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Artigo adicionado em 12/09/2003, às 07:40

ALAN MOORE: uma biografia
O cara é ainda mais doido do que parece! ^_^ LEIA MAIS: :: Crítica: V DE VINGANÇA :: Machine Boy elege as 10 OBRAS ESSENCIAIS DE ALAN MOORE :: Zarko faz a lista dos 12 FILMES MAIS SUBVERSIVOS DO CINEMA Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A Santíssima Trindade que você […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


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Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A Santíssima Trindade que você aprendeu nas aulas de catecismo com aquela professora gorda e babona é essa, certo? Mas no mundo dos quadrinhos dos anos 80/90, surgiu uma nova trindade. Tão santa e tão cultuada pelos nerds cheios de espinhas (como eu) quanto a outra (tem gente que exagera, né?). A expressão foi criada pela revista Wizard, e trata, nada mais, nada menos, de Neil Gaiman, Frank Miller e Alan Moore, os três maiores roteiristas dos quadrinhos de hoje. Muita gente vai me xingar, vai dizer que eu fiquei maluco, que estes três não são merda nenhuma (aí vai ter encrenca!), mas eu sei que uma grande parcela da comunidade quadrinística concorda comigo (Povo dos Gibis, uni-vos!).

Infelizmente, o pessoal que curte quadrinhos adultos tem uma postura meio arrogante em relação aos caras que só lêem quadrinhos de heróis, e os fãs de X-Men e Wild C.A.T.S. ficam boiando quando se fala nos três foderosos. Saber que eles existem é uma coisa, mas quem são estes diabos destes caras e o que de tão bom eles fizeram pra todo mundo adorar eles? Titio El Cid tá aqui pra isso, e vai falar de cada um destes caras! O nosso alvo agora é o apavorante inglês Alan Moore.

Se você der uma olhadela na fotinho do cara, vai entender porque eu o chamei de apavorante. Esta barba, estes olhos sinistros, ele parece saído direto de um filme de terror. O sujeito parece um mago satânico que sacrifica virgens em rituais regados a whisky on the rocks. Frequentador assíduo dos pubs londrinos, onde bebe e fuma em meio a toda aquela escuridão (o Fanboy diz que ele já criou raízes…), Moore é mais do que merecedor do status de gênio que obteve desde o seu surgimento nos quadrinhos, com a revista Miracleman. Miracleman era uma série lá dos início dos anos 80, que era totalmente chupinhada das antigas histórias da Família Marvel (SHAZAM, não lembra? Tinha o Dr.Silvana e o Cérebro, a minhoca que queria conquistar o mundo!). Era um humor bobo e sem nexo, que acabou caindo nas mãos de Moore. E aí o bicho pegou. O inglês jogou toda a galera do Miracleman num mundo de verdade, corrupto e violento, e mostrou o que acontece de verdade com a cabeça de um adolescente que ganha super-poderes nos dias de hoje… Um clássico, que uma tal de Editora Tannos (alguém conhece?) tentou publicar nestas terras, mas que acabou não saindo direito, por um série de problemas bem típicos do Brasil (Damn!). Eles só lançaram três números, que você pode muito bem achar num sebo! Corra, e pague só cinquenta centavos!

Com o Miracleman, Moore foi descoberto pelas grandes editoras, mostrando que ele sabia (e ainda sabe) escrever quadrinhos de super-herói de um jeito totalmente novo, e a DC saiu na frente e colocou o barbudo (que leva um jeito de Enéas com Zé do Caixão) pra dar uma geral nas histórias do Monstro do Pântano (Swamp Thing), que tavam em baixa na época. Moore adorou o presente, porque ele sempre curtiu escrever histórias de terror. E acabou retribuindo com uma reformulação total do Verdão (que não é o Hulk, nem o Savage Dragon e nem o Máskara!), criando histórias mais psicológicas, sensíveis e maduras. Só pra vocês terem uma idéia do que ele fez, tentem ir atrás das edições do Pantanoso que a Metal Pesado publicou há algum tempo (na época que ainda saía Metal Pesado por aqui, e leiam a história Lição de Anatomia. De cair o queixo.

Ao deixar o título, Moore deixou também um Monstro do Pântano poderoso, que atingiu o status de elemental das plantas e que descobriu que ele não era um homem que virou planta, e sim, uma planta que achava que era homem.

