woody Harrelson (‘Assassinos por Natureza’) é o travesti Galaxia; Heather Graham (Do Inferno) é a sensual Kendra; John C. Reilly (As Horas) é o valentão Arnie Shankman; e o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani… é apenas Rudolph Giuliani, ora bolas.


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