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Depois de trazer ao Brasil as ótimas histórias do Superpato (o Pato Donald na pele de um super-herói) produzidas na Itália, a Editora Abril repetiu a dose e foi buscar as aventuras sobrenaturais do ratinho Mickey no chamado Mundo do Impossível. E eis que surgiu a revista bimestral Mickey X (Editora Abril/R$ 6,90), que vai se revezar nas bancas com Donald Super.
O que rola neste gibi: o nosso simpático camundongo orelhudo, com seu faro detetivesco para os mistérios, acaba descobrindo o tal Mundo do Impossível, uma dimensão paralela na qual ele acaba aterrissando após atravessar um espelho. Este novo mundo é de onde surgem os vampiros, fantasmas, múmias e outras criaturas sobrenaturais sobre as quais uma série de autores já escreveu tantas e tantas aventuras. Os mortais que chegam a este mundo são chamados de viajantes e devem ser levados (e protegidos) pelos chamados guias. É claro que o guia designado para estar ao lado do Mickey é o mais atrapalhado de todos: o Patetosco, uma versão lobisomesca do nosso já conhecido Pateta (e que carrega o mesmo jeitão abobalhado de seu quase homônimo).
Assim como em Donald Super, os desenhos de Mickey X são cheios de vida e movimento, uma das mais belas e bem-trabalhadas versões de HQs cartunescas disponíveis no mercado. No entanto, as histórias não têm a mesma graça das do Superpato, sofrendo de um terrível problema de timing. As coisas acontecem rápido demais, somos apresentados de forma um tanto superficial a uma série de situações e personagens novos que necessitariam de uma intimidade um pouco maior. As aparições do carteiro Almeida (especialista em lendas urbanas) e da chefe dos guias Manny (que é uma versão branca da Minnie) deixam muito a desejar. Muitos detalhes sobre eles acabaram sendo revelados só depois, na seção Quem é quem da primeira edição. Valia a pena ir apresentando as novidades com mais cuidado, para criar maior intimidade… Detalhe pessoal: senti falta das pequenas referências ao mundo da cultura pop que permeiam de maneira inteligentíssima as desventuras do Superpato.
De resto, trata-se de uma excelente diversão, especialmente para a molecada cá entre nós, são pouquíssimas as opções de HQs voltadas exclusivamente para o público infantil nas bancas, tentando capturar as crianças e apresentá-las aos gibis… gerando assim uma nova e renovada geração de fãs de quadrinhos. E é isso que a gente quer, fala sério! Chega deste mercado estagnado, pelamordedeus!
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