O barbudo abandonou o pantanoso, mas continuou na DC, onde criou a maior obra-prima dos quadrinhos modernos: Watchmen. Quem nunca leu, ao menos já deve ter ouvido falar da saga do que realmente aconteceria se os heróis existissem. Passada na década de 60 nos EUA, com os Beatles na vitrola e os hippies a toda força, a série mostra os heróis vencendo as guerras e lutando contra o banimento que o governo impôs. Esta minissérie surpreendeu até os babacas intelectuais que ainda acham que quadrinho não é literatura, ao usar uma porrada de recursos que só um H.P. Lovecraft (Call of Cthullu) ou H.G Wells (A Máquina do Tempo) usariam. Leia e releia. Porque mesmo você que leu vai ter de ler de novo para captar as pequenas sutilezas da arte do genial Dave Gibbons, e do roteiro de Moore.

E o barbudo não cansou de ser gênio, e usou a DC para criar outras obras-primas, como V de Vingança (V for Vendetta), uma obra com desenhos de David Loyd que conta a história de uma Londres num futuro não muito distante, no qual um anarquista mascarado conhecido apenas como V detona a sociedade inglesa, totalmente moralista e impositora da ordem (gostou? Vi no Aurélio!), barbarizando os súditos da rainha. E foi este incansável inglês que criou a melhor história do Batman de todos os tempos : A Piada Mortal (The Killing Joke), que conta com arte do fantástico Brian Bolland. E a história é o confronto definitivo entre o Morcego e o Coringa (Master!), recontando um pouco da origem do palhaço do crime e mostrando até que ponto é maluca a relação entre os dois. É nesta história que o risonho mete bala na Barbara Gordon, deixando a moça paralítica para sempre.

Mas depois de criar tantas coisas maravilhosas na DC, Moore caiu na real e pensou: ‘Nada disso que eu crio pertence à mim, mas sim à editora, Eu não tenho direito a nada disso! Que sacanagem!’ E resolveu se mandar rapidinho, publicando diversos trabalhos em editoras independentes, fazendo os chamados quadrinhos de autor. Só no início da década de 90 ele voltou a escrever quadrinhos de super-heróis, numa participação especial nos roteiros do feioso Spawn. E não demorou para que ele resolvesse se divertir um pouco mais, escrevendo umas histórias para o amigo Jim Lee, na Wildstorm, para o super grupo Wild C.A.T.S. Como tudo que ele põe a mão vira ouro (como será que ele vai no banheiro?), foi o maior sucesso, logo de cara! E hoje em dia, onde será que está o Lorde Moore?

Não sei como, mas o pentelho do Rob Liefeld teve grana suficiente para colocar o barba para escrever o clone do Super-Homem, o tal do Supremo, na Awesome. E Moore não fez feio (apesar de estar onde estava, ao lado de quem estava…), transformando um personagem babaca e infantil num adulto! Tinha até capas do Alex Ross! Mas a Awesome quebrou, o pivete mala do Liefeld teve problemas com o Fisco, e teve de dispensar o talento de Alan, que, creio eu, era a única coisa que prestava naquela editora! Ao mesmo tempo, Moore passou a publicar a série trimestral From Hell, pela Kitchen Sink Press (a mesma que publicava alguns novostítulos do Spirit), no qual ele conta, com seu estilo denso e cheio de horror, uma investigação na Inglaterra do século 19 para descobrir quem é o tal do Jack, o Estripador! A série é tão bacana que já virou filme (mas que não chega aos pés da obra, como você pode ler na crítica do R.Pichuebas).

E no mercado americano, Moore voltou a trabalhar com o amigo Jim Lee, que deu para o inglês quatro títulos pro cara escrever (no selo chamado de America’s Best Comics), dentro os quais eu destaco A Liga Extraordinária (claro!) e Tom Strong.

Esse é o Sr.Moore (que não é primo do Roger Moore) de quem todo mundo fala… Um gênio, um poeta, um maluco… mas um cara muito feio, diga-se de passagem.

E ainda:
Crítica do Filme A LIGA EXTRAORDINÁRIA | Os Personagens do Filme | Quem é Alan Moore | O Gibi d’A LIGA EXTRAORDINÁRIA


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