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Artigo adicionado em 07/09/2003, às 07:08

BRINQUEDOS ANTIGOS: uma paixão avassaladora
Cadê aquele Piloto Campeão que tive em 1979? Certas pessoas gastam até duzentos reais por mês por causa deles. Dedicam estantes e armários inteiros às suas preciosidades as quais, em muitos dos casos, foram conseguidas à base de muita paciência e dedicação. Às vezes, até os próprios familiares se indispõem com esses indivíduos, e justamente […]

Por
Marcus "Garrettimus" Garrett


Certas pessoas gastam até duzentos reais por mês por causa deles. Dedicam estantes e armários inteiros às suas preciosidades as quais, em muitos dos casos, foram conseguidas à base de muita paciência e dedicação. Às vezes, até os próprios familiares se indispõem com esses indivíduos, e justamente por culpa deles!

É, eles são nada mais nada menos que os adorados brinquedos antigos. Conheça um pouco desse universo através deste artigo exclusivo d´A Arca.

Colecionismo. Nova moda ou saudosismo?

Colecionar brinquedos antigos virou uma verdadeira mania. Adultos na casa dos trinta anos, endinheirados e com vidas profissionais estáveis, são os tipos de pessoas que mais se dedicam a essa atividade cuja origem é um pouco incerta: não se sabe se o hobby foi – ou não – importado dos Estados Unidos, lar do colecionismo mundial.

Fábio Eduardo, 33 anos, vulgo Playtoy, comercializa brinquedos antigos há dez anos em sua loja, a Brinquedos Antigos, e também via Internet. Sobre o ato de colecionar, ele diz: “sessenta porcento de meus clientes adquirem produtos porque colecionam e, portanto, costumam comprar com certa freqüência. O restante compra para matar a saudade da infância, ou seja, adquirem brinquedos com os quais brincaram antigamente”. As opiniões sobre a origem do tal colecionismo são as mais variadas dentre os que o praticam. Para Pedro Nobre, 30 anos, colecionador de bonecos articulados, a culpada de tudo é a infância: “as pessoas ficam frias demais ou prepotentes demais depois que se esquecem da infância. Somos saudosistas e seguimos as personalidades de nossos ídolos de outrora”. É, a boa e velha meninice nunca nos deixará em paz, não é mesmo?

Playmobil, Super Heróis Gulliver, Forte Apache, Moranguinho, O Pequeno Pônei, Transformers, Comandos em Ação, Autorama, Ursinhos Carinhosos, TCR, trens elétricos e demais antiguidades são motivos de brigas familiares, tamanha a ânsia dos respectivos donos pelas próprias coleções. Pedro Nobre teve problemas com a esposa e novamente desabafa: “no início, por ciúmes doentio, ela chegou a quebrar vários bonecos que tive, arremessando-os contra a parede. Depois que minha filha também começou a brincar com eles, minha mulher parou com a palhaçada”.

O fato é que, aos poucos, os colecionadores vêm ganhando espaço e ampliando esse hobby. Hoje em dia é comum o aparecimento de diversos brinquedos antigos em sites de leilões virtuais, pois esse nicho de mercado foi recentemente descoberto pelas pessoas. No começo dos anos noventa, por exemplo, não havia tanta concorrência e comercializava-se os brinquedos muito mais facilmente do que agora, talvez devido à inexistência da rede mundial de computadores por aqui naquele período. Atualmente, qualquer espertinho que tenha um Aquaplay ou um Genius em casa pode tentar vendê-los na Internet por preços abusivos. Cuidado!

Raridades dos anos sessenta e setenta são as mais procuradas pelos fãs. Falcon, o boneco de ação mais famoso da história, pode chegar a custar mais de mil reais se o dono, além do boneco impecável, possuir a caixa original do brinquedo. Outro exemplo citado por Playtoy: ele teve um carrinho de autorama raríssimo (estilo “charutinho”), fabricado nos anos sessenta pela Estrela, e arrepende-se demais por tê-lo vendido: “foi a peça mais rara que tive. Agora não o acharei nunca mais”, brinca. No fundo, o vendedor não se entristece de verdade, porque apenas comercializa suas peças, não as coleciona.

Para alguns, por outro lado, apenas colecionar não basta, é preciso muito mais. Yudi Deguchi, 33 anos, colecionador brasileiro que reside no Japão, restaurou o lendário Batmóvel, brinquedo lançado pela Gulliver há mais de vinte anos e uma das peças nacionais mais raras. O trabalho artesanal, segundo ele, valeu a pena. No fim das doze horas de suor, o veículo do Homem-Morcego ficou novo em folha. Pudera, após limpeza, secagem, pintura (várias mãos) e muito improviso, voilá. Yudi conta: “já que não temos mais as peças originais para remendar ou reconstruir, tive que usar a imaginação e improvisar com o que tinha em mãos. Para a antena, um simples arame deu conta do recado. Para o símbolo do Morcego, tirei uma foto dele e passei-a para o computador, a fim de duplicá-lo. Depois, imprimi a figura em papel adesivo e pronto. Sem mistérios”.

Paulatinamente os entusiastas estão organizando-se em grupos, criando comunidades e montando websites. É o caso do Galeria dos Brinquedos, site criado pelo colecionador Alexandre Nunes, de 31 anos, que está no ar desde março deste ano. Além do site, há uma lista de discussão na Internet, criada em 2002, que é freqüentada por diversos colecionadores e entusiastas do país. Alexandre diz: “temos como objetivo preservar a memória desses fantásticos objetos e conhecer outros interessados por esse hobby”.

É, nem todos os brinquedos têm a sorte que Woody e Buzz Lightyear tiveram, os famosos personagens de Toy Story. E sabem o porque? Porque colecionador que se preza, nunca brinca com suas raridades, mas deixa-as devidamente acondicionadas à prova do tempo e do desgaste. Há colecionador, fiquem sabendo, que guarda miniaturas até mesmo em potes de Tupperware. Vai duvidar?


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