Bom, por ser meio intrometido resolvi ajudar meu amigo El Cid e escrever um pouco sobre as histórias que rolam em um jogo de RPG.

Essa primeira parte gostaria de dedicar a um grande amigo meu, o Thiago “Elesbão”, que tempos atrás foi vítima de uma bala perdida nesse mundo cão em que vivemos. Gosto de pensar que ele está jogando R.P.G. em mesas melhores.

Bom, o Thiago “Elesbão” é a pessoa símbolo das Lendas Lendárias; por sinal, ele foi a causa pela qual inventaram o termo “Lendas Lendárias”, em parte por sua grande facilidade em inventar as mais loucas “aventuras”, em parte pelas inúmeras confusões criadas por ele em nossos jogos de RPG, realizados na minha casa e algumas vezes nas casas das outras pessoas do grupo Filhos do Ebó (nem me pergunte o porquê do nome).

Para citar um exemplo, uma história de Werewolf (Lobisomen, na época em que só havia livros em inglês): na aventura em questão, estávamos sendo obrigados por um vampiro muito poderoso a resgatar sua carniçal em troca de um artefato que queríamos. Passados alguns dias de procura troquei de lado (é pessoal, fui rejeitado pelos meus pares e abandonado à própria sorte, me aliei aos famigerados Black Spiral Dancers e arranjei muita dor de cabeça para o mestre…). O restante do grupo começou a procurar a tão importante carniçal e na tentativa de encontrá-la acabaram infligindo algumas leis do Véu, sabe como é… entrar em Crinos em plena rua, falar sobre o caern com os black spiral, etc. e o nosso grande amigo Thiago conseguiu um feito: ao entrar em Frenesi, tentou fugir já que estava no meio da cidade de Nova York!! Prevendo toda a confusão, o mestre resolveu dar uma oportunidade: falou que à sua frente havia um carro conversível abandonado, já que o dono do veículo havia fugido de medo. Dentro do carro ele poderia se controlar e fugir, já que a essa hora a polícia estava a caminho; ele muito rapidamente disse: – Está bem vou arrancar a capota do carro conversível e fugir na forma CRINOS!!! Porque eu sei que não há tempo para voltar ao normal”.

Bom, passada a confusão histérica que tomou a sala de jogo com todos os tipos de piadas imagináveis, continuamos o jogo. Estavam todos no porto de Nova York, onde haviam marcado para encontrar o poderoso vampiro; mas para variar, deixaram a carniçal fugir horas antes!!! Como não havia mais tempo para encontrá-la, bolaram um plano: pegaram um membro fêmea da matilha para servir de isca e realizar a troca pelo artefato e assim pretendiam enganar o vampiro a tempo de fugir. Tudo já estava arranjado, a fêmea da matilha encoberta e escondida atrás do Ahroum da matilha, e o vampiro do outro lado do armazém esperando com a recompensa:

– Então, onde está a minha carniçal? – disse o vampiro em tom assustador.

O Líder da matilha rapidamente disse: – Ela está aqui!

Mas o nosso grande amigo Thiago no mesmo momento gritou: – Ela Fugiu!!!

Nesse instante o vampiro chamou seus aceclas e um grande combate (que estavam evitando a todo custo!) aconteceu. Então eu apareci com a minha moto, saltei e rolei para o lado do vampiro dizendo: – Venham! Iremos matar todos!

Tudo bem que o mestre os ajudou a vencer, inclusive me matando! E fazendo aparecer o Grifo (o totem da matilha) para ajudar; mas até hoje nós fazemos piada com o diálogo ‘Elá está aqui – Ela fugiu!’ para exemplificar como nosso grande amigo Thiago “Elesbão” era capaz de com uma fala arruinar horas de planejamento!